terça-feira, junho 26, 2007

B(althus)





















Hoje fui na onda e fui ver a Colecção Berardo. Com a minha filha de férias e eu a meio-gás, fomos de manhã à Costa da Caparica, almoçámos no MacDonalds, passeámos na relva e fomos ver as obras do madeirense.
Digam lá o que disserem, questionem-se os critérios, os dinheiros, os timings, uma coisa é certa: ter o Portrait de Femme en Robe Bleue (1935) de Balthus aqui mesmo à mão de semear, poder ir vê-la sempre que nos apetecer, é algo francamente positivo. E por tal congratulo-os. Ao Balthus e ao Berardo.

Bênçãos!

Nunca é demais agradecer. Agradecer a bênção que é poder ser parte dessa experiência que dá pelo nome de Quinta da Pateira. Obrigado ao Xico, ao Jorge, ao Zé Ricardo, à Zeca e a todos os animais que por lá andam. O final do dia, calor laranja, exposto ao vento, na garupa da Safira, galopando em círculo, por entre pardais, é uma das melhores experiências que há. Obrigado vida!

sábado, junho 23, 2007

Jong Orange wéér Europees Kampioen!














Quando o torneio começou, via eu no sofá o jogo Holanda-Israel, a minha filha Matilde pintou (a meu pedido) esta belíssima aguarela da Jong Oranje a festejar o bi. Se na altura esta imagem era fruto da arrogância típica de quem torce pela sua equipa, hoje (14 dias e 15 jogos depois) ela celebra esse título justamente conquistado.

Melhor defesa holandês: Ryan Donk.
Melhor médio holandês: Royston Drenthe.
Melhor avançado holandês: Maceo Rigters.
Não ergueste a taça mas continuas a ser o maior: Ron Vlaar.
Confirmações inquestionáveis: Ryan Babel e Hedwiges Maduro.
Pena não termos visto mais: Ismael Aissati.

Parabéns a todos!

sexta-feira, junho 22, 2007

Denial, sempre o denial...

Quem viu ontem o jogo entre Portugal e a Itália pôde ouvir as seguintes pérolas proferidas pelos repórteres da TVI: «Estádio feio, este», «Este jogador é intragável», «Estádio feio... e pequeno», «Este jogador gosta muito de jogar com as manitas» e «Que pena Portugal estar fora da competição, esta merecia ser a 3.ª meia-final do torneio».
Até onde vai a negação da realidade? Para não falar da falta de educação e da falta do sentido do ridículo.

Para finalizar, só neste país é que após um jogo chato, chato, chato, que coroou uma prestação sem fruto algum (não ganharam nada de nada) é que se pode afirmar que Portugal pode e deve regressar a casa de cabeça erguida! Enterrem bem a cabecinha e depois não se admirem de ver os mesmos erros repetidos ad nauseum.

Til

Primeiro, o Negrão de Fernando Negrão. Agora, o Colecção da Colecção Berardo. Mas que se passará com os teclados desta malta? Ninguém tem mão no til?

quinta-feira, junho 21, 2007

Just Play

Sempre que as coisas correm mal para o nosso lado é fatal como o destino o Fair Play vir à baila. Em Portugal o Fair Play é um prato especial (nas conversas, claro está, que em campo, bem, basta olhar a nossa liga...).
Este torneio dos sub21 na Holanda, então, está a dar pano para mangas. A mim parece-me que esta noção vaga, lírica e arbitrária do Fair Play tem forçosamente de ser alterada. Tem de deixar de ser uma ideia nostálgica de uma ética passada que já não mora aqui e tem de passar a constar do conjunto de regras que regem o futebol, pura e simplesmente. Como as faltas, as sanções, as assistências médicas, e tudo o mais. E têm de ser os árbitros a tomar a decisão de quando um jogo deve parar ou continuar. Se um árbitro acha que o jogo deve parar, apita e pára o jogo. O jogador é assistido e o jogo retoma no ponto onde estava. Se um árbitro acha que o jogo deve continuar, ele continua e quando parar o jogador é assistido. Se um jogador decide por sua própria iniciativa parar o jogo deitando-a pela linha lateral, então, ao retomar, a bola deve ir para o adversário. Este pode, depois, decidir o que fazer com ela. Continuar o jogo ou devolvê-la. Sendo que se resolver continuar tal não deve ser considerado falta de Fair Play mas sim prática de Just Play. O duplo sentido da palavra aqui é propositado e assenta que nem uma luva. Não só mantém a noção de que tem de haver justeza no futebol (embora ajuizada e aplicada pelo árbitro; não é para isso que ele lá está, para garantir a tal justeza?) como sublinha a ideia de que os jogadores estão lá é para jogar, não para andar a fazer contas, maquinações e manhosices. Just Play.

quarta-feira, junho 20, 2007

Uitstekend!!!!

Nunca visto! A Jong Oranje segue para a final do torneio após 3 horas de futebol e um porradão de penalties a coroar o esforço.
Num jogo nem sempre interessante (atrevo-me mesmo a dizer que a Holanda esteve por vezes irreconhecível; quer no estilo quer na qualidade), em que a Inglaterra dominou e justificou o resultado ao intervalo, e em que a segunda parte, porém, trouxe uma Holanda disposta a dar a volta ao resultado e uma Inglaterra acampada no seu meio campo. A Holanda empata com um soberbo golo de Rigters (no último minuto!) e leva justificadamente o jogo para prolongamento. O massacre holandês continuava (a certa altura a estatística dava qualquer coisa como 25 ataques contra 2 ou 3...) mas a Inglaterra (mais do que apostada nos penalties e já reduzida a 10 por lesão de Onuhoa) aguentava... e aguentava.
Até que as grandes penalidades vieram... e pareciam não chegar. Trinta e dois foram os penalties necessários para levar a Holanda até à final do torneio! Safa, foi sofrimento demais! Mas sábado que vem a Sérvia que se cuide que estes rapazes já deram provas de persistência e querem mesmo o bi.















Op naar de finale!

UAU! Vixe Maria!

Este blog está quase a mudar de hemisfério!
Daqui a uns dias aqui só se falará de malandros, areia, carne, vegetação, chopes, sucos, violência e muita, muita, música.

Cenas da vida quotidiana OU Quando falamos e não ouvimos o que dizemos

No outro dia, na rua, duas mulheres conversam sobre o estado de saúde de uma terceira pessoa. Uma delas (a que claramente tinha mais acesso à tal terceira pessoa) diz: «Felizmente os problemas são mais a nível psicológico e não físico».

terça-feira, junho 19, 2007

The bright side of life...

Passados que estão os dois meses na condição de pai solteiro, aqui ficam dois apontamentos.
O melhor de ter a mulher longe é o caixote da reciclagem do papel estar finalmente ordenado, jornal em cima de jornal, caixas espalmadas, num aproveitamento espacial inteligente, logo só ser necessário esvaziá-lo ocasionalmente (neste caso uma vez em dois meses).
O melhor de ter a mulher de volta é o facto de a casa ficar mais quente. E não me refiro apenas ao quente atmosférico. Refiro-me ao quente palpável, envolvente, que mal abrimos a porta, ao fim do dia, nos conta episódios a que não assistimos.

domingo, junho 17, 2007

E pronto!

Portugal lá se despediu do torneio com a grandeza dos pequeninos. Uma goleada que não serve para nada, verdadeiramente nada. Pior, suspeito mesmo que até serve, mas para o pior dos motivos. Ou seja, para aumentar o sentimento de injustiça que atravessa o coração e a alma dos jogadores, do seleccionador e da massa adepta. Injustiça essa que, na realidade, outra coisa não é senão fruto da maior ficção possível. País de mitómanos não admira pois que encontrem adamastores em tudo o que é canto nas inúmeras travessias a que se propõem. E com isso, com o reforço dessa falsa crença numa injustiça que lhes é imposta, lá continuarão, como sempre, a evitar a análise dos factos, a distanciação e o planeamento das acções, e, como sempre, falharão o próximo objectivo. Triste sina.

Safira

Hoje foi-me permitido montar a Safira, um verdadeiro Ferrari de quatro patas. A aula correu muito bem e até me foi possível andar a passo, de olhos fechados, entregue à Safira, ao som de uma valsa. Maravilha das maravilhas!

sábado, junho 16, 2007

Será?

Será que a TVI hoje vai transmitir o jogo Holanda-Bélgica? Como parece ser o jogo que mais interessa aos portugueses talvez eu tenha sorte e consiga ver a minha selecção jogar!

Não penso, e no entanto existo

Portugal atravessou um período demasiado longo em que tudo era imposto, fosse pela intimidação, pela coacção, pelo medo, pela força, ou ainda pela sugestão cobarde. Mas tudo era imposto de cima. E o pessoal alinhava, cumpria. Hoje, três décadas volvidas, o poder de cima (autoritário) já não está lá e o pessoal, como não sabe pensar por si (a tão falada iliteracia), faz o que lhe dá na gana, mesmo quando sabe estar a fazer mal. Como se só soubessem cumprir quando alguém obriga e não quando alguém sugere ou legisla, ou mesmo quando o seu próprio bom senso assim o aconselha. Só assim se compreende que esteja o país à espera da ASAE para impedir o fumo nos restaurantes (conheço vários donos de restaurantes que não concordam com o fumo e, no entanto, não o proibem desde já...) ou dum GNR a cada 20km de autoestrada para que o pessoal não exceda os limites de velocidade. É nestas pequenas coisas que se vê o atraso de um país. Podem construir um aeroporto state of the art, mas o que farão dele, e nele, assusta só de pensar...

Aeroseca

Seja na OTA, em Rio Frio, no Poceirão, em Alcochete, ou no quintal da Mariani, o que tem mesmo de mudar é o pessoal do aeroporto e o seu modus operandi. Espero que o novo edifício seja mais inteligente (visto ser feito de raiz) e espero sinceramente que se reveja bem a sua população trabalhadora. Esperar, por norma, 45 minutos entre a aterragem do avião e a saída pela porta fora não é admissível. Toda a gente fala dos tempos das deslocações de e para o aeroporto mas ainda não vi ninguém mencionar os tempos das esperas... E ter de apanhar com uma corja de fumadores enquanto se espera, somente porque ninguém aparece para os mandar apagar o cigarrito (ou, melhor, indicar-lhes a zona de fumo; porque será que por aqui ainda ninguém percebeu que nos aeroportos não se fuma?) ainda menos admissível o é. Um aeroporto pode até nem ser um local muito agradável (tipo sala de espera num qualquer consultório), embora haja grandes fãs de tais não-lugares, mas não tem de ser um buraco infernal e miserável. O actual é. O próximo espera-se que não o seja.

sexta-feira, junho 15, 2007

Sobras

Vejo agora que o Luís tem um outro blogSobras –, este mais genérico, e que passa agora para listinha aqui ao lado.

E a primeira coisa que vi nesse blog foi que também ele acha que Seedorf foi (e é) um enorme jogador. E que a ele deve muito Káká. Não hajam dúvidas! Eu aqui também frisei isso, há uns tempos, logo após a eliminação do ManUnited pelo Milão.

A Holanda em mim

É verdade que este blog tem andado muito centrado na selecção da Holanda, presentemente a defender o título de campeã europeia de Sub21. Por isso, peço desculpa aos leitores (sejam lá eles quantos forem...) deste blog para quem esse tema seja distante, enfadonho ou mesmo fútil, mas é mais forte que eu. Eu vibro com a oranje elftal e não há nada a fazer. Vão mesmo ter de esperar que o torneio acabe e que Vlaar levante a taça para se repor a normalidade neste blog...

Posto isto, aqui fica a referência ao, agora mesmo descoberto por mim, por acaso, blog do Luís Sobral — A Holanda em mim. Título fantástico e promessa de análises interessantes sobre o que por lá se anda a passar, dentro e fora dos relvados.

quinta-feira, junho 14, 2007

Ainda a recusa em ver o mundo e a vida objectivamente...

E hoje de manhã ouvi as declarações de Gilberto Madaíl. Nem vou perder tempo com tal figurinha... Tenham vergonha na cara!

quarta-feira, junho 13, 2007

Na meia-final!

Couceiro e Moutinho, na flash interview, insinuam e pedem, respectivamente, para «que os holandeses não joguem para o 0 a 0», «nem façam favores a ninguém» numa referência clara ao próximo jogo entre a Holanda e a Bélgica. Mas quem é que eles julgam que os holandeses são? Os portugueses? É incrível como a primeira coisa que vem à cabeça destas criaturas são estas contas primárias, estas manhosices! Livra!

Mas que vai saber bem jogar contra a Bélgica com o apuramento garantido lá isso vai. Em vez de 1 ou 2 levam 3 ou 4... E uma vez mais nota positiva para Drenthe. Este vai ser, definitivamente, o seu torneio. Força, técnica, pulmão, finta e muita, muita pinta.

terça-feira, junho 12, 2007

Ai... ai... ai...

Sexta-feira passada "postei" aqui uma pequena resenha sobre a história recente dos confrontos futebolísticos entre Portugal e a Holanda. Ontem mencionei o facto de, mais uma vez, as duas selecções estarem no caminho uma da outra (Euro Sub21) e de terem agendado um jogo para amanhã. E não têm sido poucas as vezes em que me questionei sobre como correrá o jogo de amanhã. Ontem à noite, porém, a Fátima Campos Ferreira deu uma ajudinha. Vai correr mal, por certo... Aposto o que quiserem que amanhã até o Santo António vai servir para dar uma ajudinha contra os infiéis.
Eu vi o 1º jogo de Portugal (contra a Bélgica; o mais recente "inimigo"; mais um da Flandres...) e deu para perceber que os "meninos" já têm as manhas dos "graúdos". Ver o Nani (esse novo "orgulho" nacional; e sempre quero ver como é que o C. Ronaldo o vai receber, no ManUnited...) no chão a espernear propositadamente para acertar num adversário apenas por que este fez falta (não são as faltas parte integrante do jogo?) e, ainda por cima, logo de seguida, ver o capitão (!) Hugo Almeida a agredir um outro é de um tipo se atirar às paredes. Mais à frente ainda vi o Manuel Fernandes a ser papado por um belga, a ficar humilhado (e estas coisas vêem-se tão bem na televisão), imediatamente raivoso, e ZUM, direito ao belga, uns passos mais à frente e ZÁS, sarrafada. Onde é que eu já vi isto?
Esta malta tem de aprender a civilizar-se. A controlar as emoções. A ser profissional. Como diz a minha mãe, quando as coisas te correm mal, seja onde for, seja como for, quem é que está lá sempre? Quem é? Tu! Ora bem, já repararam que sempre que um jogo "dá merda" Portugal é uma das equipas presentes? Isto não é uma coincidência, isto é reincidência. Isto não é resiliência, isto é imprudência.

Mas voltando à Fátima Campos Ferreira... Que merda era aquela ontem à noite? Qual era a intenção? Quem era aquela gente? Eu não vi tudo, como podem calcular, mas aposto que alguém deve ter sugerido enviarmos os nossos PJs para a Holanda para deslindar o caso... E umas assistentes sociais para os ensinar a receber o estrangeiro! Uma mixórdia, foi o que foi. Que desígnios mantêm este estranho estado de coisas, que levam Portugal (e os Portugueses) a implicar com a Holanda (e os Holandeses)? Karma? Talvez. A mim entristece-me.

segunda-feira, junho 11, 2007

Drenthe

Ontem arrancou o Europeu de Sub21 onde a Holanda pretende conquistar o bi (após se ter sagrado campeã da Europa em 2006, em Portugal). Como seria de esperar começou com uma vitória da oranje elftal sobre Israel. E pelo que vi mais tarde (no jogo entre Portugal e a Bélgica) não será difícil passar a fase de grupos. Mas o que interessa realmente aqui é Royston Drenthe. Se no ano passado foi Huntelaar a dar nas vistas, este ano parece vir a ser Drenthe. Parece estar ali o sucessor de Edgar Davids. Quem sabe? E bem que a selecção A precisa de um Davids! A ver vamos.


Foto: Getty Images.

domingo, junho 10, 2007

Prazer

E em dia de festa fui, desde cedo, agraciado. Hoje, pela fresca, pude sentir o prazer de montar a cavalo no exterior. Hoje, montado no Ice, na companhia do Amílcar e guiados pelo professor Jorge, fui passear pelos campos circundantes da Quinta da Pateira. Subindo, descendo, passeando, trotando, no meio dos pinheiros e das vinhas. Prazer. Obrigado.

Parabéns...

... Portugal!

Quem me conhece sabe que isto me é difícil, e aproveito para afiançar que não estou a ser cínico. Antes estou a treinar-me. A Percepção da Unidade não pode, não deve, ser só conversa, tem de ser praticada. Embora torcendo o nariz na maior parte das vezes aqui ficam os meus sinceros parabéns a Portugal, neste 10 de Junho de 2007.

sexta-feira, junho 08, 2007

Cometas !! E em fogo !!

E já agora, aqui fica o concerto dos Comets On Fire!

Pardais! E vermelhos!

Já aqui tinha mencionado essa data memorável que deve ter sido (foi certamente) 27 de Maio passado. Red Sparowes e Comets On Fire numa só noite! E no Paradiso, Amsterdam!
Via Amplificasom, podemos ver aqui em baixo o que ainda não nos foi possível ver por estas bandas. Será possível que não haja uma alma caridosa que os traga a Portugal? Aguardemos.

Dejá vu

Ontem deitei-me cheio de azedume. [ainda assim, esta palavra é deliciosa...] Depois da minha sessão de quinta-feira com Keller, O'Reilly, Beecher e companhia, e como não tinha muito sono, passei pela RTP Memória e... Katrapum! Durante hora e meia revi uma das minhas piores noites dos últimos tempos. Quem me conhece já está mesmo a adivinhar. Sim, falo dessa funesta noite em que Portugal eliminou a Holanda no Mundial de 2006. Mas se o jogo nem um ano tem o que fazia ele na RTP Memória? Pois, o diabólico disto tudo é que o jogo datava de 1990 e tratava-se de um jogo de apuramento para o Euro 1992 (Suécia), e Portugal e Holanda encontravam-se no mesmo grupo de apuramento. Safa! Esta sina vem de longe mesmo. Este foi, na realidade, o primeiro jogo entre Portugal e Holanda. Quando a coisas começam mal dificilmente endireitam! Dezassete anos volvidos e o filme foi o mesmo de há um ano atrás. Sem tirar nem por (à excepção das expulsões, que não existiram então). Uma arbitragem miserável (desta feita, a penalizar sem sombra de dúvidas a Holanda), uma equipa assente numa mistura perigosa de pouca ambição e soberba (falo da Holanda, claro), uma equipa cheia de sarrafeiros e aldrabilhas (falo de Porutugal, claro; os mergulhos para a área do Cadete eram de rir...) e um resultado final de 1 a 0. Sim, Portugal ganhou (o jogo era no assustador Estádio das Antas), mas a isso já eu estou habituado... A história recente a isso me obrigou.
Aquilo a que na realidade nunca me habituarei são os comentadores desportivos (essas personagens que complementam tão bem a essência da "joga" portuguesa; sim que a selecção nacional não vive sem os compéres da caixinha que mudou o mundo...). Os que há 17 anos relataram aquele jogo eram do melhor que há... «Uma arbitragem impecável deste árbitro, sim senhor... bem, há aquela história do penalty, mas isso é melhor não lembrar, vamos mesmo suprimi-la do relato.» «Silvino com a bola, claro está, agora não tem pressa, faz mesmo por perder um pouco de tempo.» Cito de cor, naturalmente, mas a ideia está lá. Acho mesmo que só em Portugal é que é aceite e considerado parte integrante do jogo que uma equipa que está a ganhar comece a perder tempo (falo dos comentadores, não dos jogadores). Mas se essa ideia não for sancionada fora das quatro linhas quando o será lá dentro? Pois... nunca.
Bem, quanto ao jogo, pude assistir a uma exibição pobre e desinspirada quer de Van Basten quer de Gullit (pois, era a maior parte da equipa campeã da Europa de 1988...), pude assistir a uma exibição ainda atabalhoada de Frank de Boer (na sua 2ª internacionalização) e pude deliciar-me com um jovem Dennis Bergkamp (um dos meus jogadores de sempre) que dava os seus primeiros passos (tratava-se mesmo da sua 1ª internacionalização). E que passos! O comentador alguma vez mencionou esse jovem jogador que tanto havia de dar ainda ao futebol? Não, claro está. Para a história fica o facto de Portugal não se ter qualificado e de a Holanda ter ido atés às meias-finais do Europeu de 1992. Deve ter perdido nas grandes penalidades como é apanágio... Porra! e não é que foi mesmo? Perdemos 5-4 a penalties, depois de um empate a 2-2, com a Dinamarca, que se veio a sagrar campeã (notável campanha, de resto, lembram-se?).
E pronto, aqui fica o genial Bergkamp no 3-1 à Alemanha.

domingo, junho 03, 2007

Perversão

Ontem vi um cromo do Roberto Carlos, ao serviço da selecção brasileira, colado no cartucho de balas de uma AK-47. Esta arma automática estava a servir de almofada a um jovem rapaz que morria lentamente no meio do mato. Não foi uma imagem agradável de se ver. A globalização é perversa. Qual germe, qual vírus invisível (ou nem por isso), cobre o planeta, espalha os seus valores e ideais impassível e imune ao sofrimento global. Um jovem guerrilheiro, um menino, de AK-47 em punho, sonha com o pontapé-canhão do Roberto Carlos entre escaramuças de aldeia em aldeia. Que mundo é este? Consegue ter acesso a um cromo do futebolista mas não consegue ter acesso a paz/pão/habitação!

Isto a propósito do filme/projecto Crianças Invisíveis. Do qual, na realidade, só se aproveita o execelente filme de Spike Lee, Jesus Children of America. Ah, e o do John Woo, também está baril.

White Heat














«Verna — Why don't you keep it all?...
Cody — You're cute. Come here.
Verna — Why don't you? We could travel, buy things. It's what money is for.
I look good in mink coat, honey.
Cody — Hum, hum. You look good in a shower curtain.»

Já não se conspira assim. Já não se mente assim. Já não se ama assim.
White Heat (1949), Raoul Walsh. Verna (Virginia Mayo) e Cody (James Cagney).

sábado, junho 02, 2007

E ainda a propósito...

... ai as dores no pescoço!
Os meus trintas e muitos já não se dão bem com o headbangerismo... mas sabe tão bem!

PELICAN (the videos)

Ainda bem que houve algumas almas capazes de registar o momento para a posteridade...
Embora a imagem e o som não estejam grande coisa. A imagem é chato, mas o som na boa porque, bem puxadinho, ainda ressoa nas cabeças de quem lá esteve...

Santiago Alquimista. 31 de Maio 2007. Via Paulogrind.


"Aurora Borealis" e "Drought". Porto-Rio. 30 de Maio 2007. Via Amplificasom.

sexta-feira, junho 01, 2007

PELICAN

Palavras para quê? Não é que eu não queira, não é aquela coisa tipo "não-tenho-palavras-é-incrível-não-sei-explicar-não-há-palavras-bué-adrenalina", não, não é isso. É só que não consigo. Tocaram com uma energia do c$$$$$o, tocaram o "Drought" e não posso pedir mais. Foi muito, muito, muito, muito bom.
De resto, faço minhas as palavras do Covas Dauro.





















Além de que tivémos direito a um bilhete à antiga. Uau!
[Tive pena de não ter visto os Riding Panico; fica para a próxima.]

Todos sabemos o que fazer quando alguém nos incomoda, certo?

«"Parece que a nossa candidatura
veio para incomodar. Mas é para
isso mesmo que aqui estamos:
para incomodar", disse ainda
a candidata independente.»


Leio isto, hoje de manhã, no Público. Uma vez mais, estamos conversados. Já não bastava a história de estar constantemente a ser referida como "a candidata independente", agora ainda assume que vem para incomodar... As palavras têm poder, cara candidata independente, e aqui fica a explicação de incomodar:

Incomodar: do Lat. incommodare
v. tr., causar incómodo a; molestar;
desgostar; importunar; inquietar;
v. refl., sofrer incómodo;
fig., irritar-se; indispor-se.


E ainda há quem pense em votar nela... Masoquistas! Não tenham dúvidas de que ela sabe incomodar. Depois não se queixem.