quarta-feira, junho 27, 2012

domingo, junho 24, 2012

Em defesa do prazer


A equipa da Alemanha, pura e simplesmente, não sabe o que é o prazer. É um conceito estrangeiro.

A equipa da Espanha é onanista. Trata-se de prazer, é certo. Mas não é para partilhar. É deles, para eles. É quase constrangedor.

A equipa de Portugal, primeiro, não é bem uma equipa e, segundo, se o fosse não saberia, à semelhança do povo que tão bem representa, o que fazer com ele. É uma incapacidade.

Resta a equipa da Itália. Resta Pirlo. Resta Balotelli. Por si sós garantia de emoção e dos prazeres díspares que daí possam resultar.

quinta-feira, junho 21, 2012

O genro já foi...


Mark van Bommel, de seu nome. Anunciou já o fim da sua carreira internacional. A braçadeira fica agora no braço tatuado de Wesley Sneijder. Fica muito bem entregue. Só falta o sogro.

segunda-feira, junho 18, 2012

Nomes


Para mim a solução passaria por Foppe de Haan, de caras. Há muito tempo que aprecio o trabalho deste velhote junto das camadas jovens {muitos dos jogadores que agora vestem a camisola laranja foram já campeões under21 com Foppe}, desde 2008 que me parece que era uma boa aposta. Assim não foi, pois quando BvM assumiu o cargo parece que Foppe foi falado para o dito cargo, mas mal tratado e afastado. Parece-me que deve ser persona non grata lá para os lados da KNVB. Caso encerrado. Além do mais encontra-se neste preciso momento a treinar a seleção de Tuvalu {sim, estes tipos têm uma selecção; sim, devem ser mesmo maus; sim, já conseguiram perder um jogo por... 18x0}, lá para os lados do Pacífico. Cheira demasiado a reforma, não é mesmo?

Por outro lado já se começa a falar, e com muita força, diga-se, em Ronald Koeman. Parece-me bem. Sempre gostei dele como jogador. Quer no Barça, quer na selecção laranja. E deixou-me muito boas memórias quando da sua passagem pelo Glorioso. A campanha, nesse ano, na Champions foi magnífica {ManU, Liverpool, Barcelona, entre outros}. A ver vamos. Qualquer coisa me parece melhor que a situação em que nos encontramos. Aguardemos.

Lying down in greener pastures...


Finito. Três jogos, zero pontos. Mais ou menos 30 minutos jogados em 270 possíveis. Muita birra. Muita zanga. Muito cansaço. Muita falta de visão. Aparentemente até muito grito houve, ontem, junto à linha lateral. Muita má cara. Uma factura cara, de quatro anos disparatados. Ao que parece o contrato de BvM está garantido até 2016. Mas como na vida nada é garantido. Haja coragem e parta-se para outra.

domingo, junho 17, 2012

Face value


Não há Heitinga... E agora? Que semblante devo ter como referência? Tudo é possível a partir de agora. Tudo ou nada. Agora ou nunca. Ou vai ou racha. Que ganhe o melhor!

Coisas do arco-da-velha...


Por cinco vezes aconteceu esta empolgante situação de, na terceira jornada da fase de grupos, a passagem aos quartos-de-final estar ainda por decidir, para todos. Em 1984, 1992, 1996, 2000 e 2004 {detalhes aqui}. E hoje. Portugal experimentou a sensação, em 1984, e avançou até cair aos pés de Platini nas meias-finais. A Holanda passou por esse aperto, em 1996, e caiu logo a seguir, também ela frente à França {nos penalties, e como não?}. A grande particularidade dessa edição de 1996, desse último jogo da Holanda {frente à Inglaterra}, é que a Holanda seguiu em frente apesar de uma derrota por... 4-1!


sábado, junho 16, 2012

Back to the early 1600s...


Off-topic



Adoro descobrir westerns vindos do nada. Um western realizado por Arthur Penn com Marlon Brando, Jack Nicholson e Harry Dean Stanton? Tanto melhor. The Missouri Breaks. Belíssima tarde de sábado. Personagens do caraças, alguns diálogos muito bons, as "cenas feno de Portugal" {o filme data de 1976} estão aceitáveis e a cena da degola é do melhor. Do melhor mesmo.

Amanhã, que semblante?



Em 2008 Bert van Marwijk assumiu o comando da selecção holandesa. Esta selecção vinha de uma campanha absolutamente maravilhosa, sob o comando de San Marco, iniciada em 2006 {no Campeonato do Mundo} e terminada em 2008 {no Campeonato da Europa}. Na Alemanha, a selecção holandesa, após ter conseguido passar o "Grupo da Morte" {Argentina, Costa do Marfim, Sérvia}, caiu aos pés da selecção portuguesa {nesse infeliz jogo para sempre relembrado como a "Batalha de Nuremberga"}. Na Suiça, após ter conseguido passar o "Grupo da Morte" {França, Itália, Roménia}, a selecção holandesa caiu aos pés da selecção russa {nesse infeliz jogo das braçadeiras negras; o luto e a bola não jogam...}. Num caso ou noutro, a selecção holandesa caiu devido a factores {de peso} externos. Mas ainda assim {ou por assim ser}, quer em 2006 quer em 2008 {sobretudo em 2008, que loucura de jogos!}, a selecção holandesa brilhou acima da média, lembrando velhos tempos. Mas van Basten deu lugar a van Marwijk.
E com van Marwijk chegou à selecção holandesa o hocus-pocus mourinhesco. Do qual se paga a factura neste momento. A mentalidade ganhadora, o vencer a qualquer custo, o abafar da personalidade individual em favor da personalidade da equipa, o jogar feio se tal for necessário, toda essa palhaçada foi o dia-a-dia laranja nos últimos quatro anos. Mas, dirão os que apenas gostam de ganhar, em 2010 conseguiu-se chegar à final. Que bom! Lembram-se dos jogos? Pois... Tirando 45 minutos de grande luxo {contra o Brasil} nada mais a apresentar. Miséria miserável. Até contra o Japão, caramba, não fomos além de um triste 1 a 0! Em quatro anos apenas nos jogos amigáveis a selecção holandesa jogou bonito, empolgada e empolgante. Nos campos, quando a sério, vacilou sempre. Ou no estilo de jogo {mas conseguindo apesar de tudo garantir o resultado} ou mesmo nos resultados {conseguindo apenas humilhar-se perante o mundo}. A pressão é imensa. Bert van Marwijk instilou nos rapazes algo que demora em diluir. Mas ainda há esperança.
Os egos voltaram, ao que parece. E as vaidades. E as birras. Ao contrário do que se possa pensar, isso é bom. Isso é o clima holandês, desde sempre. O meio ambiente onde tudo se torna de repente possível. Até aqui têm andado todos muito manietados, todos a alinhar por um único discurso. A esperança reside no facto de o momento ser de tal ordem vulnerável, as coisas correram já tão mal, que a pressão pode já não importar, se notar. A ver vamos. Nos dois primeiros jogos, no túnel, quando as equipas estão alinhadas, as imagens são verdadeiramente esclarecedores. Heitinga é a bitola, acreditem. Estive a rever as imagens e confirmei o que sentira nesses momentos. Heitinga dá o mote. A pressão, o stress, a nervoseira, o medo {no jogo face à Alemanha o modo como o van der Wiel olha para Neuer diz tudo, pobre rapaz}. Amanhã, mal veja o semblante de Heitinga saberei se vamos ganhar ou não. Saberei se vamos em frente ou se voltamos para casa. Desta vez, ao contrário dos dois últimos torneios, serão decididamente os factores internos a ditar o resultado.

quarta-feira, junho 13, 2012

Ressaca


«De Jong and van Bommel were supposed to represent the ugly face of the modern Dutch game. They were supposed to be cynical, hard-tackling spoilers who protect the back four in a broken 4-2-3-1, winning balls so that the front four can convert on the other end. That was the pragmatic style that took the Dutch to the World Cup final two years ago. The canal belt intellectuals may not have liked it, and some even saw it as a betrayal of the Total Football tradition, but it was indisputably effective. Not anymore. With Mesut Ozil dragging the pair back and forth and creating space, Bastian Schweinsteiger was able to find unfathomable amounts of space in what Ottmar Hitzfeld terms "the red zone", that is, the central area 10-20 yards outside the 18-yard box. It is the space that defenses must protect above all else -- Roy Hodgson has based a career on it -- and yet Schweinsteiger merrily picnicked there in the first half, having time to measure his through-balls to Gomez. Whatever other problems plague the Dutch -- they may have moved away from the total-footballing 4-3-3 philosophy, but the traditional sulking, backbiting and infighting remain as popular as ever -- this basic structural error undermines everything else.» {daqui}


Esta é a verdade das coisas. É disto que eu me queixo desde 2008. É isto {maldito Bert!} que tem de acabar até domingo. Não acredito muito, mas a esperança é a última a morrer...

Oma wij hebben je fiets gevonden


Hoje é um grande dia. Hoje é dia de clássico {mais aqui e aqui}. Esperemos que sem grandes casos, sem grandes sobressaltos. Com uma rotunda vitória final laranja.


Assholes



Ontem à noite, antes do jogo Polónia vs Rússia. Eu a querer deixar de ter ódios de estimação e estes tipos sempre a pôr-me à prova... Desenvolvimentos (?) aqui.

terça-feira, junho 12, 2012

Alegria no Trabalho


Ontem, Inglaterra vs França, minutos antes do apito inicial, a selecção inglesa posa para a fotografia oficial... Glen Johnson mal podia esperar... Lindo! :D


domingo, junho 10, 2012

Closure



Este é o torneio em que deixo de sentir asco/repulsa/irritação pelas selecções da Itália e da Alemanha. Desde 1982. Desde Paolo Rossi. Desde Harald Schumacher. São 30 anos, é tempo demais. Peace.

Je Maintiendrai



Nada está perdido.

sábado, junho 09, 2012

Jesus, am I pissed...



«A sense of impending doom was drawn on the Dutch faces throughout the game. A hush descended over their otherwise boisterous fanbase as the team in front of them grew both desperate and lethargic from the efforts in vain and the heat and humidity. And as the clock ticked toward the final whistle, possibility begat inevitability and the Danes registered the first upset of the tournament.» Nicely put. Texto vindo daqui.

I'm so pissed right now...



{Amsterdam, antes da derrota frente à Dinamarca. Foto de Har Monica.}

En nu het nieuws... #1


As injecções de morfina já estão a fazer {algum} efeito. Aqui fica a primeira contribuição da nossa correspondente em Amsterdam.


«Bom cá vai disto, lá fui eu toda ramelosa e despenteada dar uma voltinha aqui na rua. Está tudo a postos: a vendedora de arenque, o jovem padeiro com os donuts com cobertura laranja, o avô, as coffeeshops, o africano e a sua namorada holandesa. :D» Har Monica


Faltam 6 jogos!


sexta-feira, junho 08, 2012

Let the games begin...


A poucos minutos do início de mais um Campeonato da Europa, aqui fica um interessante artigo sobre os inícios dos últimos 8 campeonatos da Europa.

Faltam algumas horas...


quinta-feira, junho 07, 2012

Falta menos de 1 dia...


Enquanto não chega o apito inicial, aqui fica um belo texto do Simon Kuper sobre o "Garrincha holandês".


quarta-feira, junho 06, 2012

Treino


A quem interessar, live stream do treino laranja de hoje à tarde {17:00}.


Faltam 2 dias...


E enquanto esperamos, aqui fica um interessante texto sobre os realizadores de futebol franceses e de como andam a matar o jogo...

terça-feira, junho 05, 2012

E as "boas" ideias, serão de repetir?


Há dois anos foi na África do Sul {Robbeneiland}, amanhã será na Polónia {Auschwitz}. Mais uma visita a um sítio "maldito". Bert van Marwijk acha que faz bem aos rapazes colocar as coisas em perspectiva. Se calhar tem razão, quem sou eu para discordar.

As boas ideias são para repetir...


Há dois anos foi na África do Sul {Court Hillbrow}, hoje foi na Polónia {Cracóvia}. Mais um Cruijff Court inaugurado. Pelo próprio "mister" e pela oranje elftal.


Faltam 3 dias...


Haarlemmerstraat, Amsterdam, Juni 2012. (© Har Monica)


É com grande prazer que registo mais uma contribuição da nossa correspondente em Amsterdam, Har Monica. Ao que consta, apenas temos de esperar que as injecções de morfina comecem a fazer efeito... E assim possa esta contribuição prolongar-se durante o mês da competição, assim possa ser reavivada a rubrica "En nu het nieuws". Hup Holland Hup!

segunda-feira, junho 04, 2012

Está na hora


Os rapazes já treinam em Cracóvia. Está, portanto, na altura de desfraldar a bandeira na varanda. De engalanar o blog, novo blogroll, novas cores, um tema acima de todos os outros. Tirania da bola! Tirar a camisa, o casaco e o cachecol do armário. Encarnar. Alaranjar! Durante um mês {espero!} serei novamente um puto. É assim, de 2 em 2. Assim se vai envelhecendo em estilo. ;)

Faltam 4 dias...


domingo, junho 03, 2012

sábado, junho 02, 2012

sexta-feira, junho 01, 2012

As minhas rótulas não querem ir para Campinas


Há sensivelmente um mês que os meus joelhos me doem. Me deixam mal. Faço gelo quando me lembro, dou-lhes com o duche gelado quando tenho coragem. Mas não doem sempre. Nem a todo o momento. Se corro na praia a toda a brida, fugindo à Matilde, não se queixam, não me derrubam, deixam-me ser feliz. Mas se ando, por aí, no dia-a-dia, a descer escadas, a subi-las, ir às compras, busca a Júlia, faz a janta, bom, aí, é só sinais, arrepios, guinadas.

*

Ontem à noite levei um tiro numa rótula. Sonhava... Sim, foi do "outro lado", mas foi duro. Não me lembro se era a esquerda, ou se era a direita. Lembro-me, sim, que sofri com a coisa, não foi agradável. Mas, por estranho que pareça {ou talvez não}, também não foi totalmente desagradável. Quando uma coisa tem um propósito não pode ser desagradável. Desagradável será sempre o tempo que demoramos até descortinar/ler/assimilar o dito propósito...

*

Uma coisa sei. O tiro vinha com sotaque brasileiro, o ambiente geral era tropical, a bala foi disparada por um moleque desavindo com a vida. Até tive direito a sorriso e dichote maliciosos, logo após o disparo. Não me lembro da frase textualmente, mas creio que a ideia não deve andar longe disto: algo em mim resiste em andar. Melhor posto. As minhas rótulas não querem ir para Campinas.

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Elas sabem lá o que querem {poderemos pensar}. Mas eu sei o que quero. E ninguém {eu, aqui, caramba, oi, me escuta, aqui!} me ouve. Só me resta falar comigo mesmo, através delas. Há que estar atento, companheiro. A grande verdade é que quando corro na praia não penso onde será a repartição das Finanças em Campinas. Nem quanto custará um litro de leite no Brasil. Por outro lado, enquanto espero numa qualquer fila de supermercado, tenho tempo para isso. E não o desperdiço. Enquanto subo as escadas até lá acima {sempre são 4 andares sem elevador...}, mesmo sem dar por ela, estou a pensar se devo optar por casa ou apartamento, se deve ser com ou sem condomínio, se Barão Geraldo será ou não uma boa opção.

*

Se a minha rica mãe me estivesse a ouvir neste preciso momento, não duvido que diria algo deste género: o importante é estar na fila do supermercado com o mesmo espírito de felicidade, com o mesmo coração aberto, com a mesma consciência, como quando corremos na praia, rindo com uma filha. Na praia como no supermercado, em Lisboa como em Campinas, em Campo de Ourique como em Barão Geraldo. Sempre atento. Sempre vivo. Sempre aberto ao que aí vem. Se ela me dissesse algo como isto isto, eu acenaria, concordaria, sorriria. Até acrescentaria um «que interessante!».

*

Tenho de ir contar tudo isto às minhas rótulas...

Faltam 7 dias...


Primeira internacionalização (frente à Eslovénia) de Ibrahim Affelay, Março de 2007.

Golo de "Ibi" Affelay no último jogo da Holanda (frente à Eslováquia), Maio de 2012.