segunda-feira, março 26, 2007

Shame on you...

E para finalizar, ver que após dar uma olhadela pelas primeiras páginas dos jornais nenhum deles (excepção feita ao DN; que a tal foi obrigado por ao concurso se ter associado) noticiou o facto de Salazar ter ganho o concurso é pura e simplesmente lamentável. Vergonhoso. Melhor, dá para perceber, isso sim, um pouco mais do porquê de Salazar ganhar um concurso destes...

Coming down...

E já agora, constatar que a força do PC já não é o que era também é digno de registo...

Coming out...

Como este blog é apoiante de todo e qualquer coming out, como este blog imagina o quão difícil e desestabilizador deve ser o processo de coming out, como este blog é acérrimo defensor da ideia de que cada um deve ser como cada qual, este blog felicita, pois, todos os votantes em "António de Oliveira Salazar como sendo o Grande Português" nesse gesto tão crítico que é o de assumir (seja lá o que for...). É sempre bom ver as pessoas assumirem-se como são. Este gigantesco coming out cá dentro é salutar e deve ser congratulado.

domingo, março 25, 2007

Hipnotica

Gostei de ouvir agora mesmo, na Rádio Europa, o João Branco dos Hipnotica. É bom ficar a saber, de vez em quando, que nem tudo é simplório e da treta neste país. Andam há anos a trabalhar e a produzir música, aqui e ali, na deles, nunca tinha dado por eles, mas vou ver se lhes dou um pouco de atenção nos dias que aí vêm. Boa onda.

quarta-feira, março 21, 2007

21 de Março de 2007

E viva a Primavera !!!
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terça-feira, março 20, 2007

Na sequência do post anterior e pensando em Miccoli...

E como dizia o avô do meu amigo Silva: «Tudo o que é pequenino tem graça, menos o bife e a carcaça».
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segunda-feira, março 19, 2007

!!! GLORIOSO !!!

Como dizia o meu avô e os do bando dele: «Isto vai lá!».
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Este homem é de morte...

Ontem à noite ri-me tanto com este tipo na SIC Notícias que hoje de manhã não resisti e fui dar uma volta no Youtube. Encontrei o "menino guerreiro" e aqui vos deixo com esta pequena jóia...
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domingo, março 18, 2007

A Deolinda apanhou um cacilheiro mas ficou a ver Lisboa por um canudo (suspiro)...

Ontem a Deolinda subiu ao palco pela segunda vez este ano. E pela segunda vez fui (fomos, que a Susana também embarca nesta cena) vê-la. Desta vez o local era o Incrível Club (antigo Cinema Incrível Almadense, em Almada), um espaço recentemente recuperado pela "grande" Maria Emília (presumo) e agora gerenciado pelos membros dos O'QueStrada. O sítio tem piada, está bem esgalhado, é arejado, mas, francamente, tem uma gerência de fugir. Só as peripécias à volta de como servir uma Cuba Livre seriam mais que suficientes para implodir o sítio, mas vá lá... não vou por aí.
Uma vez mais Ana Bacalhau e os seus parceiros me encantaram e pagaram bem a minha ida à minha querida Capitão Leitão. Deolinda rules!, portanto. Mas, e por muito que me custe admiti-lo, este foi um concerto que ficou muito aquém do do Cefalópode. Soube a pouco. Também é verdade que os padrões estavam elevadíssimos... Logo à chegada, e ao longo do compor da sala (que de resto não se compôs assim muito...), deu para perceber que a falange amiga da Deolinda não tinha marcado presença (e parece-me que a Deolinda, e logo o espectáculo em si, tem muito a ganhar com a componente "amigos" presente...) e que a maior parte da audiência não sabia bem ao que ia. Fiquei mesmo com a ideia de que a Deolinda deve funcionar melhor em salas menores, ambientes mais apertados, onde haja mais calor e (algum) fumo. Seja como for algo parecia não estar bem. E esse algo foi o suficiente. Não sei eles estavam desatinados com outro algo, mas sei que a mim me chateou bastante o diafragma da máquina de um fotógrafo que por ali andava, cujo disparar comia constantemente as palavras da Deolinda. Isto para não falar do público lá mais para trás que se esteve a marimbar para o concerto e não parava de fazer barulho. Uma vez mais, o que é que custava ao pessoal da casa mandá-los calar?
A energia a que assistimos no Cefalópode não esteve presente ontem à noite no Incrível Almadense (basta pensar que até o escarro do Toninho saiu sumido, sem garra...) mas estiveram lá as belíssimas letras e o profissionalismo com que aqueles músicos as amparam e embalam. Parabéns, pois, à Deolinda. E coragem. Para a próxima sai melhor!
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Para quem não esteve lá, aqui fica o primeiro dos três temas do encore: O Fado não é mau.
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FCP 0 X SCP 1

Agora é só ter dranquilidade...

sexta-feira, março 16, 2007

Euribor macht frei

A Helena Botto dos Tristes Tópicos diz com bastante humor que «o mundo divide-se entre os que dizem "euribór" e os que dizem "euríbor"». Lamentavelmente, cá para mim, o mundo divide-se entre os que se estão nas tintas para a euribor e os que não têm outro remédio senão debatê-la (e pagá-la, claro está) nos corredores das empresas onde trabalham.

!!! GLORIOArrrrrrgggghhghhh....

Como vês, meu caro Vasco, razões tinha eu para indagar das probabilidades de vir (ou não) a estar feliz na noite de ontem... Saímos de lá com a eliminatória conquistada, justos vencedores é certo, mas pessoalmente saí da catedral (e não fui o único) com um enorme amargo de boca, sem sorriso estampado, nem direito a cervejinha e prego... Pois uma vez mais, e infelizmente, são os adeptos do SLB a ditar o título deste post. Uma vez mais esta massa indistinta fez das suas. Aquilo que poderia ter sido uma bela noite europeia acabou por ser um triste espectáculo. Sim, culpo mais os adeptos do que os jogadores, apesar de tudo...
Sessenta e cinco mil benfiquistas na catedral ontem à noite. Um ambiente do caraças! Embora alguns assobios se tenham ouvido por altura do alinhamento das equipas, o ambiente geral estava positivo. Demasiado positivo, havia quem pensasse... O Glorioso entrou nervosinho nos primeiros cinco minutos, mas depois brindou-nos com uma meia hora de futebol do melhor, na qual marcou dois golos e na qual poderia ter marcado mais dois, pelo menos. Mas, de repente, quando tudo estava a sair bem e se adivinhava e desejava uma goleada, começa o estádio num ola burra (como se houvesse olas não burras...), numa manifestação bacoca de apoio a uma equipa que ainda tinha mais de metade do jogo pela frente. A cena é que muita gente vai à bola como quem vai ao Circo, ou ao Disney no Gelo, ou à Aida ao ar livre no Castelo de Óbidos... Porra, aquilo é um assunto sério! Ola?! Essa merda é para os mundiais. Aqui o que se pretende é apoio aos jogadores e atenção, muita atenção. E tensão. Claro que quando o Pauleta meteu um frango (para mim é frango) ao Moretto a merda da ola parou e com ela parou tudo. Silêncio sepulcral, elimitória empatada. Só quem está muito distraído é que acha que estar a ganhar aquele jogo por 2 a 0 é bom... Daí para os assobios foi um pulinho. Ver o Moretto lesionado, a ser assistido, e meio estádio a a chamar pelo Moreira é dos espectáculos mais tristes a que assisti na Luz. Eu, dos três guarda-redes, é de quem gosto menos, mas era ele que estava ontem na baliza. Era com ele que tínhamos de contar. E do golo francês até ao intervalo já não pudemos contar com mais ninguém. Fernando Santos diz que os jogadores se empolgaram demasiado... Porra, o público pode ser parvo e gostar das olas mas os jogadores têm de ter a cabeça no lugar. Na segunda parte já estava o ambiente estragado e o jogo para aí caminhava (aposto o que quiserem que o Fernando Santos equacionou o cenário penalties!). No fim, foi mesmo um penalty que resolveu a situação e nos levou para os quartos-de-final da UEFA. Tá bem.
No fim do jogo (na realidade, desde o 3 a 1 até ao recolher dos jogadores) o barulho voltou, os cânticos, o "ninguém pára o Benfica" e os aplausos. Mas a verdade é que não cantei, não sorri e ao olhar em volta para todas as caras conhecidas (aqueles que ali vão de 15 em 15 dias) nenhuma estava a sorrir, nenhuma estava a cantar. De mãos nos bolsos (e o irónico é que estavam cheios!) recolhemos a casa...

quinta-feira, março 15, 2007

Rise and... SHINING !

Boa malha, esta destes noruegueses! Apanhei estes tipos através do Escape From Noise e por tal lhe estou (uma vez mais) agradecido. Rui, se passares por aqui, ouve que deves gramar. Mattis, será que passas por aqui?, será que ouves disto?
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E logo à noite...

... vou ser feliz?
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[as borboletas já se fazem sentir...]
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quarta-feira, março 14, 2007

Faltam 3 dias...

... para o próximo concerto da Deolinda. Sábado que vem no Incrível Almadense, pelas 23:00. E pronto, não chateio mais ninguém com a Deolinda. Quem quiser ir, vai; quem não quiser, chapéu. No entanto, aqui fica uma pequena amostra...



terça-feira, março 13, 2007

!!! GLORIOSO !!!

O presidente do SLB já pediu publicamente, ao que sei, para que a nação benfiquista iniciasse aquilo que ainda há umas semanas não passava de conversas tímidas entre amigos. Falo da onda vermelha, desse poderoso movimento de quem quer ser e acredita poder ser campeão. Ontem à noite, sentiu-se pela primeira vez nesta época, certo que por breves instantes, uns pequenos vislumbres do que é o chamado "inferno da luz" (que nada mais é que várias dezenas de milhar de benfiquistas contentes da vida aos berros puxando pelos seus jogadores, lá em baixo). Desde a época em que fomos campeões pela última vez e desde a fase europeia de Koeman que não se sentia essa energia para os lados da catedral. Pois essa energia do "ninguém pára o Benfica" está de volta, sem equívocos. Naturalmente que o tira-teimas serão as duas próximas jornadas... Quanto ao jogo em si, apenas me apetece tirar o chapéu ao David Luiz (o Anderson que se cuide...) e ao Simão e ao Petit pelos grandes golos que marcaram. A nota negativa, claro, tinha de ficar para o engenheiro. Então tira o Miccoli para colocar o Derlei e deixa em campo... o Nuno Gomes?! Eu até gramo o Nuno Gomes, mas ontem esteve mesmo mal, confrangedor...

segunda-feira, março 12, 2007

Brazilian Nuggets

Ontem, através do Panóptico, descobri e comecei a explorar o fantástico blog Brazilian Nuggets. Neste blog um tal de F. Peracoli propõe-se «divulgar a pouco conhecida psicodelia brasileira». E pretende «postar com freqüência alguns álbuns relevantes e raros dos anos 60 e 70, bem como resenhas, históricos e curiosidades». Peracoli não só divulga a informação sobre os músicos e os seus álbuns como disponibiliza os mesmos em mp3. Nao se pode querer mais! Blog obrigatório, portanto.
Apenas dei umas voltinhas e já descobri pérolas como o Manduka e o Jards Macalé. Grandes músicos, grandes discos. Saquei também a banda (trilha!) sonora do seco e duro e poeirento Deus e o Diabo na Terra do Sol desse grande realizador brasileiro que foi Glauber Rocha. E por aqui se pode constatar que Peracoli não se cinge estritamente à "psicodelia brasileira" (lindo!) dando também espaço a cenas mais fora do baralho.

domingo, março 11, 2007

E o calor, senhores...

Hoje, de manhãzinha, na Quinta da Pateira, calhou-me o Quixote. Eu e o Quixote damo-nos muito bem! Uma vez mais acabei agarrado a ele, feliz da vida. Acreditam que cheguei a dar-lhe "turrinhas" com a cabeça?...
Mas o melhor de hoje foi mesmo o calor. O calor do Sol (sim, que a Primavera hoje visitou-nos) que nos levou a trotar no exterior, o que amplia significativamente a experiência, e o calor do cavalo. Porque hoje experimentei montar sem luvas, hoje senti o calor, esse calor tão próprio e tão intenso e tão certinho, quase pueril, esse calor que emana dos cavalos. Tudo neles é calor, uma superfície macia, respirante, quente. É de uma saúde! Toca-me. Obrigado Quixote.

sexta-feira, março 09, 2007

O Público Errou

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Eduardo Prado Coelho encontra-se
doente e, até à sua recuperação, este
espaço será ocupado, de 2.ª a 6.ª,
pelo director adjunto Nuno Pacheco


É impressão minha ou isto já mete nojo? Será possível que ainda ninguém (para não falar mesmo em Nuno Pacheco, que assina a coluna diariamente) tenha dado conta de que isto já enjoa? É que nem sequer percebo qual a utilidade da coisa. É para expressar apoio moral a EPC? E como será que EPC lê esta nota, dia após dia, na sua convalescença? E o que acontecerá a Nuno Pacheco quando EPC recuperar? Fica ele de cama? E se EPC não recuperar (god forbid; knock on wood; cruzes canhoto), o que passarão a colocar ali? Tremo só de pensar...

!!! GLORIOSO !!!

O meu amigo Serafim enviou-me este vídeo hoje à tarde. Presumo que com o intuito de me provocar. Pois eu não me pico. Pelo contrário, eu acho isto, sei lá, ternurento. Aqui fica um dos meus inúmeros consócios... Sim, porque somos muitos ou já se esqueceram?


Reforma precisa-se...

«Coitado, esse, reformou-se e morreu.» Desabafo ouvido no 28, hoje de manhã. Fico a pensar. O tipo foi um coitado porque morreu mal se reformou e, por isso, não aproveitou a reforma ou, pelo contrário, e foi essa a sensação com que fiquei pelo tom do desabafo, morreu porque se reformou, porque não sabia viver sem trabalhar? Se assim foi, porque passam os portugueses a vida a desejar a hora da reforma? Para morrer? Isto é deprimente...

Arrrrrrgggghhghhh....

Mau demais. Tremideira enervante. Quinta-feira que vem, ao menos, será um grande jogo. Disso estou certo. E viva o Glorioso!
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[David Luiz, esteve bem; João Coimbra, também.]

RTP(rateleira)

Toda a minha vida ouvi falar das prateleiras da RTP. Que, numa dança cíclica, para elas iam uns e delas saíam outros, que eram, no fundo, um posto como qualquer outro. Que era assim, pronto. Recentemente, num verdadeiro assomo de serviço público, estes programas autocelebratórios da RTP têm-nos mostrado, finalmente, que elas existem e que são muitas e enormes. E que se recomendam... não se sabe bem é a quem.

quarta-feira, março 07, 2007

Robben



É um prazer ver este rapaz jogar!
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[pena é que sirva um emblema tão foleiro...]
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terça-feira, março 06, 2007

ISIS

E na sequência do post anterior (irritou-me, pá...), só me resta badalar aos 4 ventos, uma vez mais, o poder dos ISIS. Estes sim, são grandes! Só falta mesmo alguém trazer esses gajos cá... em Abril!



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Arcade Fire

Pois, não dá para fugir à coisa. Estou a ouvir neste momento o último dos Arcade Fire e não posso senão concordar com o Covas Dauro. Isto não é lá grande coisa, pois não? Para mim o que estes gajos conseguiram foi condensar num só disco, melhor, num só som (até porque o outro disco era melhor, parece-me; este é mais do mesmo), as vibrações, as espectativas, as alegrias e as tristezas, os feelings dos sons vários dos idos de 80. Sacaram o melhor de um leque vasto e capaz dos anos 80 e fizeram isto. Como quem está, de momento, nos lugares do soundbite e da crítica nos media, nesta altura da vida, são os tipos que viveram os Anos 80 intensamente (desesperadamente, como se nada mais houvesse; mas não é assim com todas as adolescências?) é, pois, compreensível que ande tudo doido com os canadianos. Isto é música para os ouvidos dos "oitentóctones" (e esta definição, linda definição!, é da Susana). Nada mais certo. Certo? Mas nada mais que isso.
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[Além do mais só oiço o pessoal a falar dos Talking Heads, mas a mim aquilo que me soa mais é a Waterboys. E esses, porra, não dá!]

Roses are roses....

Estava eu a descer a Calçada da Estrela (pois, ia no 28...) e, numa das breves paragens que pontuam a viagem, algo me chamou a atenção. Tratava-se da montra de uma florista que anunciava a proximidade do Dia Internacional da Mulher (8 de Março). Nada mais natural. Há que vender flores e nada melhor que este dia. Mas algo me chamou ainda mais a atenção. «Espera aí, aquela ali é a Pam Grier...» pareceu-me. E era. Um poster com o elenco do L Word (algo semelhante ao que aqui coloco) servia para vender flores no próximo dia 8. Fantástico. Se a dona da florista é lésbica, a cena é linda. Delicioso. Parabéns! «Mas e se a senhora (se calhar é um senhor...) não sabe quem colocou na montra?», pensei já o 28 andava calçada abaixo. Estes são tempos difíceis de ler e interpretar... Mas fantástico, anyway. O ponto está feito e certeiro.

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28










Eu ando no 28. Quer isto dizer que utilizo o eléctrico 28. Na realidade, «eu ando no 28» quer dizer (para mim) muito mais. Basta dizer que esse foi o meu primeiro meio de transporte público. Foi devido a ele que eu tirei o meu primeiro passe, que ostentava ao peito, todo orgulhoso, a caminho do colégio. Foi nele que me esfolei todo, uma e outra vez, ao tentar descer em andamento. Era nele que andava "à penda" vezes sem conta. Vivi durante anos e anos junto à estação terminal do 28 (nos Prazeres) e estudei e trabalhei em pontos da cidade servidos pela travessia deste eléctrico. A travessia, este termo é excelente! Sim, o 28 é propenso a travessias. E as colinas que atravessa, as vagas certamente.
De há um ano para cá voltei a servir-me (servir-se de um transporte; outra concepção notável) do 28 com regularidade (o meu novo poiso profissional trouxe-me ao Chiado). Quando utilizamos um meio de transporte público regularmente (e, sobretudo, em horários consistentes) começamos a ter uma noção da população desse meio de transporte público e de certa secção da cidade. Na realidade, tornamo-nos parte dessa população. Essa é que é essa. Pois na minha secção da cidade, no meu bairro transportado colectivamente, há um crescente número de malta a cheirar a mijo. Não era assim este eléctrico. Não. Carteiristas, sempre houve, desde que me conheço. Velhotas chatas, sim, também. Agarrados, bem, poucos. Turistas, porra, demais. Mas malta a cheirar a mijo, essa para mim é nova. E bem chata. E como está frio a malta inibe-se com as janelas abertas... E como começam a ser muitos torna-se difícil memorizar os seus horários, de modo a contorná-los. Alguns são certinhos e eu já sei que, por exemplo, se falho o 28 das 09:00 já vou apanhar com o "pinguinhas" das 09:15. Isto não é vida para ninguém. Muito menos para estes indivíduos, naturalmente. É tramado quando um tipo se apercebe que o país anda ao ritmo do 28!

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Foto do eléctrico de © hughshaw/FOTOLIA

segunda-feira, março 05, 2007

!!! GLORIOSO !!!

Já me estava a esquecer de "postar" mais uma vitória do Glorioso... E que bem que soube esta última. Nuno Gomes a marcar novamente (num golo tão bem desenhado; à ganda Miccoli!), vencer a cima do Mondego (para quem dá importância às tretas inventadas pela imprensa escrita cá do burgo), o FCP continua a sentir o nosso calorzinho na nuca (e que jogão vai ser o da Luz daqui a umas semanas...) e o SCP volta a patinar e diz (digo eu) adeus ao título deste ano. Jogámos mal, dizem alguns. Pois. Mas não costuma ser sempre assim?... Não é o que estão sempre a dizer? Gostam de se repetir... 'Tá bem abelha! Cheira-me que esta época vamos ser outra vez campeões na secretaria...

Blodeio-te!

Porque haverá tanto ódio e rancor na blogosfera?, pergunto-me, por vezes, enquanto passeio ela.

Abril, concertos mil...

Fiquei hoje a saber que o grande, o enorme, Bonnie "Prince" Billy vai juntar-se aos Red Sparowes, à Deolinda, aos Pelican e aos Cult of Luna nessa enchente de concertos em Abril que vem. Não se pode querer mais! Vai ser um mês "pádesgraça"...

sábado, março 03, 2007

quinta-feira, março 01, 2007

Óbito

Bento – A fera das balizas
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A rigidez da sua expressão nunca enganou ninguém. O seu sorriso, de quando em vez amanhecido, também não. Manuel Bento sempre foi, desde a nascença até ao dia do seu falecimento (aos 58 anos, vítima de doença súbita), uma pessoa humilde e dono de uma simpatia muito própria e, acima de tudo, sincera. Talvez as suas origens o expliquem. Ainda miúdo, já Bento “partia pedra”, conhecendo o duro mundo das obras. O sustento da família era mais importante, naquela altura, do que outras levezas da vida. Leve, leve-zinho, Bento começou, nessa altura, a despertar uma outra paixão: o futebol. Aos 15 anos deu um novo rumo à sua obra e estreou-se com a camisola do Riachense. Mas não se fale em sonhos. Bem pelo contrário, a realidade de Bento continuava a ser dura, visto que cada treino era uma travessia de quilómetros (feitos, por norma, de bicicleta). A arte de pedreiro, juntamente com a condição física de “ciclista”, complementaram a qualidade que guardava entre mãos. Leve, levezinho (pelo menos para um guarda-redes), Bento pecava pela escassez de centímetros (não era um guardião muito alto), mas sobrava-lhe quilómetros de qualidade. Por isso mesmo, novo, novinho, transferiu-se para o Goleganense, clube da sua terra.
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A estória de uma paixão “encarnada”
As suas defesas voaram até Lisboa, onde o Sporting demonstrou interesse. Mas Bento não gostou da forma como os dirigentes leoninos quiserem vê-lo desvinculado do seu clube de sempre e não foi de modas: regressou a casa. Quem aproveitou tal brinde foi o Barreirense. Corria o ano de 1966, andava a Selecção Nacional a encantar meio mundo em terras de Sua Majestade, e o menino Bento tornava-se num reforço da turma da margem sul, satisfazendo o desejo do guardião, ou seja, ressarcindo o Goleganense. Passaram-se dois anos até que Bento obtivesse uma simbólica vitória ao serviço da turma do Barreiro: nem mais, diante do Sporting.
Bento tornou-se, indirectamente, num dos obreiros de mais um título do Benfica – visto que os “leões” até estavam bem lançados para tentar alcançar o ceptro máximo – e desde então que não mais os “encarnados” deixaram de lançar sérias propostas ao Barreirense, tendo em vista a contratação de Manuel Bento. Em Agosto de 1971, finalmente, chegou ao Benfica, já depois de ter participado na festa de homenagem a Mário Coluna, onde teve o prazer de substituir Lev Yashin. Curioso como, no lugar do melhor guarda-redes de sempre, Bento dava o primeiro passo para se tornar no melhor guardião português de todos os tempos (trata-se de uma opinião que pode ser discutida, claro).
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Pela “porta grande”
Felino, guerreiro e uma das caras (e mãos) da mística do Benfica, Manuel Bento tornou-se no senhor das redes do Glorioso ao longo de quase duas décadas, tendo conquistado, no total, 16 títulos. Razão para dizer que é... obra. E só não ganhou, igualmente, a Taça UEFA, porque o Benfica perdeu a final diante do Anderlecht, no início da década de 80. Seria o merecido reconhecimento europeu para uma brilhante carreira onde, entre milagrosas defesas, conseguiu estar 1290 minutos consecutivos sem golos sofrer. Mas mais que sofrer, até chegou a marcar golos (de penalty) em eliminatórias europeias.
O “Homem de Borracha”, como lhe chamavam os jornalistas britânicos também se tor-nou conhecido pelo mundo fora, tendo defendido as redes lusas no electrizante EURO 84 e no Mundial 86, embora aí tenha vivido a fase mais melindrosa da sua carreira, quando contraiu uma grave lesão num dos treinos realizados após a vitória por 1-0 sobre a Inglaterra. Rude golpe para uma Selecção que não mais se endireitou, perdendo com a Polónia e Marrocos e regressando a casa sob o estigma de “Saltillo”. A sua carrei-ra “durou” até à década de 90, despedindo-se dos relvados, mas seguindo o seu caminho no mundo do futebol enquanto treinador. Reencontrou, no entanto, a felicidade ao serviço do futebol juvenil do Benfica, onde era treinador de guarda-redes. Fica a sensação que tudo acabou cedo demais, mas se olharmos bem para os 58 anos de vida e mais de 40 de carreira de Manuel Bento, então não podemos deixar de concluir que se despediu da vida pela “porta grande”.
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Para a história
Manuel Galrinho Bento - Guarda-redes
18 épocas no Benfica (1972-90); 466 jogos; 8 Campeonatos Nacionais; 6 Taças de Portugal e 2 Supertaças; 63 Internacionalizações.
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Texto: Ricardo Soares
Bibliografia: “Grande Enciclopédia DN dos Europeus de Futebol”; “100 Anos, 100 Troféus”; “Memorial Benfica - 100 Glórias”; “História de 50 Anos do Desporto Português de A Bola” e “The World Encyclopedia of Football”.

Saquei o texto do site do SLB. Espero que não levem a mal. E viva o Bento!

!!! GLORIOSO !!!

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O SLB está de parabéns!
Já cá cantam 103 aninhos nesta longa vida de glórias e lágrimas.
Ninguém pára o Benfica!!!
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Todos os Livros

Covas Dauro já tinha posto no mundo o Escape From Noise.
Agora lança o Todos os Livros.
Boas leituras!

As minhas noites não têm sido tão belas quanto os vossos dias...

Hoje já dormi mais tranquilo. De saída já de uma série de noites agitadas e repletas de imagens, sons e sofrimentos vários. Desde um amigo meu estupidamente humilhado por mim, a um tumor na cabeça do tamanho de uma bola de golfe, passando por um auto-carro despenhado e submerso nas águas de um rio, e acabando num acordar com os pés para a cabeça e a cabeça para os pés, as últimas noites não têm sido pacíficas. Terá sido o meu tio Telmo (ver post anterior) a resgatar-me desta turbulência recente?
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E que papel terá nisto tudo esse filme, que acaba de me vir à memória, esse filme notável (cheio de mistérios e dores abafadas; tão onírico todo ele) que é o Mes Nuits Sont Plus Belles Que Vos Jours (Andrzej Zulawski, 1989)?

(tio) Telmo

Hoje acordei com saudades do meu tio Telmo. Tio de empréstimo (amigo e não de sangue) mas figura de sobeja importância na minha infância. O seu volume, o seu bigode, o timbre da voz, a sua magnífica colecção da National Geographic e tudo o que me ensinou dia após dia. Senti sobretudo saudades da minha tarefa de escudeiro desse cavaleiro regressado de uma África longínqua. Todos os dias de manhã, e ao fim do dia, e sempre que fosse necessário, era eu quem o ajudava a colocar ou retirar a prótese que lhe fazia a vez de uma perna amputada. Com essa prótese aprendi o conceito de vácuo... Por onde andarás tu, Telmo?