Aquilo a que na realidade nunca me habituarei são os comentadores desportivos (essas personagens que complementam tão bem a essência da "joga" portuguesa; sim que a selecção nacional não vive sem os compéres da caixinha que mudou o mundo...). Os que há 17 anos relataram aquele jogo eram do melhor que há... «Uma arbitragem impecável deste árbitro, sim senhor... bem, há aquela história do penalty, mas isso é melhor não lembrar, vamos mesmo suprimi-la do relato.» «Silvino com a bola, claro está, agora não tem pressa, faz mesmo por perder um pouco de tempo.» Cito de cor, naturalmente, mas a ideia está lá. Acho mesmo que só em Portugal é que é aceite e considerado parte integrante do jogo que uma equipa que está a ganhar comece a perder tempo (falo dos comentadores, não dos jogadores). Mas se essa ideia não for sancionada fora das quatro linhas quando o será lá dentro? Pois... nunca.
Bem, quanto ao jogo, pude assistir a uma exibição pobre e desinspirada quer de Van Basten quer de Gullit (pois, era a maior parte da equipa campeã da Europa de 1988...), pude assistir a uma exibição ainda atabalhoada de Frank de Boer (na sua 2ª internacionalização) e pude deliciar-me com um jovem Dennis Bergkamp (um dos meus jogadores de sempre) que dava os seus primeiros passos (tratava-se mesmo da sua 1ª internacionalização). E que passos! O comentador alguma vez mencionou esse jovem jogador que tanto havia de dar ainda ao futebol? Não, claro está. Para a história fica o facto de Portugal não se ter qualificado e de a Holanda ter ido atés às meias-finais do Europeu de 1992. Deve ter perdido nas grandes penalidades como é apanágio... Porra! e não é que foi mesmo? Perdemos 5-4 a penalties, depois de um empate a 2-2, com a Dinamarca, que se veio a sagrar campeã (notável campanha, de resto, lembram-se?).
E pronto, aqui fica o genial Bergkamp no 3-1 à Alemanha.

Sem comentários:
Enviar um comentário