Há 10 anos
sábado, maio 31, 2008
sexta-feira, maio 30, 2008
Globalitarismo
Eis uma boa definição. Gostei. Por vezes, é mesmo essa a sensação que dá. Uma Globalização que facilmente se torna num Globalitarismo. Parece que quem cunhou tal termo foi o pensador baiano Milton Santos.
Via Panóptico.
Via Panóptico.
quarta-feira, maio 28, 2008
Oranje selectie
Este ano não comprei a caderneta nem vou fazer a colecção da Panini, mas estes são os meus cromos e aqui ficam, pois, os 23 eleitos. Agora que a lista ficou definitivamente fechada só posso então desejar que van Basten consiga, 20 anos depois, levar estes jovens atletas à vitória final e erguer, pela segunda vez, a Taça de Campeão Europeu.
1 Edwin van der Sar
2 André Ooijer
3 John Heitinga
4 Joris Mathijsen
5 Giovanni van Bronckhorst
6 Demy de Zeeuw
7 Robin van Persie
8 Orlando Engelaar
9 Ruud van Nistelrooy
10 Wesley Sneijder
11 Arjen Robben
12 Mario Melchiot
13 Henk Timmer
14 Wilfred Bouma
15 Tim de Cler
16 Maarten Stekelenburg
17 Nigel de Jong
18 Dirk Kuyt
19 Klaas Jan Huntelaar
20 Ibrahim Afellay
21 Ryan Babel
22 Jan Vennegoor of Hesselink
23 Rafael van der Vaart
Coach: Marco van Basten
1 Edwin van der Sar
2 André Ooijer
3 John Heitinga
4 Joris Mathijsen
5 Giovanni van Bronckhorst
6 Demy de Zeeuw
7 Robin van Persie
8 Orlando Engelaar
9 Ruud van Nistelrooy
10 Wesley Sneijder
11 Arjen Robben
12 Mario Melchiot
13 Henk Timmer
14 Wilfred Bouma
15 Tim de Cler
16 Maarten Stekelenburg
17 Nigel de Jong
18 Dirk Kuyt
19 Klaas Jan Huntelaar
20 Ibrahim Afellay
21 Ryan Babel
22 Jan Vennegoor of Hesselink
23 Rafael van der Vaart
Coach: Marco van Basten
A verde e branco...
Isto é bom, muito bom. E sei de uma senhora que há-de gostar de aqui vir...
E não deixa de ser intrigante/interessante/emocionante reparar como as cores-chave da pintura de Denis se encontram condensadas/concentradas/essenciadas {isto diz-se?} nos dois automóveis de Hitchcock... Bizarro.
E não deixa de ser intrigante/interessante/emocionante reparar como as cores-chave da pintura de Denis se encontram condensadas/concentradas/essenciadas {isto diz-se?} nos dois automóveis de Hitchcock... Bizarro.
Como não tenho nada para oferecer, vendo-me.
Mas nem tudo são coisas boas... {ainda estou a vibrar, desde ontem... wada, wada, wada} Não. Também há cenas tristes... Esta cidade está à venda. Já repararam? Nao há rua em Lisboa que não ostente miseravelmente uma ou duas plaquitas informando (quem?, pergunto-me) de que aquele andar, aquela cave, aquela loja, se encontra à venda. Não há nada mais triste do que uma cidade vazia e praticamente sem interesses, nada mais triste excepto uma cidade vazia e praticamente sem interesses que, ainda por cima, acha que é vendável, que alguém quer comprar... Este país, que já foi de merceeeiros, é agora um país de agentes da Remax {atenção, podia ser outra qualquer}. Eu bem os vejo, ali em frente, da minha janela, todos excitados com a perspectiva de irem colocar mais uma plaquinha. Saem pela fresquinha, lavadinhos, o odor do cigarro e do café misturados ainda presente, nos seus Smarts enfeitados. Estas plaquinhas que aqueles tipos engravatados à la Rui Santos vêem como a face visível de um incrível negócio a mim só me parecem as lápides de um qualquer cemitério. Esta cidade está-se a tornar num gigantesco cemitério. Como eu dizia ainda há pouco, há cenas tristes.
Fui agora mesmo à janela ver se via um agente certificado e vi, antes, um par de andorinhas pura e simplesmente deliciosas a sobrevoar as copas das árvores da avenida. Uma cidade vazia e praticamente sem interesses que, apesar de tudo, ainda mantém umas quantas andorinhas em jogos e floreados não está perdida de todo...
Fui agora mesmo à janela ver se via um agente certificado e vi, antes, um par de andorinhas pura e simplesmente deliciosas a sobrevoar as copas das árvores da avenida. Uma cidade vazia e praticamente sem interesses que, apesar de tudo, ainda mantém umas quantas andorinhas em jogos e floreados não está perdida de todo...
Boriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiis
Os filminhos já começaram a chegar ao Youtube... Primeiro os do concerto do Porto, mas ontem não foi muito diferente disto {este Kirarah é um mestre com a câmara... lol}. Enjoy!
As fotos {muito boas, por sinal} também são do concerto no Porto, e foram sacadas ao Amplificasom {muito agradecido}.
As fotos {muito boas, por sinal} também são do concerto no Porto, e foram sacadas ao Amplificasom {muito agradecido}.
Wada, Wada, Wada, Waddaa, Wadaa, Wadaa, Wadaaaaa, Wadaaaaa, Wadaaaaa, Waaadaaaaaa, Waaadaaaaaa, Waaadaaaaaa....
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Abençoados aqueles que podem um dia sujeitar-se a tal power, a tal muralha de som, a tal mestria do "cagaçal"! Boris SO fucking rules! Bless you Atsuo, Wata (I think I'm in love... lol) and Takeshi!
terça-feira, maio 27, 2008
sábado, maio 24, 2008
Para mim, é Sánchez!
E por falar em Família, eis que chega um novo elemento... Hoje ouvi na telefonia a conferência de imprensa de apresentação do novo treinador do Glorioso. Bom, nada a dizer em relação ao "mister". Tem de começar a trabalhar e de colocar aqueles rapazes a correr e mais nada. Lá para o Natal falaremos... {se lá chegar, gulp...} Mas de Vieira começo já a suspeitar da sua orientação sexual.... {não que haja algo de errado com isso, parafraseando Seinfeld} Se o ano passado foi o equipamento cor-de-rosa, este ano é um treinador que responde pelo nome Quique Flores! Mas onde andam estes tipos com a cabeça?! "Mister" Flores?!?! Sempre estou para ver como vão resolver mais este embróglio... Safa, não há descanso! Ao menos tem um quê de Dr. House, o que até pode ser bom {dada a sua popularidade por estas bandas}, pois bem sabemos o quanto precisa o Glorioso de um diagnóstico como deve ser... Só rezo mesmo é para que o tipo não tenha o péssimo hábito de vestir camisas à-la-"mister"-van-Basten-no-último-Mundial... Safa, haja coração!
A ficção realizada ou a realidade ficcionada...
Já todos reparámos, já todos sabemos, com mais ou menos pormenor, já todos arrepiámos um pouco a espinha, e por aí andamos de cabeça perdida, coração nas mãos, entre a Maddie e a Kampush, e já foi em tempos a Joana e agora é uma menina de Torres Novas, e quando julgávamos que o fundo era negro mas estava tocado, eis que não, agora surgem os Fritzl, sim são vários, são eles todos, não se trata apenas daquele velho que nos enche o primetime, ó morbidez das morbidezes!... E tudo a olhar para a Escola, para o Estado, para a Igreja, para os Media... para algo que nos devolva um passado que julgamos ter sido possível, um passado do qual não temos memória. Porque se tivéssemos saberíamos que esse passado não existe, não existiu, esse estado puro de existência não se cumpriu nunca. Porque há, desde sempre, Homem; porque há, desde sempre, Família. E nós sempre a olhar para fora, quando devíamos olhar era para dentro; ou para o lado (dentro) da família. São inumeráveis as parábolas, fábulas, adágios, enigmas, que nos remetem sempre para o mesmo: a resposta a um problema reside no problema. Os olhos deviam era repousar na Família... e na Literatura, já agora. Como se comprova neste notável artigo de Ritchie Robertson saído recentemente no TLS {pode ser lido online aqui}. Que anda tudo na Família já não tinha grandes dúvidas... não vai dar sempre num pai, num tio, numa madrasta? Mas que a Literatura, não tão recuada assim no tempo, austríaca era tão fértil em crianças aprisionadas em celas, casas dispersas, agressões "naturais", dependências e torturas várias, you name it... e a Kampush e os Fritzl voltam-nos novamente à memória. Este artigo é mesmo muito interessante. Não restam dúvidas que devemos olhar com muito mais atenção para o que andamos a fazer com as nossas famílias, com os nossos pares, ascendentes e descendentes, e não procurarmos as respostas onde elas não estão; ah, e claro, ler mais, muito mais... Literatura {e não aquelas coisas que de cor-de-rosa têm muito pouco...}
quinta-feira, maio 22, 2008
Evel Knievel {Ivâl Kânivâl}
Mais um de 1971! Grande cromo, that's for sure! Tanto o próprio {o Elvis dos daredevils} como quem lhe dá corpo neste filme {só mesmo para "doidos"... meu Deus} de Marvin Chomsky, isto é, o canastrão daquela terrível série televisiva que dava pelo nome de Dinasty, George Hamilton. Man, it stinks! Mas, como dizia Knievel, «a Roman general in the time of Caesar had a motto - "If it is possible, it is done. If it is impossible... it will be done." And that, ladies and gentlemen, is what I live by».
Edwin rules!
E como não dá para não puxar a brasa à minha sardinha... lol. Este, sim, é o homem do momento. Mal posso esperar pelo "grupinho da morte". Isto se o "mister" van Basten tiver o bom senso de colocá-lo entre os postes... Está cheio de pica, é um farol naquela equipa de malta jovem {sobretudo agora que parece mais que certo que o Seedorf não jogará} e está a anos-luz de Stekelenburg e, sobretudo, de Timmer.
Realmente, por vezes, Deus escreve direito por linhas bem tortas...
Ei?!... Mas onde está o homem do momento? Vai ali a correr? Não. Está ali no assalto ao homem da noite? Não. Está deitado na relva, sozinho, de barriga para baixo, cara escondida, chorando convulsivamente, criança que é, rapazinho que julgam ser, homem sábio e determinado {leia-se, homem de negócios} que sabe ser. Depois desse momento, triste momento, de uma estranha solidão, só lhe restou levantar-se, juntar-se ao grupo, pentear-se para além do razoável, ir ao levantar da taça junto a Bobby Charlton numa das maiores e melhores encenações desportivas de que me lembro, trincar a medalha como só ele sabe e, já hoje, dizer {eu li-o no Guardian} que não promete nada aos adeptos do ManU... Sim, que ainda restam algumas metas a cumprir.
Mas, devo confessar, e aqui vem algo que nunca pensei vir a dizer, ontem até que gostei de o ver jogar {na primeira parte}. Os sucessivos centros eram de morte e o golo é muito bom. Elegante. Deu mesmo gosto vê-lo jogar. Se alguma vez pensei vir a dizer isto... Mas também é verdade que na segunda parte desapareceu e que no momento decisivo falhou. Mas como Deus é um tipo esquisito fez antes {depois} escorregar Terry e deu a Ronaldo e companhia a terceira taça dos campeões. Bom, parabéns aos Red Devils.
Photograph: Graham Hughes/The Times
Mas, devo confessar, e aqui vem algo que nunca pensei vir a dizer, ontem até que gostei de o ver jogar {na primeira parte}. Os sucessivos centros eram de morte e o golo é muito bom. Elegante. Deu mesmo gosto vê-lo jogar. Se alguma vez pensei vir a dizer isto... Mas também é verdade que na segunda parte desapareceu e que no momento decisivo falhou. Mas como Deus é um tipo esquisito fez antes {depois} escorregar Terry e deu a Ronaldo e companhia a terceira taça dos campeões. Bom, parabéns aos Red Devils.
Photograph: Graham Hughes/The Times
sexta-feira, maio 16, 2008
I love the smell of napalm by the morning...
A criança aproxima-se da cama com um "quantos-queres" na mão e uma energia aberta demais para aquele momento.
— Quantos queres?
— IIhhh, agora não... Não me chateies...
— Nã-o-me-cha-tei-es. Que cor queres? Azul clarinho, azul escuro, castanho ou preto?
— ... castanho.
— És um "obcecado".
E foi-se. Só me restou acordar e levantar-me.
— Quantos queres?
— IIhhh, agora não... Não me chateies...
— Nã-o-me-cha-tei-es. Que cor queres? Azul clarinho, azul escuro, castanho ou preto?
— ... castanho.
— És um "obcecado".
E foi-se. Só me restou acordar e levantar-me.
quinta-feira, maio 15, 2008
Weird...
Primeiro os Sound Mirrors, depois, o Schwerbelastungskörper, agora isto... Que raio andará a aproximar de mim, nos tempos recentes, estas moles de cimento, de betão armado, e em formas tão irrecusáveis, tão poderosamente atraentes, quais sereias? Mas não dá para permanecer insensível. São monstros sagrados, restos de tempos, medos e ilusões passados, corpos abandonados, que pesam, aqui e ali, na crosta terrestre. Têm quase um quê de doenças. São eczemas, pontos negros, irritações, na face da Terra.
Uma vez mais via Pruned.
Uma vez mais via Pruned.
Eu fumo, tu fumas, ele fuma...
No elevador do prédio onde tenho o meu atelier continua a fumar-se desalmadamente. E ainda há gente que tem a lata de pedir a cabeça do Primeiro-Ministro?! Hipócritas. O homem é o nosso Primeiro-Ministro. De que estavam à espera? Que fosse muito diferente do resto da maralha? Pois, pois. Quando os doutores e as manicuras lá do prédio deixarem de fumar no elevadores eu passo a ponderar o gesto do Primeiro-Ministro como algo de errado. Até lá, então.
quarta-feira, maio 14, 2008
These guys are so f..... HUGE !!!!!!!!!!!
sábado, maio 10, 2008
Da Damaia para o Mundo...
Já tinha escrito aqui que aguardava com grande expectativa o concerto do passado dia 7 no Cinema São Jorge, o concerto onde a Deolinda iria expor em palco aquilo que tão bem gravou no seu disco de estreia, Canção Ao Lado (2008). Que era grande a curiosidade em relação ao que o disco, agora que é uma realidade, agora que lhes começa a mudar a vida, vinha alterar, acrescentar, remover, polir e aprimorar na relação dos temas com o palco, com o público. Como iriam os 4 fantásticos (eh eh, esta é boa...) abordar o lado mais importante de uma banda, isto é, o palco, o concerto, o ao vivo. E isto sabendo, como sabemos todos os que os viram tocar(-nos) alguma vez, que este é o lado mais forte da Deolinda. Diria mesmo que o palco é a alma da menina, é ali que ela se realiza. O disco está muito bom, sim senhor, mas o palco, sem ele é que não dá.
E como foi o tal palco no São Jorge? Foi apoteótico, disso não restam dúvidas. O berreiro, as palmas, a emoção ali patente naquela gente toda (e eram muitos), a agitação posterior em volta da mesa dos autógrafos, tudo isso o comprova. É verdade que era um espectáculo atípico, no sentido de que se tratava de um lançamento, portanto repleto de imprensa e muitos convidados (dos quais muitos eram família e amigos). Logo, uma casa certamente familiarizada com a banda e garantia de apoio certo e caloroso. Mas não foi de todo injustificado o termo apoteótico, não, eles mereceram todas as palminhas, todas as glórias, portaram-se extraordinariamente bem, tocando acima de qualquer reprovação. Na realidade, temos de ser honestos, nos primeiros 2/3 temas tremeram um tanto ou quanto, mas com o Contado Ninguém Acredita (muito bom, muito bem interpretado mesmo) levantaram voo. E daí até ao fim ninguém restou de pé. O que neste mundo deolindesco significa toda a gente acabou de pé, a bater palmas... de rastos.
O concerto foi, pois, uma confirmação, uma nítida aprovação da arte da Deolinda por parte de quem assistiu. Mas quer isto dizer que amei o concerto? Bom, para mim (e este texto é mesmo muito pessoal... devo estar em desacordo com muito boa gente), há um aspecto a evitar totalmente. Ai, disse-o. Tive coragem para tanto? Ui. Mas é verdade, há algo que para mim não funciona. E esse algo foi o suficiente para não conseguir dar nota máxima ao concerto. Falo das palmas. Das palmas como metrónomo, atenção! Que as outras são benvindas e mais do que merecidas... Desde que me conheço enquanto consumidor de música, enquanto frequentador de espectáculos, nada mais me incomoda do que as palmas vindas do público, marcando (quando o conseguem...) o ritmo, acompanhando a melodia. Brrrr, até dá arrepios... E o que fez a Deolinda? Não só deu azo a que elas surgissem, como incentivou. Bad move I should say... Se não me falha a memória foi com o Fon Fon Fon (sim, foi, que esse é o tema das palminhas por excelência) que tudo começou. Torci o nariz e até comentei «ai, ai, tá tudo estragado... abre-se aqui um precedente». E assim foi. Daí para a frente, mesmo que não solicitado pela Ana Bacalhau, o público já não hesitava e, plás-plás-plás, sacava dos seus "ferrinhos"... Cheguei mesmo a ter de acalmar alguns ímpetos por alturas dos acordes iniciais d'O Fado Não É Mau, sim, acreditem... O Fado Não É Mau acompanhado com palminhas?! Meu Deus, ensandeceram? A Deolinda vive muito das letras, e de como elas lhe saem dos pulmões, e esta malta não percebe que as palmas só atrapalham? Como ouvir a fadista suburbana em condições se estamos submersos em barulho? Eu aceito que a Deolinda queira, goste e acarinhe esta participação por parte do público, que adopte também este tipo de encenação em palco, tudo bem, é mesmo natural. Mas uma coisa é certa, os públicos têm de ser domesticados, têm de ser domados. Não podem entrar em cena quando entenderem, têm de ser eles (os músicos) a dar permissão. E aí a Deolinda ainda tem um caminho interessante a trilhar.
O tamanho da sala também não ajuda em toda esta questão (embora aqui não houvesse volta a dar; era ou não era o lançamento, a festa?). Sempre achei que a Deolinda só tem a ganhar com salas pequenas. Em ambientes mais intimistas e "controlados" esta questão deve ser mais fácil de gerir. Uma ida da Deolinda a uma qualquer cidade por aí fora pede, mais do que um auditório, uma sala, um bar, uma colectividade. Em vez de uma noite numa sala grande, três noites numa mais pequena. Deste modo, cara a cara, a derme, o trejeito, o sorriso velado, mesmo a recriminação, são mais cuidados, acarinhados, preservados. Salas pequenas recomendam-se...
Até porque nestes ambientes mais contidos mais facilmente surgirá aquilo que eu há muito tempo secretamente desejo. As características desta personagem e toda a cena em volta da Deolinda têm tudo para poder mimetizar o fenómeno The Rocky Horror Picture Show (quem já viu um e outro sabe do que falo e perceberá certamente a ligação). Esta dimensão da participação do público nos espectáculos da Deolinda tem muito mais a ganhar com esta dinâmica de culto do que com as palminhas a pedido. Os diversos assobios no Contado Ninguém Acredita só vêm comprovar o que digo. O meu grito «BENFIIICA» e os respectivos apupos da lagartagem presente reconfirmam-no. E esta resposta por parte do público é exponencial e sem fim. De tal forma que no tema da garçonete já fomos (pelo menos) três a querer lançar o coro velado (o do meio do tema)... De concerto para concerto, estes elementos, estas participações, ganham forma e consistência e são inequivocamente mais fortes, mais ricas, que as palminhas da praxe! Aliás, eles sabem-no e alimentam também este lado do diálogo permanente com o público (que sabem também ele ser recorrente e adepto). Veja-se, pois, a muito interessante nuance introduzida no Fon Fon Fon quando a Ana Bacalhau (de sorriso largo) nos diz que o que é Top JÁ não é uma seca...
Pronto, já carpi as minhas mágoas... Agora resta-me mostrar o meu contentamento pelo facto de o salgueiranço {ããã?, perceber aqui} não ter sido assim tão notório. Ao vivo, naquela noite pelo menos, o salgueiranço não incomodou. O final do enorme e tão bem executado Fado Castigo manteve o seu lá-rai-aaaa (mais aberto) em vez do na-rai-aaa (mais anasalado) do disco... lol ;) E o que dizer do Eu Tenho Um Melro, do O Fado Não É Mau, do Clandestino? Só por esses três momentos vale a pena estar vivo. Tenho pena que o meu muito querido Mal Por Mal tenha sofrido um pouco com a tremideira inicial, mas pagas as favas eu digo enfim: foi um concertaço! Deu para perceber que os meninos já andam a brincar instrumentalmente, a experimentar novos arranjos, novas ceninhas lá pelo meio, e fazem bem, sim senhor. Não se acanharam com o disco e estão a andar em frente. Eles que vão andando que nós vamos lá ter!
E como eles não o gravaram, nem o tocaram nessa noite (embora aqui nós tenhamos pedido...) aqui fica o Ignaras Vedetas (numa gravação manhosa feita por mim em Fontanelas, em Abril de 2007.
E como foi o tal palco no São Jorge? Foi apoteótico, disso não restam dúvidas. O berreiro, as palmas, a emoção ali patente naquela gente toda (e eram muitos), a agitação posterior em volta da mesa dos autógrafos, tudo isso o comprova. É verdade que era um espectáculo atípico, no sentido de que se tratava de um lançamento, portanto repleto de imprensa e muitos convidados (dos quais muitos eram família e amigos). Logo, uma casa certamente familiarizada com a banda e garantia de apoio certo e caloroso. Mas não foi de todo injustificado o termo apoteótico, não, eles mereceram todas as palminhas, todas as glórias, portaram-se extraordinariamente bem, tocando acima de qualquer reprovação. Na realidade, temos de ser honestos, nos primeiros 2/3 temas tremeram um tanto ou quanto, mas com o Contado Ninguém Acredita (muito bom, muito bem interpretado mesmo) levantaram voo. E daí até ao fim ninguém restou de pé. O que neste mundo deolindesco significa toda a gente acabou de pé, a bater palmas... de rastos.
O concerto foi, pois, uma confirmação, uma nítida aprovação da arte da Deolinda por parte de quem assistiu. Mas quer isto dizer que amei o concerto? Bom, para mim (e este texto é mesmo muito pessoal... devo estar em desacordo com muito boa gente), há um aspecto a evitar totalmente. Ai, disse-o. Tive coragem para tanto? Ui. Mas é verdade, há algo que para mim não funciona. E esse algo foi o suficiente para não conseguir dar nota máxima ao concerto. Falo das palmas. Das palmas como metrónomo, atenção! Que as outras são benvindas e mais do que merecidas... Desde que me conheço enquanto consumidor de música, enquanto frequentador de espectáculos, nada mais me incomoda do que as palmas vindas do público, marcando (quando o conseguem...) o ritmo, acompanhando a melodia. Brrrr, até dá arrepios... E o que fez a Deolinda? Não só deu azo a que elas surgissem, como incentivou. Bad move I should say... Se não me falha a memória foi com o Fon Fon Fon (sim, foi, que esse é o tema das palminhas por excelência) que tudo começou. Torci o nariz e até comentei «ai, ai, tá tudo estragado... abre-se aqui um precedente». E assim foi. Daí para a frente, mesmo que não solicitado pela Ana Bacalhau, o público já não hesitava e, plás-plás-plás, sacava dos seus "ferrinhos"... Cheguei mesmo a ter de acalmar alguns ímpetos por alturas dos acordes iniciais d'O Fado Não É Mau, sim, acreditem... O Fado Não É Mau acompanhado com palminhas?! Meu Deus, ensandeceram? A Deolinda vive muito das letras, e de como elas lhe saem dos pulmões, e esta malta não percebe que as palmas só atrapalham? Como ouvir a fadista suburbana em condições se estamos submersos em barulho? Eu aceito que a Deolinda queira, goste e acarinhe esta participação por parte do público, que adopte também este tipo de encenação em palco, tudo bem, é mesmo natural. Mas uma coisa é certa, os públicos têm de ser domesticados, têm de ser domados. Não podem entrar em cena quando entenderem, têm de ser eles (os músicos) a dar permissão. E aí a Deolinda ainda tem um caminho interessante a trilhar.
O tamanho da sala também não ajuda em toda esta questão (embora aqui não houvesse volta a dar; era ou não era o lançamento, a festa?). Sempre achei que a Deolinda só tem a ganhar com salas pequenas. Em ambientes mais intimistas e "controlados" esta questão deve ser mais fácil de gerir. Uma ida da Deolinda a uma qualquer cidade por aí fora pede, mais do que um auditório, uma sala, um bar, uma colectividade. Em vez de uma noite numa sala grande, três noites numa mais pequena. Deste modo, cara a cara, a derme, o trejeito, o sorriso velado, mesmo a recriminação, são mais cuidados, acarinhados, preservados. Salas pequenas recomendam-se...
Até porque nestes ambientes mais contidos mais facilmente surgirá aquilo que eu há muito tempo secretamente desejo. As características desta personagem e toda a cena em volta da Deolinda têm tudo para poder mimetizar o fenómeno The Rocky Horror Picture Show (quem já viu um e outro sabe do que falo e perceberá certamente a ligação). Esta dimensão da participação do público nos espectáculos da Deolinda tem muito mais a ganhar com esta dinâmica de culto do que com as palminhas a pedido. Os diversos assobios no Contado Ninguém Acredita só vêm comprovar o que digo. O meu grito «BENFIIICA» e os respectivos apupos da lagartagem presente reconfirmam-no. E esta resposta por parte do público é exponencial e sem fim. De tal forma que no tema da garçonete já fomos (pelo menos) três a querer lançar o coro velado (o do meio do tema)... De concerto para concerto, estes elementos, estas participações, ganham forma e consistência e são inequivocamente mais fortes, mais ricas, que as palminhas da praxe! Aliás, eles sabem-no e alimentam também este lado do diálogo permanente com o público (que sabem também ele ser recorrente e adepto). Veja-se, pois, a muito interessante nuance introduzida no Fon Fon Fon quando a Ana Bacalhau (de sorriso largo) nos diz que o que é Top JÁ não é uma seca...
Pronto, já carpi as minhas mágoas... Agora resta-me mostrar o meu contentamento pelo facto de o salgueiranço {ããã?, perceber aqui} não ter sido assim tão notório. Ao vivo, naquela noite pelo menos, o salgueiranço não incomodou. O final do enorme e tão bem executado Fado Castigo manteve o seu lá-rai-aaaa (mais aberto) em vez do na-rai-aaa (mais anasalado) do disco... lol ;) E o que dizer do Eu Tenho Um Melro, do O Fado Não É Mau, do Clandestino? Só por esses três momentos vale a pena estar vivo. Tenho pena que o meu muito querido Mal Por Mal tenha sofrido um pouco com a tremideira inicial, mas pagas as favas eu digo enfim: foi um concertaço! Deu para perceber que os meninos já andam a brincar instrumentalmente, a experimentar novos arranjos, novas ceninhas lá pelo meio, e fazem bem, sim senhor. Não se acanharam com o disco e estão a andar em frente. Eles que vão andando que nós vamos lá ter!
E como eles não o gravaram, nem o tocaram nessa noite (embora aqui nós tenhamos pedido...) aqui fica o Ignaras Vedetas (numa gravação manhosa feita por mim em Fontanelas, em Abril de 2007.
If London Were Like Venice
E esta é outra história absolutamente deliciosa! {aqui ou aqui} A fazer lembrar esse outro delírio urbano que era o de Neu York... {aqui mencionada há uns tempos atrás} As montagens fotográficas são assustadoramente bem feitas, tendo em conta que datam de 1899... Depois apercebi-me de que a mesma revista fez, anos mais tarde, a mesma "brincadeira" com Londres e Nova Iorque. A ver aqui.
Tudo via Pruned.
Tudo via Pruned.
Deus escreve direito por linhas tortas...
Esta história de Chip Kidd sobre a sua cópia do New York Times de há dois dias atrás é absolutamente fantástica! Dêem lá um salto e verão.
Via The Book Design Review.
Via The Book Design Review.
sexta-feira, maio 09, 2008
Upa, upa... sejam bem-vindos
Hoje vou dar uma naifada na minha veia fascista e amante da ordem! Ui... Ando há meses e meses sem saber o que fazer com os blogs que não permitem comentários. Isto é, o que fazer com os blogs que não aceitam comentários e que eu gramo! Desde cedo que institui aqui a regra de que um blog que não aceita comentários não pode, merece?, justifica-se porventura!?, ir para o blogroll "Blogs Amigáveis". Ali é lugar para aqueles que eu curto e volto e revolto; e sobretudo aqueles onde eu sei que me é permitido ir lá, bater à porta e perguntar pela vida (ou quando não está ninguém em casa, deixar mensagem...), aqueles onde eu sei que as impressões se podem trocar. Mas há blogs que eu curto e volto e revolto e que, ainda assim, não têm caixinha, não têm orelhinha onde sussurrar um obrigado, ou berrar «um vai dar banho ao cão!»... O que faço eu com eles? E alguns até me linkam... como permitir que esta situação se arraste? Bom, a partir de hoje são meus amigos na mesma, quer queiram, quer não queiram. E vão todos lá para cima. Upa!
Acho que se deve à Alexandra (ver post anterior) esta tomada de consciência. Uma vez mais obrigado.
Acho que se deve à Alexandra (ver post anterior) esta tomada de consciência. Uma vez mais obrigado.
Mais uma que dá vontade de exclamar: «Se isto não é lindo, então o que é?...»
Alex Metcalf inventou um cone metálico altamente sofisticado que lhe (nos) permite ouvir as árvores, o som das árvores. Não o som que as árvores libertam quando fustigadas ou acariciadas pelos elementos. Mas antes o som que elas fazem, o som delas, o som interno (dos seus órgãos?), o som que lhes vai nas entranhas. Isto é lindo. O que eu gostaria de experimentar tal audição.
A "inveja" que sinto (de quem ali se sentou naquela relva) devo-a à Alexandra que hoje de manhã me "deu" este presente. Muito agradecido.
O artigo do Guardian também vale a pena.
A "inveja" que sinto (de quem ali se sentou naquela relva) devo-a à Alexandra que hoje de manhã me "deu" este presente. Muito agradecido.
O artigo do Guardian também vale a pena.
quarta-feira, maio 07, 2008
Falta pouco mais de 1 hora...
... para o lançamento de Canção Ao Lado, da Deolinda, no São Jorge (Lisboa).
Vão sem mim, que eu vou lá ter!
Vão sem mim, que eu vou lá ter!
segunda-feira, maio 05, 2008
Teresa Prata
Nunca tinha ouvido falar da senhora (é mais uma das que anda lá por fora...), nunca vi nenhum dos filmes dela (curtas e médias, porque só agora se estreou com uma longa), mas acabei de a ouvir na TSF a afirmar que se tivesse que escolher o filme da vida dela, escolheria o Idi I Smotri. {!!!!!!!!!!} Temos mulher, apetece dizer. Não é todos os dias que ouvimos tal escolha. Eu descobri-o no estertor do ano passado e foi imediatamente para o top 10!
E, confesso, agora fiquei curioso com o tal do Terra Sonâmbula (a partir do romance homónimo de Mia Couto), filme que lhe custou sete anos a sair do lombo e que, não tarda nada, estará por aí. Aguardemos.
E, confesso, agora fiquei curioso com o tal do Terra Sonâmbula (a partir do romance homónimo de Mia Couto), filme que lhe custou sete anos a sair do lombo e que, não tarda nada, estará por aí. Aguardemos.
sexta-feira, maio 02, 2008
Fado Toninho
Aqui fica o vídeo por que todos esperávamos! Palavras para quê? E não esquecer que no próximo dia 7 de Maio estes quatro "cromos" vão estar no Cinema São Jorge para lançar o fantástico Canção Ao Lado. A não perder!
WOW!
«During a seemingly endless nighttime hypertextual journey through Wikipedia — one that took us from Tempelhof to a crash course on Nazi architecture and to Hitler's imagined future capital, Welthauptstadt Germania, a city that became a ruin without first having existed, and to Albert Speer, whose post-war gardening activities are worth detailing, which we will in a future post, i.e., if we still have the stamina to trudge through his excruciatingly long diary for the few relevant entries, before looping back to the start to then read about the Berlin Airlift, whose infrastructural and spatial organization, including the three air corridors above the blockaded Soviet Occupied Zone, we find so utterly interesting — we discovered the Schwerbelastungskörper.
So what is it?
It's a massive cylindrical block of concrete, standing 18 meters high and weighing in at 12,560 metric tons. It is located in the Berlin neighborhood of Tempelhof, where the eponymous airport is found.
The name is translated as “heavy load-bearing body,” although someone in the discussion page has suggested that “heavy load-exerting body” might be more accurate. It was constructed in 1941 to test how well the marshy ground upon which Berlin sits could handle the massive projects planned for Germania. More specifically, it was built to see how the landscape would react to Hitler's gigantic Triumphal Arch, whose opening would have accommodated Paris' Arc de Triomphe.
The results were not encouraging: The Schwerbelastungskörper sank 7 inches in the three years it was to be used for testing, a maximum depth of 2.5 inches was allowed. Using the evidence gathered by these gargantuan devices, it is unlikely the soil could have supported such structures without further preparation.
Hitler dismissed these findings, perhaps confident that the landscape can be subjugated with fine Teutonic engineering. But Hitler's capital had to wait. There was a war to be waged.»
Via Pruned.
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