quarta-feira, maio 28, 2008

Como não tenho nada para oferecer, vendo-me.

Mas nem tudo são coisas boas... {ainda estou a vibrar, desde ontem... wada, wada, wada} Não. Também há cenas tristes... Esta cidade está à venda. Já repararam? Nao há rua em Lisboa que não ostente miseravelmente uma ou duas plaquitas informando (quem?, pergunto-me) de que aquele andar, aquela cave, aquela loja, se encontra à venda. Não há nada mais triste do que uma cidade vazia e praticamente sem interesses, nada mais triste excepto uma cidade vazia e praticamente sem interesses que, ainda por cima, acha que é vendável, que alguém quer comprar... Este país, que já foi de merceeeiros, é agora um país de agentes da Remax {atenção, podia ser outra qualquer}. Eu bem os vejo, ali em frente, da minha janela, todos excitados com a perspectiva de irem colocar mais uma plaquinha. Saem pela fresquinha, lavadinhos, o odor do cigarro e do café misturados ainda presente, nos seus Smarts enfeitados. Estas plaquinhas que aqueles tipos engravatados à la Rui Santos vêem como a face visível de um incrível negócio a mim só me parecem as lápides de um qualquer cemitério. Esta cidade está-se a tornar num gigantesco cemitério. Como eu dizia ainda há pouco, há cenas tristes.


Fui agora mesmo à janela ver se via um agente certificado e vi, antes, um par de andorinhas pura e simplesmente deliciosas a sobrevoar as copas das árvores da avenida. Uma cidade vazia e praticamente sem interesses que, apesar de tudo, ainda mantém umas quantas andorinhas em jogos e floreados não está perdida de todo...

2 comentários:

aquelabruxa disse...

nada mais triste?bolas, aqui não pára de chover chuva molha parvos

anauel disse...

eh eh

isto faz-me lembrar as palavras da minha amiga Deolinda, quando diz que "ninguém está bem com o que tem/ e há sempre um que vem e que nos vai valer/ Porém quase sempre esse alguém não é quem deve ser".

já agora, como se diz em neerlandês chuva-molha-parvos (esse fantástico termo lusitano)?