Eu nem devia estar a brincar com isto, porque, a ser a sério, é assunto sério. Parece que existem sérios indícios de que a Al Qaeda tenciona fazer rebentar algo no dia do jogo entre a Holanda e a Dinamarca {14 de Junho}. Porquê neste dia? Por causa do jogo. Mas porquê este jogo, porquê estas duas equipas? Por causa de um tipo chamado Geert Wilders {um tonto holandês} e por causa de uns tipos {noruegueses} que desenharam em tempos uns cartoons que deram brado.
Mas o drama não fica por aqui. Isto já está a ter efeitos secundários, collateral damages. A KNVB {é a casa do Madaíl holandês} já decidiu não permitir que os jogadores viajem para a África do Sul na companhia das mulheres, filhos e familiares. O que isto quer dizer é que se vai perder neste torneio aquilo que no anterior {Euro2008} foi uma das melhores e mais agradáveis facetas do mesmo. A alegria, o prazer, o deleite com que os jogadores holandeses, para quem se lembra, corriam pelos relvados helvéticos não se irá repetir desta vez. Do início do campeonato até ao fatídico jogo com a Rússia — e não me refiro ao resultado, refiro-me, claro está, ao facto de na véspera ter morrido a filha de Khalid Boulahrouz; a meu ver o episódio crucial da campanha holandesa de então — era um prazer absoluto ver aquela equipa jogar. Os jogadores em campo respiravam alegria, após cada golo corriam para as bancadas e abraçavam-se aos filhos, beijavam as esposas, no final dos jogos aquilo eram verdadeiras reuniões familiares, aquilo parecia um verdadeiro anúncio do Feno de Portugal, era um perfeito exemplo de harmonia, de quem se está a divertir à brava e de quem diverte a valer quem assiste, ou seja, futebol. Aquilo foi um fantástico exemplo do que o futebol deve ser.
Mas este ano os 23 que para lá vão, só contarão com eles e com a equipa técnica. E com a oranje legioen, ok. Mas não vai ser a mesma coisa, cheira-me. O que, por um outro lado, até pode ser bom. Pode ser que se esqueçam desse lado mais lírico e se tornem um pouquinho mais mean {para citar um excelente entrevista de Ronald De Boer há 2 anos atrás; ver aqui} e, assim, deste modo, consigam erguer a taça. A ver vamos.
Há 10 anos
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