domingo, fevereiro 22, 2009

O Amor é...

Esta discussão em redor do casamento entre pessoas do mesmo sexo tem sido muito interessante. A mim agrada-me este tipo de situação em que a discussão de um tema, de uma causa fracturante como alguns gostam tanto de afirmar, não nos deixa em paz durante uns tempos. No sentido em que enquanto o tema é debatido vão sendo levantadas questões íntimas, que nos confrontam com preconceitos que desconhecíamos {em nós e nos outros}, que nos fazem questionar ideias e posições tidas como certas {ou erradas}. E queremos, e procuramos, respostas. E depois há coisas que lemos e ouvimos e que nos fazem confusão, que nos fazem torcer o nariz.

Nada tenho contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se o Governo de Sócrates o aprovar, tudo bem. Se Pacheco Pereira e os seus amiguinhos levaram em diante o infâme referendo, também. Levanto-me e vou votar {a favor, note-se}. Se do casamento decorrer a adopção {como, de resto, deve decorrer}, na boa. Adoptem. Se querem saber, até com o maior medo dos opositores – falo, claro está, da extinção a longo prazo da populaça {absurdo dos absurdos} – eu não tenho problemas. Extinga-se. Quem disse que temos de ficar por aqui eternamente?

Mas tenho questões, ai tenho, tenho. E estas prendem-se com duas situações, a saber, o casamento poligâmico e o casamento incestuoso. [Aliás, antes mesmo de entrar pelo assunto dentro, permitam-me a sugestão de que daqui em diante se substitua o termo "casamento incestuoso" por "casamento entre familiares". Porque se se entende {e eu passei a entender} que se deve falar de "casamento entre pessoas do mesmo sexo" e não de "casamento homossexual", então... Casamento entre familiares it is.] Mais, também não consigo entender o argumento {que é, de resto, utilizado para rebater a comparação com estas duas outras formas de casamento} de que a homossexualidade é uma "orientação sexual" e não uma "opção sexual". Em suma, uma questão identitária. Como tal, diferente da poligamia e do incesto.

Eu vi o "Prós & Contras" de uma ponta à outra {pela primeira vez, note-se}, tenho andado pela blogosfeira, oiço e leio aqui e ali, acompanho por alto a discussão. E fui notando que havia ali algo de comum a eles todos {os apoiantes do casamento entre pessoas do mesmo sexo} no discurso, nos conceitos que abordavam, até no modo como os defendiam. Como se tivessem lido o mesmo manual antes de iniciarem os debates, como se estivessem todos afinados por uma mesma bitola. Havia ali uma concordância {para além do tema propriamente dito, claro está} que me soava estranha. Pois há uns dias atrás, o MVA deu-me a perceber a origem de tal metrónomo ao mencionar e postar o parecer jurídico "Um símbolo como bem juridicamente protegido" de Pedro Múrias {descarregar aqui}. Estava encontrado o cerne da coisa, desta estranheza. Era este o documento, a palavra. Saquei-o da net e li-o. Como não tenho problemas com a questão de fundo, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e as suas consequências, absti-me de ler atentamente as questões legais, jurídicas, etc. da questão e centrei-me praticamente naquilo que dizia respeito às minhas dúvidas, isto é, aquilo que no parecer são denominadas por analogias inevitáveis. Note-se, desde já, a ausência de uma analogia inevitável, mas aqui "esquecida", que é a do casamento poligâmico. Mas atentemos às outras {e todas as citações são do citado parecer}.

1.ª analogia
«A semelhança entre a «questão» do casamento civil e a «questão» do casamento entre pessoas do mesmo sexo sugere, é claro, uma outra analogia. Uma eventual supressão do casamento civil, hoje, quiçá num «regresso às origens» da figura, seria uma amputação gratuita de um direito fundamental. A negação do casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma amputação idêntica. Entre o surgimento do casamento civil e o do casamento gay ou lésbico há, entretanto, a diferença histórica de mais de um século. O que foi político e, inclusive, revolucionário, é agora assente e constitucional. O casamento homossexual é apenas o último estádio do casamento civil.»
Como se pode pretender, assim tão peremptoriamente, que este seja o último estádio do casamento civil? Parece-me extremamente abusivo. Além de redutor. Não há nada mais além?

2.ª analogia
«Mais importante é a analogia entre a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a proibição do casamento entre pessoas de raças diferentes. A homologia dos argumentos históricos e possíveis e das explicações aceitáveis chega aos pormenores mais ínfimos. Em ambos os casos, a proibição resulta, sociologicamente falando, de um preconceito estabelecido e de uma atitude de distinção opressiva de grupos de pessoas. O racismo, num caso, a homofobia, no outro.»

«Por seu lado, o racismo e a homofobia são em si mesmos homólogos absolutos. São sistemas de opressão com um passado e algum presente de violência extrema, estruturados, na sua forma prototípica, através da identificação indelével de grupos de pessoas consideradas piores e repugnantes.»

Se o argumento anterior me parecia abusivo e redutor, este parece-me mesmo absurdo e causa-me estupor. Comparar sexo {sexo, relações e apetites sexuais; não é género} e raça/etnia vai além da minha compreensão. Estão mesmo a falar sério?


3.ª analogia
«A analogia é invocada pelos opositores do casamento homossexual no sentido de que, tal como a proibição do incesto é constitucionalmente válida, também a proibição do casamento homossexual assim seria. Por outras palavras, se a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse inconstitucional, teríamos de concluir pelo absurdo de também a proibição do incesto o ser.»

«O incesto promove juízos negativos sobre actos, só mediatamente sobre as pessoas que os praticam, ao contrário do racismo e da homofobia. Simetricamente, mas mais importante, um afecto incestuoso não é uma condição identitária, ao contrário da raça e da orientação sexual. A orientação sexual, como a etnia, identifica cada pessoa como membro de um grupo socialmente distinto e permanece, tendencialmente, ao longo de toda a vida dessa pessoa. Faz parte daquilo a que cada um chama a sua natureza. A autocensura de um amor incestuoso corresponde ao juízo de que se comete um erro; a autocensura de um amor homossexual corresponderia ao juízo de que se é um erro.»

Outra vez a raça e o sexo... E esta implicação com o termo orientação como sendo antípoda do termo opção. Orientação, orientação, orientação. A mim parece-me nitidamente uma opção. Mais levada a sério, mais levada levianamente, mas sempre opção. Eu conheço pessoas que viviam uma relação heterossexual e passaram a viver uma relação homossexual. Conheço pessoas que viviam uma relação homossexual e passaram a viver uma relação heterossexual. E quando falo em viver uma relação, falo em viver debaixo do mesmo tecto, partilhar a cama, as refeições e as contas ao fim do mês. Até os filhos. Nunca vi, ou soube, ou consigo imaginar sequer, casos semelhantes implicando a raça/etnia... Mas depois vem o parecer jurídico e reforça a ideia de... natureza!? Tipo "não tenho palavras, é mais forte do que eu...»? E o que será isso do grupo socialmente distinto? Terá um alimentação também ela distinta, tipo a comida kosher dos judeus? Sinceramente, não entendo.

«O incesto é tema literário e académico, não é objecto de perseguições organizadas nem bandeira de movimentos reivindicativos.»
Tema literário e académico? Não foi em tempo a homossexualidade entendida nestes termos? Não aprendemos nada? Os polígamos e familiares enamorados deste mundo não estão organizados em movimentos reivindicativos? Porque será...? Bom, é como diz o parecer: «Não se discute o casamento entre pessoas no mesmo sexo na Arábia Saudita, nem na Inglaterra vitoriana. Numa sociedade em que a identidade homossexual e as relações amorosas homossexuais forem vistas como a mais natural das coisas, tal como a identidade e as relações amorosas heterossexuais, o casamento para ambos os grupos será um produto esperável.» {substitua-se "homossexual" por "polígamo", p. ex.}

Volto a lembrar que uma quarta analogia, a do casamento poligâmico, foi deixada de lado pelo parecer. Continuo sem saber porquê. Bom, até percebo. É verdade que os movimentos LGBT não têm que andar a defender os interesses e as lutas de outros grupos e movimentos {inexistentes, latentes ou em vias de organização}. É verdade. Mas também seria desejável que não os segregassem de modo a poderem levar as suas causas avante. Não aceitar que a poligamia e o casamento entre familiares possam ter a ver com esta discussão é errado e pouco honesto.

De modo a finalizar a minha posição e as minhas dúvidas, eis novamente as palavras do parecer: «A importância do casamento é a ligação indissociável deste, na cultura que temos, aos factores emocionais decisivos referidos ao longo do parecer. A limitação do acesso ao casamento é a supressão de uma possibilidade de sucesso emocional. A proibição do casamento homossexual viola, pois, o direito ao livre desenvolvimento da personalidade e o art. 26.º, n.º 1, da Constituição». É por acreditar que o que interessa aqui é o tal sucesso emocional e o tal livre desenvolvimento da personalidade, e por acreditar que o amor toma as formas mais díspares, que não posso concordar com o "afastamento" do casamento entre familiares e do casamento poligâmico da discussão. São formas de relacionamento amoroso tão legítimas quanto as que estão agora em debate. Desde que – e friso sempre e com convicção estas duas condições inatacáveis – se verifique que as partes são {1} maiores de idade e que estão {2} de livre vontade na relação. Verificadas estas condições, o que poderá obstar ao casamento de duas {ou mais} pessoas, do mesmo ou de sexos diferentes?

Ainda Sócrates...

«Agora, eu não acredito em vitória. Nem em sucesso. É tudo especulação. Nós somos frágeis, somos fracos, somos carentes. Todos nós. Existem sobrevidas. Mas a maior parte da vida é de carência, sofrimento, dor, de ir buscar um monte de coisa que a gente não conquistou. E conquistar não quer dizer ganhar, não quer dizer ter sucesso. Conquistar é aquilo que lhe dá prazer, que lhe faz bem, que lhe dá felicidade. Eu não acredito nesse discurso da sociedade contemporânea, tudo voltado para a Ilha de Caras. Falsidade do caralho. Mostram coisas muito bonitas, muito ricas. Se você pegar a maior parte das pessoas que tiram foto naquela revista, elas não estão em casa. Na casa delas é muito mais difícil. A vida é muito maior do que o sucesso. A vida é real, cara. A casa delas é que vale, é onde elas choram.»

É por estas e por outras que este tipo é um senhor com S grande! Mais outras numa gostosa entrevista dada por Sócrates à revista Boemia.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Sócrates Brasileiro

Ontem foi o aniversário deste "barbas", de seu nome Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Desde já os meus parabéns {mesmo que atrasados} a esse grande homem que ajudou a mudar a minha vida para sempre. Mal eu sabia... Apetece-me relembrar as minhas próprias palavras {escritas aqui em Junho do ano passado, por ocasião do Euro2008} a propósito desse capitão barbudo e do escrete canarinho de 1982.

«A primeira selecção que apoiei foi a do Brasil de Sócrates e companhia. Era forçoso que assim fosse, pode dizer-se, uma vez que o meu primeiro Mundial foi o de 1982, o do Naranjito, em Espanha. Foi nesse ano que acompanhei com algum interesse {difícil saber o quanto}, pela primeira vez, um acontecimento desta natureza. O Euro de 1980 {em Itália} e o Mundial de 1978 {na Argentina} passaram-me ao lado, mas o Naranjito cativou-me {e como não?} e despertou-me para esta realidade dos países, com exércitos de 11, em grupos de 4 e depois em eliminatórias a doer, todos com um único objectivo, o de erguer a taça. Bom, as regras eram estas e estavam entendidas, mas faltava-me algo. Torcer por alguém. Portugal não estava lá {embora figure na caderneta dos cromos de então...}, mas eu queria na mesma jogar aquele jogo. Logo, era preciso torcer por outro alguém. E o Brasil pareceu-me a solução óbvia, ou possível, ou alguém mo suspirou? E naquela altura, do alto dos meus 11 aninhos, eu convenci-me de que aquela era uma turma especial. Fiquei hipnotizado. Não sei se era o azul e o amarelo, se a barba do Sócrates {eu diria que é impossível ficar indiferente a um jogador de barba...}, se era aquele ar doidão do Falcão, se a magia do Zico, mas aqueles eram decididamente os meus tipos. Para quem, como eu, começava naquele momento a admirar aqueles duelos colectivos, aquelas guerras pacíficas {ou nem tanto}, aquele Brasil era a escolha óbvia. E naquele fatídico jogo frente a Paolo Rossi {nunca um hat-trick, numa altura em que nem sequer sabia que tal coisa existia, me soube tão mal...} eu saboreei o amargo da derrota, a injustiça injustificável. Foi um baptismo terrível. Ali começava a minha devoção ao mundo da bola e ali eu chorei pela primeira vez por causa de um resultado de um jogo de futebol. Encontrava-me de férias no hotel da Torralta {o amarelinho; o mesmo amarelinho do escrete...} na serra da Estrela com o meu pai, nunca me esquecerei. Vi o jogo dentro do hotel, numa televisão na sala de estar, em silêncio, angustiado. Terminado o jogo, fui dar uns toques de bola, na relva, lá fora, com o meu pai. Sempre em silêncio. Aguentando em surdina algo de muito estranho para mim. Até que rebentei e chorei como a criança que era. É isto que guardo daquele que foi, provavelmente, o melhor escrete canarinho de sempre. A minha primeira selecção, como as primeiras escolhas?, foi efémera e amarga...»

A fotografia e a indicação do seu aniversário foram prestadas pelo botequim imaginário do Bruno Ribeiro. O meu agradecimento e o conselho geral de lá darem uma saltada, que valerá sempre a pena.

Mitos urbanos {#1}

O homem da direita não é o homem da esquerda. O homem da esquerda não é o homem da direita. Metam isto nas vossas cabeças de uma vez por todas. Safa!

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

A Morte da Perdiz {uma novela radiofónica}

Belíssimo momento de rádio, hoje ao princípio da noite na TSF. Repete daqui a meia hora, ao início de sexta-feira. Ou então directamente aqui, na fonte, a qualquer hora.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Óbito

Kathleen Byron
11 de Janeiro, 1921 – 18 de Janeiro, 2009



Como foi aqui que me dei conta da morte da sister Ruth, faço então minhas as simples mas certeiras palavras de Luís Miguel Oliveira — «Não sei se são mais admiráveis os actores que espalharam a sua imortalidade por cinquenta filmes se aqueles que a concentraram apenas num. Como Kathleen Byron, a freira alucinada do Black Narcissus

Lenin

Fantástico!
{mais aqui}

You can run but you cannot hide...

Bom, mas para não deixar o princípio do post anterior assim sem conclusão, sim, também eu concordo com que pessoas do mesmo sexo possam casar civilmente {e civilizadamente} neste país ou em qualquer outro. Mas, sim, também {?} eu acho que tal passo abre, como não pode deixar de abrir {e ontem já se falou nisso}, caminho ao casamento entre familiares ou à poligamia, ou ainda a quaisquer outras formas ainda mais "estranhas" e "bizarras" de duas {ou mais} pessoas se amarem que se possam imaginar. Assim é e assim deve ser. Desde que as premissas ontem apontadas como fundamentais sejam observadas {ser-se maior de idade e estar-se de livre vontade nessa relação} nada obsta à realização de qualquer forma de relação amorosa. Seja ela qual for e presumindo-se que realização aqui signifique casamento. Pena é que os defensores do sim de ontem não o tenham mencionado. Percebe-se que não o tenham feito {a luta é dura e renhida}. Mas é pena. Pois trazia mais verdade à discussão {o que é sempre bom} e talvez lhes desse um pouco mais da perspectiva da posição de quem se opõe. Isto porque a repulsa que muitos defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo possam sentir {e muitos a sentirão certamente} pelo casamento de um irmão com uma irmã {por exemplo} é basicamente a mesma que as pessoas que protestavam ontem à noite sentem pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo. Pois. Talvez então D.O. perceba o que os faz correr...


PS - Mas gostei muito, como não poderia deixar de ser, de ouvir MVA. Começou muito bem, com um discreto mea culpa, e acabou magnífico, sem hesitações, claro como a água – ou é a igualdade ou não é nada! Nem mais.

May the Lucas Arts be with you...

Estava eu a preparar-me para mandar umas achegas ao debate de ontem à noite {sim, esse; porque se as segundas são da Fátima, as terças são dos bloggers...} quando, ao passar pelo Nascer do Sol, me deparei com algo bem mais importante, bem mais intenso, bem mais premente. Falo das memórias que o Lourenço ali partilhou connosco acerca da sua relação {amorosa?, poderei aventar} com o jogo Monkey Island e a sua respectiva evolução ao longo dos anos. E de como essas memórias despertaram em mim outras aventuras similares, algumas delas também na companhia do "pirata" Guybrush, mas essencialmente aquelas vividas com dois dos pares mais geniais da história dos jogos de computadores {aviso já que sou leigo na matéria; acredito que possa haver outros tão intensos como estes, mas estes eu conheço-os e bem}, isto é, com a parelha Manny Calavera e Meche {do absurdamente genial Grim Fandango} e com a parelha Ben e Maureen {do seminal Full Throttle}. Corriam os meados dos anos 90 e a Lucas Arts brindava-nos com estes maravilhosos jogos, onde o texto era rei, os enigmas {alguns bem lixados} eram o pico da actividade, os gráficos, bem, eram o que eram e o som era do melhor, autêntica banda sonora. Só estes ingredientes {só uma equipa muito boa por detrás da coisa} poderiam ajudar a ultrapassar aqueles ecrãs estupidamente convexos, aqueles discos rígidos diminutos que carburavam juntamente com placas gráficas limitadas e nos permitiam entrar pela noite dentro, sem descansar enquanto não descobríssemos como enxotar aqueles malditos pombos do terraço do arranha-céus. Belos momentos. Obrigado Lourenço.

Grim Fandango trailer.


Full Throttle trailer.



PS - Foda-se, será possível que eu tivesse usado a palavra seminal lá atrás? Damn!

A/c da Alexandra

Fantasias envolvendo o Harvey Keitel são sempre de encorajar. Podem dar muito errado ou podem dar muito certo... mas nunca se devem deixar passar ao lado.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Life is great. Without it you'd be dead.

Gummo. Sicko. Wacko. Psycho. Jesus. Pain. Hatred. Whoooa! Pervert. Bitch. Butch. Faggot. Kill. Arian blood. Jobless. Deadend. Time. Glue. Tape. Bullet. Laugh. Godforsaken shithole. Laugh. Tornado. Laugh. Incest. Kill. Bestiality. Slayer. Crime. Liquor. Disease. Pestilence. Bugs. Niggas? Well, you know, I just don't lik'em. Poison. Blow me. Bacon. Youth. Geriatrics. Dementia. Garbage. Sugar. Smokes. Petrol. Gas. Drunk and Drive. Midnight Hour. Voyeur. Tap dancer. Fascinating. Intoxicating. Horrifying. Life changing. Puta filme, dir-se-ia nos trópicos.



Nem que fosse pelo prazer de rever Linda Manz. Já não a adolescente revoltada de Out of the Blue, mas antes uma spaced out mom que faz sapateado com um par de sapatos quatro números acima numa cave cheia de desespero {e um filho incapaz de lhe devolver um sorriso}.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

The Happening

Digam lá o que disserem, e muito têm dito, uma coisa é certa – estivesse Hitchcock vivo {ou tivesse ele nascido mais tarde} e era algo de muito parecido com isto {para não dizer precisamente isto} que ele teria filmado. Este fotograma acima poderia muito bem ser retirado de um filme dele. Não há muitos {não me lembro de mais nenhum...} realizadores que possam ser considerados como a personificação {reencarnação?} de Alfred Hitchcock. Shyamalan pode. Só isto bastaria.

A grande questão é – tendo tanto de bom, tendo tanto de absolutamente intenso e perturbador, tendo tanto de tão incrivelmente bem filmado, tendo tanto de som, imagem e respiração tão bem misturados, tendo tanto de grandes momentos, grandes imagens, grandes stills {a jeffwallização no seu melhor!} , porque, então, não é o The Happening {2008} um grande filme? Tipo, um grande filme mesmo. Atrevo-me a pensar que pela simples razão de Shyamalan não ter tido a coragem {que, de resto, também Hitchcock alguma vez teria...} de matar toda a gente no final. Aquele filme pedia o desastre total, a ausência de tréguas. Houve ali certamente muito compromise. É pena. Perdeu-se um grande filme.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Alquimia

The Pirate Bay, Vuze {formerly Azureus}, P2P, BitTorrent, Opensubtitles, AVI, DIVX, SRT, Subtitle Creator, Btjunkie e tantos outros estão a mudar a minha vida. Não esquecendo, naturalmente, todos esses seeders e leechers por esse mundo fora. O meu bem-hajam desde já! Os caprichos cinéfilos, a pesquisa elaborada, a procura mais estranha, a "formação" da criança mais velha, o revisitar velhos momentos e emoções, tudo isto agora é mais possível, mais certo, mais ali à distância de um click. E isso é bom, muito bom. Razão tinha o meu amigo Rui ao afirmar que eu só tinha de colocar os meus padrões de qualidade um pouco de lado e tirar o maior proveito da coisa. Foi o que fiz, é o que estou a fazer; só tenho de me controlar um pouquinho {como sempre, de resto} que isto parece já estar a começar a perder o pé... Feitas as contas, toda esta monstruosa base de dados de película transmutada em bits digitais acabou por matar um blog que eu cá tenho. Mas eu não me importo, pois na realidade cheira-me que ele sempre foi um nado-morto...

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Não flanempoastrarás!

Como eu entendo o Alexandre...

A minha sugestão é Flanempoastrar.
Ex.: «Ontem flanempoastrei com o Júlio e divertimo-nos imenso!».
A fusão forçada de flanar {Rua Garrett oblige}, empoar {estão sempre tão bonito(a)s} e castrar {aquilo que sempre acontece aos tipos que calmamente pretendem ir ver as novidades na secção dos DVDs}.

Mais. Proponho a quem por aqui passe {na falta de caixinha de comentários por aqueles lados...} que contribua com sugestões.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Ausländer Raus!


«Mas como a bola é ominipresente e omnipotente, acabo por escrever sobre os euros oriundos dos negócios escuros de leste que a partir de ontem parecem valer mais do que os euros dos papalvos lusitanos. Pois, parece que o homem se vai pirar a seguir ao Euro2008 para terras de Sua Majestade. Estou mortinho por vê-lo aguentar-se à brocha com aquela imprensa cocksucker {esta ele já deve saber dizer...} a morder-lhe as canelas a propósito de toda e qualquer decisão {ou não decisão} que o brasileiro fascista protagonizar. Só mesmo um russo novo-rico e ignorante e um clube pequeno como o Chelsea para acharem que isto vai dar bom resultado...» {lido aqui mesmo em 12 de Junho de 2008; mas esta, na realidade, era fácil de adivinhar...}

Sieg Heil!

E não há por aí nenhum zarolho maneta que coloque uma pasta armadilhada ao pés deste tipo?

sábado, fevereiro 07, 2009

Não há descanso...

Um tipo a querer curtir a neura, a ver se insiste no disparate, a pretender fugir do inevitável, e os elementos a trocarem-lhe as voltas... Aquelas nuvens {as do post anterior} eram as minhas nuvens! Onde estão? Para onde foram? E estas, o que querem? Raios! Vou dar banho ao bebé e depois vou ver o que se faz para o jantar...

Ainda em descanso...


Tanta coisa para dizer e, contudo, nunca nada tão importante quanto a sobriedade e o poder de umas nuvens passageiras. Não que tenha medo que me {quem?} caiam em cima, mas é temerosa a gravidade de neste momento só me apetecer mesmo é ver-vos todos pelas costas... É tramado quando um tipo chega ao ponto de preferir estar com Bert Haanstra, ou Fons Rademakers, ou Paul Verhoeven, ao invés de carregar consigo e com os outros. O cinema é a maior droga que este planeta em crise alguma vez produziu! E, como dizia o outro, se a droga fosse uma coisa boa não se chamava assim... Oh, vida!


Mas eu volto...

domingo, fevereiro 01, 2009

Em descanso...

Neura. Está frio. Está chuva. Está vento. Está amarelo, dizem. Está umas dores do caraças ali bem na base da coluna vertebral. Está o socratismo abalado. E olhem que me custa mais isso que as referidas dores... Está entregue, é o que está. Está para balanço. Em poisio. Mas eu volto.


Valha-nos o Pedro!