quarta-feira, julho 06, 2011

5 de Julho de 1982



Hoje completam-se precisamente 29 anos sobre o dia em que chorei pela primeira vez por causa de um jogo de futebol. Estou certo de que não chorei sozinho, nesse já distante dia. Segundo o WolframAlpha seriam 127 milhões mais... 1. Um dia destes não se esquece.

Lembro-me dessa tarde como se tivesse ocorrido ontem. Em tempos escrevi sobre isso e relembro hoje esta passagem: «E naquele fatídico jogo frente a Paolo Rossi {nunca um hat-trick, numa altura em que nem sequer sabia que tal coisa existia, me soube tão mal...} eu saboreei o amargo da derrota, a injustiça injustificável. Foi um baptismo terrível. Ali começava a minha devoção ao mundo da bola e ali eu chorei pela primeira vez por causa de um resultado de um jogo de futebol. Encontrava-me de férias no hotel da Torralta {o amarelinho; o mesmo amarelinho do escrete...} na serra da Estrela com o meu pai, nunca me esquecerei. Vi o jogo dentro do hotel, numa televisão na sala de estar, em silêncio, angustiado. Terminado o jogo, fui dar uns toques de bola, na relva, lá fora, com o meu pai. Sempre em silêncio. Aguentando em surdina algo de muito estranho para mim. Até que rebentei e chorei como a criança que era. É isto que guardo daquele que foi, provavelmente, o melhor escrete canarinho de sempre».

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