Há 10 anos
quinta-feira, julho 29, 2010
1950 — 1986 — 1998
Andava à procura do golo do Ghiggia em 1950. Mas foi aqui que acabei. Tenho pena de que isto esteja a acabar de vez. Não falo do golo em si, porque golaços há muitos e sempre haverá, mas sim dos comentários, da reacção, da "loucura" que golos destes despertam. Isso não acontece todos os dias. A última vez {que me lembre} que aconteceu foi em Marselha em 1998.
sábado, julho 24, 2010
sexta-feira, julho 23, 2010
Graças a Deus a Veneziana existe...
Deixem-me que vos diga. Os mais sensíveis não vão gostar do que tenho para dizer. Mas, olhem, que se lixe, sobretudo porque é verdade. Verdade verdadinha. O Pêssego da Veneziana está mil anos-luz à frente do Pêssego Paraguaio da Santini. Mil anos-luz! Ou então: o Pêssego Paraguaio da Santini não chega aos calcanhares do Pêssego da Veneziana! Aos calcanhares! Eu como o Pêssego da Veneziana e estou dentro de uma mercearia de bairro {com tudo o que isso tem de bom e de mau...}. Eu como o Pêssego Paraguaio da Santini e estou dentro da área gourmet do El Corte Inglés {com tudo o que isso tem de mau...}. Cheira-me que é, uma vez mais, a história do Cavalo Paraguaio... Na boa.
{Ah, a Canela não era nada má...}
quarta-feira, julho 21, 2010
Captain Ahab
OMG! Próximo dia 23, em Barcelos, às 03:00, entram em cena os Captain Ahab. No Milhões de Festa. Argh... Não há ninguém que os traga cá abaixo? Eles só tocam em Barcelona a 26... Vá lá... Eu gostava...
sábado, julho 17, 2010
In Treatment
Uma vez mais a HBO não deixa um tipo descalço. Aqui em casa {acabadas que estão cinco temporadas de Grey's Anatomy... sim, amamos muito a nossa filha mais velha!} já só temos tempo para isto. Pequenos episódios de 25 minutos, um psicanalista, quatro pacientes e a própria psicanalista do psicanalista... em verdadeiros mano-a-mano de parlapiê... Muito bom!
terça-feira, julho 13, 2010
Sempre a reinar, estes tipos...
Robert Gesink está a participar no Tour de France e disse à imprensa que está com inveja dos jogadores da oranje elftal. Porquê? Porque para eles parece ser fácil conseguir o amarelo!
segunda-feira, julho 12, 2010
Vrijheid
Há coisas que não têm preço. Uma boleia de bicicleta pode valer muito mais que uma taça dourada. Que eles voltem a lembrar-se disso, é o meu desejo.
domingo, julho 11, 2010
Bloed oranje
Sim, senhor, assim sim, gostei do final que a Nike fez para aquele mega-anúncio que inundou tudo com o tonto do Cristiano a chutar no vazio... Quem diria que aqueles que, tão absurdamente quanto indelicadamente, foram retratados nesse primeiro anúncio apenas como caceteiros estariam agora apenas a umas horas de poder fazer história! Ó ironia...
sábado, julho 10, 2010
Quase , quase, quase lá...
Aprecio os escritos deste Brian Phillips, concordo em absoluto com este artigo, mas, apesar de tudo, não consigo ir tão longe. Hup Holland Hup! {sigh]
sexta-feira, julho 09, 2010
La Naranja vs. La Roja
O pardal tailandês escolheu a Holanda. O polvo alemão escolheu a Espanha. Cada cabeça, sua sentença. Pois, para mim, não restam muitas dúvidas, a Holanda ganha. Vence. Pelo modo como as coisas andam, são eles, aqueles holandeses que lá para baixo foram, quem estão mais preparados, estimulados, mentalizados, esfomeados, estigmatizados, para cumprir com a função. A Espanha joga mais, no sentido de dar prazer a quem assiste? Sem sombra de dúvidas! Mas isso hoje não interessa, pois não? Ou já interessa novamente? Que me lembre – não me lembro! –, nunca o campeão foi aquela equipa que mais encantou. É como se fosse condição necessária... Miséria. Assim, a Holanda vai ganhar. Vai sofrer, vai fazer sofrer, vai tremer, vai colocar tudo no nervo, vai jogar feio, sujo até, vai fazer o que tem de ser feito. A Espanha {ainda} anda deslumbrada consigo mesma. A Holanda está convencida, cheia de si.
Embora esteja totalmente convencido de que a Espanha vai perder, bom, sempre há aquele 1% que nos diz que tudo é possível. Seria interessante, à falta de melhor termo, que a Espanha nos provasse, finalmente, a todos, que dá para ganhar campeonatos do mundo sem mudar o estilo em favor do cinismo. Sem atraiçoar toda uma cultura e um modo de viver o futebol. Se me dissessem — sei lá, um polvo, não, um esquilo num parque londrino –, que caso a Espanha ganhasse, e a lição final espelhada nessa vitória fosse essa, e que a Holanda a aprenderia humildemente, abnegadamente, eu até que apoiava a Espanha... O silêncio, contudo, é alarmante. Prefiro, pois, esperar, torcer, gritar, para que a Holanda ganhe o raio da taça. E que finalmente alguém ganhe o que Cruijff nunca ganhou. E que cosam a estrela nas camisas. E que se calem para sempre. E que se aprenda então que não vale a pena sofrer desta maneira.
PS — "A Holanda vai ganhar" não é bem o mesmo que "a Espanha vai perder", pois não? Tenho de pensar melhor nisto...
Embora esteja totalmente convencido de que a Espanha vai perder, bom, sempre há aquele 1% que nos diz que tudo é possível. Seria interessante, à falta de melhor termo, que a Espanha nos provasse, finalmente, a todos, que dá para ganhar campeonatos do mundo sem mudar o estilo em favor do cinismo. Sem atraiçoar toda uma cultura e um modo de viver o futebol. Se me dissessem — sei lá, um polvo, não, um esquilo num parque londrino –, que caso a Espanha ganhasse, e a lição final espelhada nessa vitória fosse essa, e que a Holanda a aprenderia humildemente, abnegadamente, eu até que apoiava a Espanha... O silêncio, contudo, é alarmante. Prefiro, pois, esperar, torcer, gritar, para que a Holanda ganhe o raio da taça. E que finalmente alguém ganhe o que Cruijff nunca ganhou. E que cosam a estrela nas camisas. E que se calem para sempre. E que se aprenda então que não vale a pena sofrer desta maneira.
PS — "A Holanda vai ganhar" não é bem o mesmo que "a Espanha vai perder", pois não? Tenho de pensar melhor nisto...
Nem mais...
Este texto é bom, certeiro, vai ao ponto. Nem era preciso mais, mas, pronto, são só mais alguns tristonhos por aí a lamentarem-se.
quinta-feira, julho 08, 2010
Declaração de interesse
No dia 6 de Junho a selecção holandesa chegou à África do Sul com um único objectivo no pensamento: ganhar o torneio, levar a taça {uma cópia, na realidade} para a Holanda e poder finalmente coser uma estrelinha na camisa cor-de-laranja. Alguns poderão perguntar-se: Mas não é o que todos pensam, não é esse o objectivo de todos aqueles que participam neste evento? Naturalmente que não. Pensar que o Paraguai vai ao Mundial para ganhá-lo é um disparate. Acreditar que o Gana tem ambição e meios suficientes para chegar a um Mundial com esse objectivo na mente também não é muito realista. São muito poucas as selecções que podem, conseguem, se atrevem, a fazê-lo. E, se pensarmos bem, essas são todas aquelas que já o fizeram pelo menos uma vez. Por vezes, isto parece a história do ovo e da galinha, ou de como entrar no Frágil à sexta-feira... Como ganhá-la se para o fazer é preciso já a ter ganho antes? Com excepção do Uruguai, diria, perdoem-me a franqueza {e se estamos a ser francos, então junte-se ao lote a Inglaterra e a França também...}, todos os que já ganharam este torneio quando entram é para ganhar. Mas se há excepções em relação aos que já ganharam a taça e, de qualquer modo, "perderam" esse direito a reclamá-la de novo, também há excepções para os que nunca a conquistaram e, ainda assim, nunca deixaram de achar que é um direito que lhes assiste. A Holanda é um desses países. A Espanha começa ser um desses países. Esta final vai ser lixada...
A Holanda, pelo que sei, tirando 74 e 78, nunca chegou a um Mundial com o expresso objectivo de o ganhar. Sendo, aliás, precisely my point, esses dois anos os únicos em que atingiu a final. Em 74 era óbvio que eram eles os campeões, mas não foram... Em 78 era óbvio que eram eles os campeões, até para provar que 74 fôra um erro, um deslize, mas não foram... E daí para a frente, houve, tem havido, uma espécie de encolher de ombros não muito resignado, não rancoroso, até de certa forma salutar, em que a conclusão geral é, tem sido, selecção após selecção, estrela após estrela: que se lixe, jogamos bem, isso ninguém nos tira, temos fãs pelo mundo inteiro, somos animados, temos estilo, deslizamos em campo, somos os maiores, ninguém joga como nós, só não ganhamos. Sejamos justos, tudo isto é verdade, tudo isto é de facto salutar, ser o underdog é uma posição admirável, mas tudo isto é incomportável por muito tempo. Bom, foram 32 anos. Precisamente.
Foi preciso chegar a 2010, foram precisos 32 anos, para conseguir reunir um grupo de jovens jogadores capazes de interiorizar esse enorme objectivo e de exteriorizar essa vontade. Um ciclo que culmina agora nesta final, nesta chance que alguns têm para provar que estão certos, para provar que, por vezes, compensa abandonar o futebol, o meio, e abraçar o objectivo, o fim. Porque é disso que se tem tratado sempre, e é disso que se trata agora fundamentalmente. A populaça divide-se, ó se se divide. Nem todos {e aqui me incluo} acham que é um bom negócio, este de virar as costas a toda uma cultura, a todo um passado, e ir directo ao assunto, gerir as expectativas e cumprir com os objectivos. Os malditos objectivos. Ainda hão-de matar o futebol por completo... Mas muitos {a maioria} é assim que pensam, é assim que encaram este Mundial de 2010. Estão fartos de encantar e nada ganhar. E então viram neste grupo a oportunidade. Este grupo não tem meninos. Este grupo não tem anjinhos. Este grupo não pensa em Cruijff. Este grupo não parece olhar para trás nunca. Não. Este grupo é de agora, do momento. É um grupo que não tem medo, e quando o tem não o demonstra. É um grupo pós-BarçaxInter de 2010. O objectivo acima de tudo. O título. A conquista. O feito.
Comandando o grupo está um tipo que recentemente foi considerado pela KNVB o mais eficaz e eficiente treinador nacional holandês de sempre. Como? Desculpe? Ainda recentemente este senhor foi eleito pelo Times o melhor de todos os tempos... Não vale nada? Bert van Marwijk chega e conquista? Shame on you. Van Bommel chega a Joanesburgo a pensar na legenda que diz Weltmeister sempre que Paul Breitner fala na televisão. Pffff... Wesley Sneijder, o motor, a alavanca, o elemento-chave deste grupo, vem para África pura e simplesmente encantado por Mourinho. São as palestras, é a pulseira magnética. Diz publicamente «quero ganhar tudo!». Esquece as palavras recentes, exactamente as mesmas, de Cristiano, aquele que não ganhou tudo... Os outros acompanham. O ritmo está marcado, o compasso é fácil. Van Persie percebe e faz o que lhe pedem. Robben acha que continua a jogar bonito, mas não percebe que faz o que lhe pedem. Kuyt não parece pensar muito, apenas faz. Falar dos dois do meio-campo nem vale a pena, só me entristeceria mais. O quarteto defensivo é deixá-lo. O que torna mais chato de encarar esta realidade é que todo este processo parece ser bem natural, não há anticorpos {comme d'habitude} na equipa, os jogadores falam em uníssono, o mesmo discurso em todas bocas, unanimidade conquistada. Pouco holandesa, esta nova faceta.
É, portanto, dado mais do que adquirido que este ano a Holanda sacrifica o passado, o jogo atraente e entusiasmante, pelo título, pelo feito. Está entendido. Mas não me peçam para estar satisfeito. Não estou. É óbvio que salto imediatamente da cadeira aos berros quando Gio marca o golo que marcou contra o Uruguai. Como não? Mas sei que há mais donde este veio. E não vêm. Claro que não tenho palavras para o segundo golo de Sneijder frente ao Brasil. Como não? Mas sei que é mais o golo típico das equipas vencedoras, das equipas que ganham taças, do que o golo mágico de quem está a respirar futebol do primeiro ao último minuto. Quero que eles ganhem, quero. Mas mais pelo que já gritei por Dennis Bergkamp do que pelo jogo chato {chato é pouco} que fizeram contra o Japão. Mas mais pela beleza de Aron Winter em campo do que pela energia gananciosa de Van Bommel. Mas mais pela solidez de Ronald Koeman, general olhando a linha inimiga, do que pelos remates frouxos de Van Persie. Mas mais pela magnífica cabecinha de Patrick Kluivert do que pela insipidez geral actual. Mas também mais por alguns momentos insólitos e beneméritos {este e este} do que pelo enigma que parece ser Rafael van der Vaart. Mas muito mais pelo que estes mesmos rapazes fizeram na Suiça há dois anos atrás do que pelo que andam a mostrar neste preciso momento. E, acima de tudo, muito mais pela vã esperança de que uma vez aposta a tal estrela na camisa, toda a ilusão se desfaça, que o embuste seja detectado, que o prazer e a alegria em campo regressem, que uma vez campeões não sintam mais a vil necessidade.
Vil?! Falo, essencialmente, do ponto de vista do adepto. Nunca tinha vivido um torneio deste modo. Nunca num torneio a Holanda me disse «viemos para ganhar» e cumpriram {bem sei, bem sei, ainda falta a final...}. Este ano senti o que deve ser para um torcedor brasileiro, argentino, alemão, italiano, assistir aos jogos da sua equipa. A pressão. Eu costumava divertir-me a ver a Holanda jogar. Isso não tem preço. Este ano não me divirto, sofro. Este ano sofro pela alegria prometida. Mas uma alegria conquistada pelo sofrimento? Não sei não. Isto não é o Benfica, isto não é a Liga Sagres. Espero sinceramente que ganhem e que sejam felizes. E que, como adepto, possa depois assistir à retirada de Van Bommel, de Gio {mais do que ninguém merece a estrelinha} e de Van Marwijk e de todo este mambo jambo... Que regresse o 4-3-3. Que regressem o domínio do espaço e a posse da bola. Que regressem os golos magistrais. Que alguém se lembre de lá pôr à frente, sei lá, Foppe de Haan. E que pequenos tesouros como Affelay, Elia e Huntelaar possam desenvolver-se, crescer e encantar sem a pressão que tudo esgana, estagna, envenena.
Pronto. Está dito. Safa. Nunca mais é domingo...
A Holanda, pelo que sei, tirando 74 e 78, nunca chegou a um Mundial com o expresso objectivo de o ganhar. Sendo, aliás, precisely my point, esses dois anos os únicos em que atingiu a final. Em 74 era óbvio que eram eles os campeões, mas não foram... Em 78 era óbvio que eram eles os campeões, até para provar que 74 fôra um erro, um deslize, mas não foram... E daí para a frente, houve, tem havido, uma espécie de encolher de ombros não muito resignado, não rancoroso, até de certa forma salutar, em que a conclusão geral é, tem sido, selecção após selecção, estrela após estrela: que se lixe, jogamos bem, isso ninguém nos tira, temos fãs pelo mundo inteiro, somos animados, temos estilo, deslizamos em campo, somos os maiores, ninguém joga como nós, só não ganhamos. Sejamos justos, tudo isto é verdade, tudo isto é de facto salutar, ser o underdog é uma posição admirável, mas tudo isto é incomportável por muito tempo. Bom, foram 32 anos. Precisamente.
Foi preciso chegar a 2010, foram precisos 32 anos, para conseguir reunir um grupo de jovens jogadores capazes de interiorizar esse enorme objectivo e de exteriorizar essa vontade. Um ciclo que culmina agora nesta final, nesta chance que alguns têm para provar que estão certos, para provar que, por vezes, compensa abandonar o futebol, o meio, e abraçar o objectivo, o fim. Porque é disso que se tem tratado sempre, e é disso que se trata agora fundamentalmente. A populaça divide-se, ó se se divide. Nem todos {e aqui me incluo} acham que é um bom negócio, este de virar as costas a toda uma cultura, a todo um passado, e ir directo ao assunto, gerir as expectativas e cumprir com os objectivos. Os malditos objectivos. Ainda hão-de matar o futebol por completo... Mas muitos {a maioria} é assim que pensam, é assim que encaram este Mundial de 2010. Estão fartos de encantar e nada ganhar. E então viram neste grupo a oportunidade. Este grupo não tem meninos. Este grupo não tem anjinhos. Este grupo não pensa em Cruijff. Este grupo não parece olhar para trás nunca. Não. Este grupo é de agora, do momento. É um grupo que não tem medo, e quando o tem não o demonstra. É um grupo pós-BarçaxInter de 2010. O objectivo acima de tudo. O título. A conquista. O feito.
Comandando o grupo está um tipo que recentemente foi considerado pela KNVB o mais eficaz e eficiente treinador nacional holandês de sempre. Como? Desculpe? Ainda recentemente este senhor foi eleito pelo Times o melhor de todos os tempos... Não vale nada? Bert van Marwijk chega e conquista? Shame on you. Van Bommel chega a Joanesburgo a pensar na legenda que diz Weltmeister sempre que Paul Breitner fala na televisão. Pffff... Wesley Sneijder, o motor, a alavanca, o elemento-chave deste grupo, vem para África pura e simplesmente encantado por Mourinho. São as palestras, é a pulseira magnética. Diz publicamente «quero ganhar tudo!». Esquece as palavras recentes, exactamente as mesmas, de Cristiano, aquele que não ganhou tudo... Os outros acompanham. O ritmo está marcado, o compasso é fácil. Van Persie percebe e faz o que lhe pedem. Robben acha que continua a jogar bonito, mas não percebe que faz o que lhe pedem. Kuyt não parece pensar muito, apenas faz. Falar dos dois do meio-campo nem vale a pena, só me entristeceria mais. O quarteto defensivo é deixá-lo. O que torna mais chato de encarar esta realidade é que todo este processo parece ser bem natural, não há anticorpos {comme d'habitude} na equipa, os jogadores falam em uníssono, o mesmo discurso em todas bocas, unanimidade conquistada. Pouco holandesa, esta nova faceta.
É, portanto, dado mais do que adquirido que este ano a Holanda sacrifica o passado, o jogo atraente e entusiasmante, pelo título, pelo feito. Está entendido. Mas não me peçam para estar satisfeito. Não estou. É óbvio que salto imediatamente da cadeira aos berros quando Gio marca o golo que marcou contra o Uruguai. Como não? Mas sei que há mais donde este veio. E não vêm. Claro que não tenho palavras para o segundo golo de Sneijder frente ao Brasil. Como não? Mas sei que é mais o golo típico das equipas vencedoras, das equipas que ganham taças, do que o golo mágico de quem está a respirar futebol do primeiro ao último minuto. Quero que eles ganhem, quero. Mas mais pelo que já gritei por Dennis Bergkamp do que pelo jogo chato {chato é pouco} que fizeram contra o Japão. Mas mais pela beleza de Aron Winter em campo do que pela energia gananciosa de Van Bommel. Mas mais pela solidez de Ronald Koeman, general olhando a linha inimiga, do que pelos remates frouxos de Van Persie. Mas mais pela magnífica cabecinha de Patrick Kluivert do que pela insipidez geral actual. Mas também mais por alguns momentos insólitos e beneméritos {este e este} do que pelo enigma que parece ser Rafael van der Vaart. Mas muito mais pelo que estes mesmos rapazes fizeram na Suiça há dois anos atrás do que pelo que andam a mostrar neste preciso momento. E, acima de tudo, muito mais pela vã esperança de que uma vez aposta a tal estrela na camisa, toda a ilusão se desfaça, que o embuste seja detectado, que o prazer e a alegria em campo regressem, que uma vez campeões não sintam mais a vil necessidade.
Vil?! Falo, essencialmente, do ponto de vista do adepto. Nunca tinha vivido um torneio deste modo. Nunca num torneio a Holanda me disse «viemos para ganhar» e cumpriram {bem sei, bem sei, ainda falta a final...}. Este ano senti o que deve ser para um torcedor brasileiro, argentino, alemão, italiano, assistir aos jogos da sua equipa. A pressão. Eu costumava divertir-me a ver a Holanda jogar. Isso não tem preço. Este ano não me divirto, sofro. Este ano sofro pela alegria prometida. Mas uma alegria conquistada pelo sofrimento? Não sei não. Isto não é o Benfica, isto não é a Liga Sagres. Espero sinceramente que ganhem e que sejam felizes. E que, como adepto, possa depois assistir à retirada de Van Bommel, de Gio {mais do que ninguém merece a estrelinha} e de Van Marwijk e de todo este mambo jambo... Que regresse o 4-3-3. Que regressem o domínio do espaço e a posse da bola. Que regressem os golos magistrais. Que alguém se lembre de lá pôr à frente, sei lá, Foppe de Haan. E que pequenos tesouros como Affelay, Elia e Huntelaar possam desenvolver-se, crescer e encantar sem a pressão que tudo esgana, estagna, envenena.
Pronto. Está dito. Safa. Nunca mais é domingo...
E agora?
Não estou bem... Meio tristonho, nem sequer é aquela ansiedade típica que antecede os grandes momentos... É mesmo uma espécie de não-identificação... Só me apetece falar do jogo de há dois dias, aquele que já era então apenas para cumprir calendário, mas nem isso consigo... Sobretudo aquele magnífico golo do Gio, queria colocar aqui o vídeo, mas... Olhem, fiquem com este belo texto deste recém-descoberto senhor que dá pelo belíssimo nome de Joe Posnanski.
terça-feira, julho 06, 2010
segunda-feira, julho 05, 2010
Oh, my Gosh, what have I done?!
sábado, julho 03, 2010
As it happened... {in motion}
Aos 3:07 está o tal golo! Que golo! Representando a viragem do resultado, nos quartos-de-final, contra o Brasil? Robben, Kuyt, Sneijder. As simple as that!
sexta-feira, julho 02, 2010
Momento do jogo (4)
Mesmo no cair do pano, depois de já terem desperdiçado uma ou duas possibilidades fortes de marcarem mais um golo, os holandeses fazem um ataque mortal. Estão 3 jogadores a ameaçar Júlio César – seriam Huntelaar, Sneijder e Kuyt? – e é só uma questão de ver quem marca o terceiro golo e fecha o jogo. Pois não é que aparece ainda um quarto holandês, Robben, fica com a bola e com um toque absurdo passa a bola para trás – afastando-a da baliza! – em direcção a um jogador brasileiro?! Eu que pensava que a arrogância típica desta selecção tinha sido trocada pela ganância típica de quem quer ganhar o torneio fiquei deveras preocupado, leia-se irritado. Foi apenas um lapso ou temos de temer o pior nos dois jogos que aí vêm?
Não tenho imagem para ilustrar este momento, é pena.
Não tenho imagem para ilustrar este momento, é pena.
Momento do jogo (3)
Nunca tive dúvidas que o Brasil ia tentar hoje a jogada da provocação, da picardia, da boca foleira. Nunca tive dúvida de que o Brasil viu e tirou conclusões do jogo de 2006, em Nuremberga. Vocês sabem a que jogo me refiro... Mas se o Brasil viu esse jogo, a Holanda jogou-o. E sabe o que perdeu. A Holanda perdeu muito mais do que um jogo nesse dia. E felizmente aprendeu a lição. E foi por isso que os berros de Robinho hoje ecoaram no estádio, perderam-se no meio do ruído das vuvuzelas e não tiveram resposta por parte dos holandeses. Bravo.
Momento do jogo (2)
Momento do jogo (1)
In halve finale!!!
Em anos anteriores se estivesse nesta fotografia o Romário, ou o Klinsman, ou o Tevez, ou o Gattuso, era tudo isto e aquilo, era a expressão da vontade de vencer. Mas como é o Nigel de Jong já é a arbitragem, e mais aquilo e aqueloutro. Metam na vossa cabecinha que a Holanda {pela primeira vez} meteu na cabeça que quer ganhar a taça. E em tudo se tem comportado como todos os campeões anteriores. Nem mais nem menos. Não pode a Holanda querer ganhar a taça e coser uma estrelinha na camisa? Só ao Brasil, à Argentina, à Alemanha e à Itália é que tal é permitido? Não há vencedores garantidos. E esta Holanda já está a surpreender. A começar pelos próprios adeptos que lentamente começam a perceber que, sim, se calhar, por vezes, até que vale a pena abandonar o estilo e rumar directo à essência. Se os outros conseguem porque não conseguirá a Holanda? Eles todos só pensam nisto. E eu estou com eles. Hup Holland Hup!
En nu het nieuws... #2
A nossa correspondente em Amsterdam, Die Heks, conta-nos que ainda há pouco na rádio uma criança relatou que estava no campo, a brincar, e que soprou uma vuvuzela e as vacas todas das redondezas a perseguiram {furiosamente?}... nem as vacas gramam aquela treta daquela corneta.
quinta-feira, julho 01, 2010
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