Mas não é só o
Facebook o responsável pelo desalento. É também a azia, a ansiedade, a histeria em potência, perante a sombra que paira sobre o dia 28 de Setembro. Há por aí muitos que diriam anátema. Eu digo apenas e só isto, é {se for} uma merda, é o que é. Mas se for, será. O país não vale grande coisa, de resto. Mas há oportunidades que não se devem desperdiçar e esta é uma delas. E mesmo um país que não vale grande coisa deve aproveitá-las. Se há momento em que podemos crescer um pouco mais é este. Porque o que se pede aos portugueses no dia 27 que vem não é que escolham entre Sócrates {o PS, melhor dito} e Manuela {o PSD, melhor dito}, não é que dêem um deputado ou outro a mais ao muro concreto ou que se mantenham fiéis à foice e ao martelo. Não é que se traulitem um pouco mais com o político-mínimo-garantido ou que se humanizem um pouco mais sei lá com que novo movimento que por ai se movimenta. Não. A questão é que sejam honestos e verdadeiros. Consigo próprios. Que se perguntem: «Houve, em democracia, algum Governo melhor que os do PS?; Há algum, nos que estão agora no papel, melhor que o do PS de Sócrates?»; «O país está pior agora do que estava há 4 anos?». Se responderem que sim às questões anteriores, então, só resta mesmo votar noutro que não PS. Mas a grande questão, a do milhão de votos, é o que leva um português a responder sim a essas questões. Que se perguntem então «O meu voto noutro{a} que não Sócrates, o meu sim às questões anteriores, resulta de um ódio/incómodo/raiva/nojo/desgosto/irritação/embirração em relação a Sócrates?» Se também aqui o sim prevalece, está tudo dito. Votar contra Sócrates é votar contra si próprio. Se o não na última pergunta coincide com o sim às primeiras perguntas, ok, é o voto sem contenda. É pacífico,
it's politics. Mas votar porque não se grama o tipo é votar por capricho, é votar
out of spite. É um voto no lixo. Mais vale não votar. Serão os portugueses capazes de votar contra as suas paixões, afectos e convicções? Será o cidadão português capaz de votar pela razão, pelo pragmatismo, pelo país e não por si próprio? Por uma ideia abstracta, por um futuro incerto, que desconhecem e não controlam? Cria-se um dilema não tão dilema assim. Já vão ver. "Votar contra Sócrates é votarmos contra nós próprios" vs. "Votar contra nós próprios é votarmos Sócrates". Porque entregarmos o país a "bandidos" ainda mais "bandidos", a inúteis ainda mais inúteis, a incapazes ainda mais incapazes, e por aí fora, é, de facto, não estarmos a tratar bem de nós. Já votarmos contra o nosso sistema de crenças, bom, nem é preciso dizer mais, é só ganho. Afinal é simples, pá.
Para
post n.º 1.000 não está nada mal... lol.
Dia 27 lá estarei.
Votando contra o meu sistema de crenças, votando PS.
7 comentários:
eu não percebo porque é que não votas em branco.
Branco não existe. Não é um partido, não é um movimento, não é nada, é branco.
branco quer dizer que uma pessoa se recusa a votar no palhaço da direita ou no palhaço da esquerda. branco quer dizer que ninguém merece o voto.
Mas eu continuo, ao contrário de ti, a acreditar na necessidade da existência do Estado e dos seus mecanismos de funcionamento. O que tu propões é nada, é caos, é o vizinho a fazer mais barulho do que tu porque tem umas colunas mais potentes...
népia. para começar, o que eu proponho é um governo cujo objectivo seja a sua autodestruição. um governo que não seja corrupto, nem tente manter-se vivo como instituição, mas sim instruir o povo para a autonomia. conheces algum?
Também quero dessas drogas...
ontem passei aí e telefonei-vos, mas nada...
"you may say that i'm a dreamer, but i'm not the only one, i hope someday you'll join us, and the world will be as one"
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