Às vezes consigo ser um chato do caraças, a pain in the ass, uma verdadeira besta, um idiota. Pergunto-me, por vezes, como consegue a Susana aturar-me. Ou a Matilde, que já tem corpinho para apanhar comigo. Até já a Júlia deve ter cheirado um pouco a fumaça... Mas depois vêm as vezes, que isto é como as ondas, em que eu domino a coisa, miro o céu e vejo-me de lá, entendo coisas que nunca entenderia antes de, e torno-me mais humano um pouquinho, e fundo-me, deixo de ser um palerma.
No outro dia pensava, em jeito de epifania, no bom que era eu não ter poder, verdadeiro poder, de espécie alguma. Tivesse eu poder e seria a desgraça, correriam as multidões, escorreria sangue vário, ruiriam construções e erguer-se-iam ideias erradas e perigosas {em forma de monumentos sinistros, concerteza}. Mas depois pensei, «Olha lá, mas tu tens poder. Tu tens poder sobre ti. No fundo, esse é o verdadeiro poder. E, bem vistas as coisas, até nem tens feito um mau trabalho. Bom, é certo que és o teu maior carrasco, mas também te tens mostrado por demais vezes capaz de te amares. Olha, deixa-te de tretas e vai em frente. Olha, olha para a Júlia». E assim tem sido nos últimos dias. É isto que trago de férias. Nada mal. Fui para elas com menos.
Há 10 anos
4 comentários:
tens de confiar em ti próprio ;)
para mim és das pessoas mais fixes que conheço, e este fixe quer dizer muita coisa: interessante, inteligente, bem-disposto, original, etc.
ouve lá, a palavra "concerteza" não existe.
Mas gosto tanto dela que, para mim, existe...
podes crer, estás no teu direito!
Ah, e quanto ao resto, não te preocupes.
Basicamente, é fogo de vista, show off, alimento o blog nada mais... ó miséria...
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