Tenho recebido críticas, reclamações de como o blog está despido, parado, isto e aquilo, enfim, chato. Eu percebo, eu percebo.
Há uns meses atrás achei que estava na altura de passar esta prosa para um registo mais pessoal, mais intimista, andava a sentir-me farto de encher um chouriço que, além do mais, eu nem sentia ser assim tão interessante aos olhos dos outros. Como podia, se os chouriços dos outros também não me pareciam assim tão interessantes? Estava num ponto em que acreditava sinceramente que o que cada um diz não interessa a quem ouve. Num ponto em que aquilo que os outros diziam não me interessava verdadeiramente, logo o que eu dizia também não deveria interessar. Errado. Hoje percebo que isto dos blogs é tudo menos pessoal e intimista. Aqui não há espaço e lugar para vozes interiores. Isto é realmente o tal café de que falei em tempos. Aqui falamos uns para os outros. {Eu até já me verguei ao fascínio do Facebook, vejam lá...; é só mais um café, numa outra esquina.} Não há aqui espaço para grandes epifanias. Se queremos momentos íntimos e sossegados vamos para um jardim, não para o café. Portanto, estão de volta os links, os vídeos, o hardcore, o socratismo e o diabo a quatro.
De que andava eu a fugir? Nem interessa bem. Andar a fugir já é mau suficiente. Se estive quatro dias acampado no meio da populaça, tipo 3.º Anel elevado à potência, que mal me poderá fazer, que mal poderei eu fazer, à {des}interessante blogosfeira?
Há 10 anos
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