terça-feira, julho 28, 2009

A Vida de morte em morte...

Se no episódio relatado no post anterior as importantes palavras surgiam de manhã, dou-me agora conta de que na noite anterior outras palavras tinham sido ditas e que, sim, umas estão relacionadas com as outras. No final de uma noite de jantarada e de copos, em casa de uma amiga felizmente recém-encontrada, no final de uma noite, dizia eu, que acabou em torno do tema morte, já estava eu de pé, casaco na mão, o pessoal a desmobilizar, por entre procuras simultâneas de objectos deslocados, onde estão as chaves de casa?, e os cigarros?, ouvi-me dizer, já a meio-gás, quase na certeza de que ninguém ouviu, que «no fundo, no fundo, um bom passo será sempre o de contrariarmos as nossas certezas, as nossas crenças, as nossas particularidades». Se tivermos a capacidade de contrariar o nosso sistema de crenças, se tivermos a coragem para nos interrompermos, se levarmos a cabo estas pequenas mortes {não confundir com la petite morte} de nós mesmos, então a vida cresce em nós. Matar, pouco a pouco, certas prisões de nós mesmos, liberta-nos. A minha mente, o meu desejo, diz-me «não vás ao baptizado, foda-se, era o que faltava agora ir perder o meu tempo com um baptizado, ainda por cima de fato e gravata, caramba, e o calor que está?»? Pois eu digo {e faço} «vou ao baptizado!». Fui.

3 comentários:

Serafim disse...

Amigo, Reis.
É isso mesmo, larga o benfica, liberta-te!
Abraços e boas férias.

anauel disse...

Estás maluco?

Então ia lá largar aquilo que me coloca maiores desafios?

Nada como uma ida ao terceiro anel para me colocar frente aos meus maiores desafios...

aquelabruxa disse...

ah, ah, e eu no quarto com a júlia ao colo...
o dvd estava na caixa do correio?