Desde sempre que este objecto, este animal de reino invulgar, este rotor assanhado, este amontoado de metal e coragem, me fascina. Se bem me lembro não devia ter mais de 5 ou 6 anos quando vi o primeiro helicóptero da minha vida. Foi num ambiente de concurso hípico {creio que em Vidago} e era um Alouette da Força Aérea, já batido pelo tempo e pela guerra, sem grande aura, mas que me impressionou deveras. Mais tarde, tenho memórias de um que tive para brincar. Numa escala bem à maneira, dava para pegar-lhe por uma pega que, com um gatilho, accionava as pás {fazendo em simultâneo o seu som característico; como eu adorava aquele som...} e com outro botão disparava rockets contra inimigos invisíveis. Claro, já mais tarde, também não fui insensível aos disparatados encantos do Blue Thunder {1983} e, ainda mais tarde, às misérias impostas pelas "valquírias" do Coronel Kilgore. Recentemente, não fiquei imune ao poder que emana de semelhantes bichos, ao ver um documentário no National Geographic {ou coisa que o valha...} sobre a linha de montagem do Apache que serve actualmente no Iraque. Mas hoje li uma das mais belas definições, inspirações, pensamentos sobre o assunto. Sobre essa dimensão estranha, onde forças contrárias, onde energias sobrehumanas desafiam as leis da natureza, e criam um estado fremente de sofrimento necessário à elevação. Hoje, ao ler estas palavras, senti o helicóptero tão próximo do ser humano...
«O helicóptero é um bicho que voa sem querer voar, porque ele tem tantos desgastes que é como se ele quisesse se autodestruir o tempo todo.» {Élson Sterque, Helipark}
{Vale bem a pena clicar na imagem, de modo a ampliá-la e poder desfrutar a fascinante complexidade destes bichos...}
Há 10 anos
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