quinta-feira, janeiro 03, 2008

Ainda o fumo...

Há uns anos atrás, estava eu numa esplanada, mesas meias com um par de tias, daquelas mesmo insuportáveis, lacadas, cheias de filhos ausentes e plenos de problemas, e uma dizia para a outra: «Pois é, eu até devia deixar de fumar... que isto faz mal, que isto e aquilo, yada, yada, yada». E a certa altura, sai-se com esta: «Que aquilo, na realidade, é um nojo. Eu, aliás, se há sítio onde não fumo é em casa. Em casa é que nunca!». A minha vida (de fumador) mudou naquele dia. A mim não me impressionou a cena de ela achar que era um nojo (eu não acho; quanto muito acho que, por vezes, é um incómodo), não, o que verdadeiramente me impressionou foi a desfaçatez com que ela admitiu que algo que, aos seus olhos, era um nojo era de proibir no seu lar mas não na rua, não no restaurante, não na estação do metro. O desprezo das suas palavras evidenciou o desprezo dos meus gestos. A partir desse dia, porque é assim que se aprende, ou seja, mudando, eu deixei (ou tudo fiz nesse sentido... que são muitos cigarros por ano...) de fumar em locais públicos. Muita falta de sentido, de bom senso, de compromise anda por aí nessas cabecinhas.

1 comentário:

aquelabruxa disse...

pois, e continuas do contra ;)