«Encontramo-nos numa crise generalizada de todos os meios de confinamento, prisão, hospital, fábrica, escola, família. A família é um "interior ", em crise como qualquer outro interior, escolar, profissional, etc. Os ministros competentes não param de anunciar reformas supostamente necessárias. Reformar a escola, reformar a indústria, o hospital, o exército, a prisão; mas todos sabem que essas instituições estão condenadas, num prazo mais ou menos longo. Trata-se apenas de gerir sua agonia e ocupar as pessoas, até a instalação das novas forças que se anunciam. São as sociedades de controle que estão substituindo as sociedades disciplinares.»
«O serviço de vendas tornou-se o centro ou a "alma" da empresa. Informam-nos que as empresas têm uma alma, o que é efetivamente a notícia mais terrificante do mundo.
O marketing é agora o instrumento de controle social, e forma a raça impudente dos nossos senhores. O controle é de curto prazo e de rotação rápida, mas também contínuo e ilimitado, ao passo que a disciplina era de longa duração, infinita e descontínua. O homem não é mais o homem confinado, mas o homem endividado.
É verdade que o capitalismo manteve como constante a extrema miséria de três quartos da humanidade, pobres demais para a dívida, numerosos demais para o confinamento: o controle não só terá que enfrentar a dissipação das fronteiras, mas também a explosão dos guetos e favelas.» Gilles Deleuze.
Na senda dos textos sobre Chávez e da suposta discussão acerca do que é ou não a Democracia, e ainda com a depressão promovida recentemente pela corporation a dar sinais de si, vou dar de chofre com este pequeno texto do Deleuze. [clicar aqui para ver/gravar o PDF] Agora sim, está tudo estragado. O texto já tem uns aninhos, o tipo até já se matou (o que só piora a coisa...), mas a questão permanece. Até onde e quando estaremos dispostos a ir? Só de pensar dá arrepios.
Há 10 anos
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