Ontem vi um cromo do Roberto Carlos, ao serviço da selecção brasileira, colado no cartucho de balas de uma AK-47. Esta arma automática estava a servir de almofada a um jovem rapaz que morria lentamente no meio do mato. Não foi uma imagem agradável de se ver. A globalização é perversa. Qual germe, qual vírus invisível (ou nem por isso), cobre o planeta, espalha os seus valores e ideais impassível e imune ao sofrimento global. Um jovem guerrilheiro, um menino, de AK-47 em punho, sonha com o pontapé-canhão do Roberto Carlos entre escaramuças de aldeia em aldeia. Que mundo é este? Consegue ter acesso a um cromo do futebolista mas não consegue ter acesso a paz/pão/habitação!
Isto a propósito do filme/projecto Crianças Invisíveis. Do qual, na realidade, só se aproveita o execelente filme de Spike Lee, Jesus Children of America. Ah, e o do John Woo, também está baril.
Há 10 anos
1 comentário:
pois...
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