Se a Deolinda vinha sendo, nos seus últimos concertos respectivamente, uma fantástica surpresa/descoberta, uma confirmação inquestionável e, finalmente, um coração por detrás da alma que já começávamos a conhecer, hoje, ou seja, no passado concerto no Maxime a Deolinda foi tremenda. Tremenda! Grande segurança, grande performance, grandes músicos. Não resta ninguém indiferente, numa sala abençoada com a presença da Deolinda. Era algo que se previa e algo que se cumpriu. A Deolinda começava a precisar de uma sala a sério (em relação às que vinha pisando, claro...) e de um público alargado. Nada será igual daqui para a frente, presume-se. Deseja-se.
Desta vez o alinhamento que já conhecemos foi sujeito a duas alterações, um intervalo que nada beneficiou o fluir do espectáculo e o acrescento de um novo tema, o tema da garçonete que se atreve a cantar o fado numa casa de fados lisboeta... Descobrir uma qualquer Daniela Mercury wannabe levantando poeira numa qualquer Adega Machado é puramente genial! Oh, a inveja que tenho de quem nunca ouviu a Deolinda! Ouvir o saracotear da garçonete relembrou-me o prazer de ter os ouvidos (e não só) virgens em relação ao som da Deolinda. É verdade que ela é sempre fresca, nunca está na mesma afinação, umas vezes tapa-se mais outras menos, mas o momento da descoberta é inigualável. E, de repente, a promessa de novos temas torna a vida mais fácil...
O momento do "MPA" foi novamente muito bem conseguido e, com jeitinho, ainda o teremos aprovado na Assembleia da República... "Clandestino", "Eu tenho um Melro", "Eu Não Sei Falar de Amor" e o "Fado Castigo" foram, como sempre, arrebatadores.
Desejo para o ano 2007: que um qualquer holandês louco a descubra e a edite. Merece ela e merecemos nós todos.
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Ah, e já sabem, próximo concerto no sábado que vem (dia 21) na Associação Guilherme Cossoul.
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Ah, e nasce hoje neste blog a label Mundo Deolinda. Isto é que é gostar deste tipos...
Há 10 anos
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