A um dia do início de 2007 apetece-me deixar aqui uma nota sobre uma das melhores coisas que 2006 me trouxe. Falo desse sítio especial que é o Centro Hípico Quinta da Pateira. Situado no Murtal (algures no triângulo Parede/S. João do Estoril/Caparide), este é um pequeno pedaço de terra onde a felicidade e uma espécie indefinida de magia nos invade assim que lá entramos. A minha filha por lá anda entre lições de hipismo e dias de estágio (um conceito notável para trabalho, prazer, equilíbrio e amizade) e eu, se tiver a coragem necessária, começarei em Janeiro que vem. Graças pois ao Chico, à Zeca, à Mafalda, ao Jorge e ao Zé Ricardo (e à Boneca, à Niza, ao Tango, à Rezinga, ao Baunilha e ao Turco) por terem pensado e tornado possível este projecto! Fotografias ficam prometidas para breve...
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Centro Hípico Quinta da Pateira. Rua Filipe R. Silva, Murtal, 2775 Parede.
Tudo aquilo que descrevi no post anterior já deve, de uma ou outra maneira, ter saído do meu organismo. Contudo, aquilo que mais me marcou neste Natal que passou e que ainda persiste em mim foi a experiência vivida (juntamente com a Susana, a Matilde e a Lisete) na noite de con-soada. Antes do jantar fomos os 4 visitar e assistir a uma cerimónia de culto no Templo Radha Khrishna. Descalços e separados pelo sexo, sentámo-nos e assistimos a uma cerimónia tão inspirada quanto inspiradora, como há muito não vivia. Cantam, batem palmas, tocam música, oferecem dinheiro, tocam, beijam, falam, comem. Tudo de uma simplicidade tocante. E sempre debaixo dos olhares ternos (alguns mais tenebrosos...) das estatuetas coloridas. A frase da noite foi: «Sinto-me em casa». E tudo isto em Telheiras, depois do Carrefour, atrás do Feira Nova!...
Fondue vegetariano / Fondue de carne de vaca em vinho verde tinto / Fondue de choco-late / Vinho tinto e café vienense / Queijo e pão / Tarte de legumes e fiambre / Salada de tomate e queijo fresco / Salada de salmão fumado e parmesão às lascas / Sonhos e coscorões / Mousse de chocolate / Vinho tinto e chá de hibisco / Sopa de ervilha e cebola / Salada de alfafa e similares / Salada de nabo cozido e castanhas / Pirex de massa, tofu, salsicha vegetariana e natas, no forno / Chá / Lascas de presunto e pão / Tostinhas e queijinhos vários / Bacalhau assado profusamente acompanhado por alho e embebido em azeite / Pão / Salada de alface com frutas e nozes / Fatias de manga / Uma massa enrolada e embebida em calda, doce divinal do qual não sei o nome... / Vinho tinto e café / Aguardente / Lascas de presunto e pão / Borrego assado no forno com castanhas / Arroz branco / Rodelas de ananás / Sonhos / Vinho tinto / Água das Pedras / Chá e novamente aquele doce divinal do qual não sei o nome / Café / Folhados de salsicha e chouriço / O resto do tal bacalhau... / Um pouco de bacalhau com natas / Pão de ló (tipo Paínho) / Vinho tinto / ...
Minnie — You know, before I met you I thought I was in trouble. Seymour — Well, it's annoying living... I mean, you not only have to learn the language you have to learn their emotions... Minnie — Well... Seymour — Well nothing. It's true.
Poucas pessoas filmaram tão bem a dificuldade de se estar vivo e de viver em sociedade como John Cassavetes. Os impasses, as desilusões e anteriores ilusões, as quedas, as porradas, são ângulo constante da sua lente e as desventuras de Minnie Moore e de Seymour Moskowitz não escapam à regra. The Ups and Downs de um par de cromos numa LA cheia de U-turns onde a persistência do amor em relação a um amor possível se torna realidade. Mais um filme da minha lista de 1971 que vejo e arquivo com prazer. Como em qualquer Cassavetes, aconselha-se vivamente.
Os Red Sparowes deviam ser disciplina obrigatória em qualquer escola deste país! Motivo de reunião em qualquer empresa deste país! Serão em todos os lares deste país! Som em qualquer viatura! Droga gratuita para todos!!!! Quem já está agarrado, sabe do que falo. Quem não conhece, que se inicie com estes pequenos exemplos.
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Ele está de volta! E no seu melhor, dizem algumas vozes. David Lynch lançou recentemente Inland Empire(trailer já aqui em baixo). Aguardemos, pois, a nossa vez de vermos de novo Grace Zabriskie, Diane Ladd, Laura Dern, Harry Dean Stanton e uma imensa companhia, donde se destaca a presença de William H. Macy (este e Lynch era mesmo o que faltava...).
E pronto, uma vez mais Kurt Wagner e os seus parceiros chegaram, tocaram e conquistaram. Num registo bem diferente dos anteriores concertos em Lisboa, devido essencialmente à inclusão dos Hands Off Cuba na equipa titular, este foi, na minha opinião, um concerto um tanto ou quanto irregular no registo. Se bem que os Hands Off Cuba se integram bem na coisa (na realidade eu estava pouco preparado para eles) nem sempre resultou a fusão das partes. Mas a usual boa disposição dos Lambchop (e aqui tire-se o chapéu a Tony Crow, a hell of a piano player!) e a garra com que dilaceram os temas (sobretudo nos finais e nos do encore) estiveram lá e deram frutos. E antes que me esqueça, uma nota 20 em 20 para "Caterpillar" (um belo tema e uma sentida e intensa execução)! Aqui fica a versão tocada nesta tournée, em Viena.
Quanto à componente visual do concerto, o trabalho de uma artista novaiorquina (o nome escapou-me...) pendia do tecto sob a forma de cinco gigantes balões brancos onde eram projectadas imagens variadas. Se bem que não dá para dizer mal (estavam bem esgalhados os balões e as imagens), fica contudo uma sensação estranha. Não deixo de pensar que a inclusão destas imagens (uma miscelânea de nostalgia footage) implica a exclusão das que até hoje na nossa cabeça se criavam. Sim, a música de Kurt Wagner habituou-nos desde cedo a recriar imagens soltas de arquivos perdidos e empoeirados. Mas os balões puseram-nas cá fora... Perdeu-se o gozo de as ir buscar ao fundo da imaginação. Também é verdade que o dedo dos Hands Off Cuba tornou os Lambchop de ontem mais frios, profissionais se quiserem. A morna vastidão das planícies norte-americanas foi ontem substituída por bits'n'blips and whistling whales... daí a necessidade de se recorrer aos balões. Na boa. Foi um belo concerto e para quem não esteve lá, aqui ficam algumas imagens.
O meu agradecimento à Susana Durão pelas fotografias (e desculpa lá a perna a abanar...).
Momento bizarro – Dão-se alvíssaras a quem descobrir quais as palavras ditas a Kurt Wagner pela rapariga que subiu ao palco momentos antes do encore.
Acabei agora mesmo de ver o The Queen de Stephen Frears. Notável, notável, notável. Cristalino, seco, plasticamente certeiro. Mas o mais fascinante, na minha opinião, é que uma vez mais ficamos com a certeza de que a realeza britânica é, de facto, "a" realeza. Nenhuma outra se perpetua e promove como esta. Isto é, entre este filme de 2006 sobre 1997 e toda uma série de filmes anteriores sobre épocas ainda mais anteriores há, por vezes, muito poucas diferenças. Esta rainha e outras anteriores são como réplicas de poses e saberes que se pretendem eternos. Os personagens destes filmes, se antes andavam a cavalo hoje andam de Land Rover. Se antes vestiam cota de malha hoje vestem Barbour. Mas a intriga continua. O protocolo perpetua-se. As relações de poder mantêm-se sempre como tema central. E (quase) sempre sobre motivos fúteis.
Quanto a Stephen Frears, seis anos depois do delicioso High Fidelity, está de parabéns. Aqui fica o cartaz do filme e o link para o site oficial.
O meu cunhado chegou à blogosfera com o seu novo blog – Escape From Noise. Sê bem-vindo! Este blog recomenda-se a todos aqueles que respiram o ar como ouvem a música.
Acabo de descobrir este filme dos Monty Python. Nada melhor de ver, sobretudo na sequência do meu post anterior. O meu agradecimento a "8 e coisa 9 e tal".
Mal o árbitro apita para o final do desaire, saio do Irish Bar e dirijo-me para o carro. Chave na ignição, luzes, e rapidamente (depois de jogos destes nada pior que as luminárias da TSF e afins...) mudo do rádio para o leitor de CDs onde Tim Hardin me apanha desprevenido com "Don't make promises you can't keep"... Ironia das ironias. Na realidade, o SLB de ontem não estava capaz de cumprir com qualquer promessa que tivesse feito ou sugerido. O fabuloso golo do Nélson acendeu umas luzinhas de esperança mas, sejamos honestos, só jogámos (e bem) sempre e quando o ManUnited o permitiu. Eles não brincaram em serviço. E nós não tivemos pernas, nem cabeça.
Notas finais: Nuno Gomes para o ginásio e em força. O rapaz precisa de massa muscular e já!; o Fernando Santos continua a achar que ter feito 1 ponto em Copenhaga foi muito bom, que os outros (ManUnited e Celtic) nem isso fizeram e que afinal ele é que tinha razão em dizer que o empate lá era um bom resultado. Pois eu digo-lhe que os outros passaram para os oitavos-de-final e nós não!; Ver sair o Miccoli e entrar Paulo Jorge não se faz a ninguém!; e finalmente, e como dizia um tipo sentado ao meu lado ontem à noite, o que nos vale é que nenhum dos golos foi marcado pelo Cristiano Ronaldo. Safa!
Na edição de ontem o Público publicou um gráfico referente ao estado de saúde de Augusto Pinochet, no qual faltava um último item. Aqui fica feita a correção e o pedido de desculpas aos nossos leitores.
Estamos a 4 dias do concerto na Aula Magna! Tenho de amainar com esta febre dos Cult of Luna, senão pressinto que vai ser um concerto um tanto ou quanto bizarro. E os Isis... e os Pelican... e os Red Sparowes...
Perfeito! Ontem, tudo correu bem. O resultado, acima de tudo. Nelson (voltaste de vez?), Rocha (vês como é bom celebrar um golo sem achincalhar...?), Miccoli (será que o meu amigo Rui ficou a perceber o porquê de tanta admiração pelo italiano?), Simão (neste caso, um pouco mais de festejo não caía mal...), todos eles Imperiais. E o passe do pequeno bambardeiro para o Simão? Obrigado, Miccoli. E o ritmo do jogo? Não podia ter sido melhor. Quarta-feira que vem há mais.