sábado, setembro 15, 2012

15 de Setembro de 2012


O que fazer com este dia? Isto é, tendo em conta os moldes em que ele nos é exposto? Sinceramente, não quero que a troika se lixe. Nem o FMI. São 80 mil milhões de euros (é muita massa!) e dão jeito a muita gente (e a alguma gentalha, é certo). Por outro lado, a minha vida não pertence a ninguém, muito menos às troikas/governos deste mundo. Não preciso, pois, que ma devolvam. Mais. Não estou indignado (nada disto é verdadeiramente uma surpresa). Estou mais pobre, mas não indignado. Precário? Sou recibo verde por opção, com a maior determinação. Mesmo com todos os inconvenientes (e são muitos, e bem graves) que daí decorrem. Depois há tudo o que concorre paralelamente, e que não ajuda à equação. As panelas? Ok, tábem. Aquele texto que, lá do alto, se tornou viral? Uma patetice pegada. É muito fácil corrê-los todos a dedo. Olhar para fora. Por falar nisso, também não considero a Islândia um exemplo. Longe disso. Mais perto, não me sinto confortado porque a CGTP também apoia a manifestação. Nem o BE, nem o PC, nem, nem, nem... A mim só me move um motivo. O sucesso deste dia (isto é, uma multidão na rua) será certamente um fracasso do actual governo. Uma machadada na coligação PSD/PP. Basta-me. Este governo é um dos mais cretinos e incompetentes governos dos últimos tempos (um dos, sejamos justos, não esqueçamos Santana Lopes...). Este governo alberga gente como Paulo Portas, Miguel Relvas, Miguel Macedo, Paula Teixeira da Cruz, Pedro Mota Soares. O Moedas. O Gaspar. O Coelho. O tipo da Médis de que estranhamente ninguém parece querer falar. E uns outros tantos, certamente. Mas a mim basta-me. Podem achar pouco, mas para mim é mais do que suficiente. Porque se respeito o direito ao voto (e respeito-o exercendo-o), pois é ele que nos permite lutar/contribuir/eleger um determinado governo; então também exijo o direito contrário, o da rua, que é aquele que nos permite lutar/denunciar/derrubar um determinado governo. Eu respeito e aceito que algumas largas centenas de milhar de portugueses tenham querido eleger Pedro Passos Coelho (nem queriam assim tanto, o que eles queriam mesmo sabemos nós...), mas eles também têm de respeitar e aceitar que outras tantas vão fazer tudo por tudo para que ele abandone o cargo. Na rua. Hoje. 15 de Setembro de 2012.

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