sexta-feira, outubro 15, 2010

Portughole



Hoje de manhã vi algo que julgava estar já condenado à extinção {algo a que eu não assistia há muito}. Puro engano. Aquela típica imagem/descrição do país {de um certo país} com que cresci parece que ainda teima em persistir. Eram cinco. Cinco homens de colete reflector a abrir um buraco {na realidade, um buraquinho!} num passeio da Ferreira Borges. Um abria o buraquito, os outros quatro olhavam. As gajas, claro. De vez em quando um {dos mais novos, que nisto a idade é posto} dos que galavam dava um passo à frente, substituía o que estava no centro da roda e a custo, entre bocas várias, lá dava mais umas pauladas na terra. Mas o buraco é {parece ser} contínuo. E sendo somente um a cavar...

Por outro lado fez-se luz finalmente quanto aos cinco escudos azuis com as cinco pintas brancas... Nada mais {os escudos azuis} do que quatro papalvos observando um outro papalvo a cavar. E como cada português tem Portugal dentro de si {caramba, é ou não é isto um país de poetas?!} lá estão mais {as pintas brancas} quatro papalvos observando um outro papalvo a cavar dentro de cada um de nós. O português tem a {rara} capacidade de observar o cavar da sua própria sepultura enquanto a cava ele próprio. Cavamos a nossa própria sepultura ao assistirmos ao cavar da nossa própria sepultura. Como assistimos ao cavar da nossa própria sepultura só nos resta ajudar a cavar a nossa própria sepultura. Confuso? Malta, isto não é tão fácil como parece. E só um a cavar?! Vá lá, dêm aí uma ajudinha...

1 comentário:

aquelabruxa disse...

lol, genial.