terça-feira, junho 29, 2010

Vender a alma ao Diabo...

Cheira-me que este blog vai estar mudo até sexta-feira... Deprimido, stressado, tristonho, cabisbaixo, deprê... Sinto que vendi a alma ao Diabo! Como apoiar, entusiasmado, esta selecção? Já não restam dúvidas que a Holanda é a nova Itália! Joga feio e desinteressante, adormece o pessoal, ganha jogo após jogo e, sem ninguém dar por isso, záz, dá cá a taça que fomos nós que ganhámos! Como trocar, em consciência, a qualidade de jogo pelo prémio?| Esse será, de resto, o meu maior desafio. Como fazê-lo? Tenho estofo para tanto? No vai-e-vem dos comentários dos blogs {pró-}holandeses por onde ando já deu para perceber que muitos dos que por lá andam não se importam de jogar feio e chato desde que ganhem a taça. Dizem que estão fartos de andar décadas e décadas a jogar bem, a encantar o mundo e depois, quando a hora aperta, zás, lá se ficam pelo caminho. Não, basta! Este ano é para ganhar. Que se lixe o jogo, a taça é o que queremos. Eu lá vou contrapondo, mas vejam lá bem, não se esqueçam de 74, e de 78, e de 88, e de 98, e de 08... Nope, já esqueceram. Querem resultados. Querem ganhar. Foda-se mais à merda do Mourinho!!! Porra de vírus encapotado! Merda de gajo!

Mas querem saber? Estou-me a cagar. Aprendi a marchar com eles {os holandeses, os de gema} e, tal como eles, só quero é despachar o Brasil {há muito tempo que o Brasil não apresenta um escrete tão escroto...} na sexta-feira que vem, vingar {como é possível estar para aqui a usar este termo?!} 94 e 98, e seguir em frente. E mais tarde, na final, vingar 78 e arrasar a Argentina de Maradona. Tudo isto jogando feio e ganhando? Se assim for necessário. Se assim for possível {e olhem que é}. Que se lixe! Já que abdicámos do melhor que temos, o jogo, a mestria, ao menos que isso sirva para alguma coisa. Para que a taça rume à Holanda. E, acima de tudo, para que daqui a 4 anos já haja uma estrela dourada a brilhar nas camisas laranja. E que, então, feitas as contas e tranquilizados os corações, possamos recuperar aquilo que mais ninguém tem. Um futebol absolutamente delicioso. Esmagador de tanta beleza!

Foda-se, vendi mesmo a alma ao Diabo! Isto costuma dar asneira, no final...

Só me resta gritar {desesperado?} Oraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaanje!

6 comentários:

aquelabruxa disse...

o campeonato todo tem sido meio boring...

aquelabruxa disse...

e a holanda vai para casa depois do jogo com o brasil ;)

Unknown disse...

E eu cá não consigo entender como é que um português pode torcer pela Holanda. Até entendo que se possa admirar um futebol bem jogado, avançado e tal, mas vai daí uma grande distância entre admirar o estrangeiro e torcer contra o próprio país. Mas talvez seja eu o ultrapassado em insistir nessa coisa de pátria, de honra e outros valores que já não servem ao mundinho globalizado. A Holanda que deveria ter ganhado morreu em 74 e, vá lá, em 78. Depois, o que se viu, foram equipes limitadas e reféns do racismo(a entrada dos negros no futebol holandês nunca foi bem digerida pelos jogadores brancos, Gullit que o diga). Não me comove, pois, os laranjas. Eles cairão novamente diante do Brasil, assim hão de querer os deuses da bola.

anauel disse...

Pois é, meu caro Bruno, essa coisa da pátria, dos valores lusos, da honra e da unidade nacionais, não são flores que eu goste de cheirar. Nasci português, sou português, pago impostos em Portugal, voto em Portugal, faço filhos em Portugal, mas não me peçam para torcer por Portugal. Jogam feio, são aldrabões, dão porrada, estragam jogos, reflectem como você não imagina a miséria que é este país...

Quanto à Holanda, eu admito, é bizarro, eu próprio estou a começar a achar que ainda devo ter algumas gotas do sangue de Domingos Calabar dentro de mim. Como eu percebo o Calabar, caro Bruno. Já imaginou o pais que o Brasil seria neste momento, tivessem os Calabares deste mundo tido sucesso! ;D (estou brincando, estou brincando, não fique fera...)

Aliás, digo-lhe que o Brasil foi a minha primeira selecção, em 1982. A minha história com as selecções deste mundo globalizado está escrita aqui (http://anauel.blogspot.com/2008/06/as-minhas-seleces-parte-1.html). Leia, que até é divertido. Sei que você vai gostar.

Quanto ao "escrete escroto" (que, pelo que dá para perceber o perturbou um pouquinho) eu peço desculpa se ofendi, não era para ofender. Mas não deixa de ser verdade que para um escrete com tanto talento (que o tem) não há razão para tanta manha, tanto teatro, tanta aldrabice. Estão nervosos? Eu acho que sim. Pois sabem que ainda não jogaram até ao momento com uma única equipa de valor. A ver vamos...

Unknown disse...

Caro amigo:

Não te preocupes, não fiquei perturbado com o "escrete escroto", embora eu não usaria adjetivo tão forte para definir o selecionado. A mim também não me encanta a atual seleção brasileira, mas por razões muito mais ideológicas do que propriamente futebolísticas. O futebol já virou um grande negócio e seria romantismo exigir os espetáculos de outrora (pelo menos em partidas de Copa do Mundo, quando está em jogo coisas que até mesmo desconhecemos). O que me incomoda na seleção brasileira é um certo discurso moralista e religioso (não há um só jogador, entre os 23 convocados, que não seja evangélico). Não somos, hoje, nem sombra do escrete de 82, irreverente e democrático, que valoriza a nossa grande diversidade cultural, étnica e de credo. Mas, infelizmente, é o que temos no momento e isto também reflete a miséria intelectual que nos tem adoecido durante tantos e tantos anos.

Acompanhei os jogos de Portugal e igualmente não gostei do que vi. Na minha opinião (e perdoa-me se não concordares), Cristiano Ronaldo sempre foi uma farsa e isto se comprovou com sua nulidade na Copa (eu diria uma falta de desejo pela bola) e por suas declarações típicas de um covarde logo após a derrota para Espanha. O verdadeiro craque, como bem disse Figo, tem de defender seu grupo, custe o que custar. Nem que para isto tenha de assumir sozinha a culpa pela derrota (esta sim uma atitude de homem). Mas ele, ao contrário, preferiu culpar o treinador e os companheiros pelo fracasso português. Gostaria que a equipe lusa o esquecesse, que jamais o convocasse para coisa alguma. Assim o fizemos também com Ronaldinho Gaúcho (que vocês tanto amam), um tipo que sempre deu o sangue nos clubes europeus e sempre fez pouco da camisa amarela, tratando-a como mais uma camisa ou um emprego temporário. Para vestir a farda amarela não basta ter bom futebol (isso é o de menos, eu diria), tem que incorporá-la como a um manto sagrado (e aí entra o conceito de pátria, que a você não diz nada).

Como sou um patriota, torcerei pelo "escrete escroto" assim mesmo. A geração de Dunga, Kaká e Lúcio passará e será esquecida, mas a Seleção Brasileira, esta instituição do povo, permanecerá imaculada em sua glória.

Saudações!

anauel disse...

Que bom. Não me apetecia nada ter ido longe demais... foi a vontade de fazer o trocadilho fácil, estás a ver...

Engraçado (ou talvez não) essa coisa de todos serem evangélicos no escrete, logo neste escrete que eu achei tão esc..., hum, manhoso e fiteiro. À partida o jogo sujo e duro não se coadunaria com ideais evangélicos, não é? Mas é como dizes, outros ideais estão em jogo...

Quanto ao Cristiano estamos de acordo 100%. Nunca gostei dele e de dia para dia até vai piorando. Desde o presidente da federação, passando pelos vários treinadores (o Filipão então foi de morte...) e acabando nessa amostra de homem, tudo por aqui cheira a mofo, tudo é ridiculamente pobre, o que acaba por facilitar (incentivar até) o meu apoio a outro time.

Espero sinceramente que sexta-feira o jogo seja limpo, sem grandes casos e que ganhe a Holanda. A Holanda procura pela primeira vez (verdadeiramente) a conquista da taça e acho que o melhor é mesmo que a consigam, pois é o único jeito que os torcedores como eu têm conseguir novamente aquele jogo lindo que é o holandês. ;D

Abraços lusos!