quarta-feira, abril 28, 2010

Luto



Esta noite o futebol morreu um pouquinho mais. A vergonha é tanta, mas tanta. Em Camp Nou assistiu-se hoje ao mais deplorável espectáculo. Mourinho, no final, a correr sozinho, de dedo em riste, é dos mais tristes momentos que um relvado {e que relvado era o de hoje à noite, senhores} presenciou. Não tenho memória de alguma vez ter assistido a um treinador correr assim, ainda por cima por tão pouco. Miserável. O futebol não é isto. O futebol não é um homem a correr sozinho, de dedo em riste. O homem se sente prazer em bater recordes que comece a escalar montanhas. Mas quem o veria então? Ver Eto'o a funcionar como defesa, não ver um único ataque coerente em 90 minutos, ver Valdez estacionado na linha do meio-campo, ver Milito centrar para uma grande área deserta de companheiros, ver as estatísticas {a dada altura eram 455 passes vs. 59 passes!}, não é ver futebol. Serão poucos todos os adjectivos pejorativos para caracterizar esta noite. Mas o que se viu hoje que valesse a pena? Apenas e somente isto. A classe, a calma e o profissionalismo com que 11 jogadores {jogadores!} de futebol encararam aquela ingrata tarefa. A {aparente} tranquilidade que mostraram naqueles derradeiros minutos é algo que só dignifica o futebol. É aquilo que há-de ser lembrado para sempre, desta noite. A "vitória" de Mourinho há-se ser sempre isso, a "vitória" de Mourinho. De mais ninguém.

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