Há 10 anos
quinta-feira, abril 08, 2010
Eu, se fosse o Mexia, cortava-lhe a luz...
Durante anos eram os olhos de Ana Drago. Aquelas pequenas esferas incandescentes que, de um húmidosemiobscurosótãoinalcançável, destilavam um ódio incompreensível. Agora são os beiços de Helena Pinto. Os discos de cristal não lhe permitem a performance de Drago, logo é naquela bocarra arreganhada que se sustenta, e é daquela cavidade alarde que nos brinda com pérolas de valor muito discutível. Ouvi-la, hoje à tarde, no Parlamento, a zurzir nos bónus de António Mexia é dos mais tristes espectáculos a que me sujeitou. Misturar as vantagens de Mexia com o estado lastimável em que se encontram alguns largos milhares de portugueses é da mais elementar {logo vergonhosa} demagogia. Comparar os euros de Mexia com os de Cavaco, então, nem se fala. Como se Mexia não fizesse {numa semana} infinitamente mais do que Cavaco {num ano}... A EDP é uma empresa cotada em bolsa, tem administradores de várias formas e feitios, conselhos de administração, apresenta contas e, acima de tudo, e mais importante, o cerne da questão, apresenta lucros astronómicos. Os méritos, perdão, euros de Mexia não me parecem assim tão abismais quando comparados com os lucros da empresa que gere. Se a EDP tem lucros destes e se aqueles senhores entendem que há que premiar os administradores {supostamente} responsáveis pelos mesmos, então que o façam. Ponto final. Helena Pinto não devia ter medoinvejaraivadesprezoódioasco pelos lucros de outrém. Só lhe fica mal. E quando relaciona a pobreza alheia com a riqueza de Mexia, bom, aí... Triste, muito triste.
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