Agora está ao rubro, agora está infectado, a febre instalou-se! Os calhaus que piso estão escaldados; a terra onde eles repousam {pesam, descaradamente} escaldada está; eu, inevitavelmente, escaldo-me a cada passada... E cada passada leva-me para cima, cada vez mais fundo! Ascendo e aprofundo. É bom, sabe bem. É bom e sabe bem, o que nem sempre combina.
E para agitar o fogo, para manter o quente não vá o Diabo tecê-las, para espicaçar as salamandras, este tipo trouxe-me até Emily Haines. E agora, neste preciso momento, é ela quem me atiça a febre... A mulher não canta sobre notas musicais, a mulher sopra graus centígrados... chispas, fagulhas e sufoco.
Preciso de parar um pouco. O corpo está cansado; ainda há pouco deu-se um esticão doloroso, ali na base da coluna, ali mesmo em frente à gaveta das meias. Fuck. Preciso que a esposa no exterior regresse. Preciso de, já que não tenho saudades, voltar a curtir a cena de ter uma respiração ao meu lado, aquela pela qual era suposto ter saudades. Tenho necessidade de falar numa nota mais alta. Ah, será vontade de também experimentar sussurrar graus centígrados...? A mulher vai ler isto e vai passar-se... Mas é certo que não tenho saudades, aprendi a não ter saudades. Se já se sabe que o apego só traz sofrimento {e sabemo-lo, não sabemos?}, bom, então a saudade nada mais é que o apego ao apego... Não serve para mim. Já não serve para mim. Neste momento não serve. Quero mais. Mais e mais. Algo mais. Ou nada mais. Estou bem assim.
Há 10 anos
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