Poucos têm acompanhado tão lucidamente o desenrolar da carreira e do desempenho de Cristiano Ronaldo como Jorge Valdano. Sempre certeiro e perspicaz, de tempos a tempos lá tem falado acertadamente do rapaz. Hoje mesmo diz-nos que ele «está mais jogador e mais goleador a cada dia que passa. Ele percebeu que, para chegar ao mais alto nível, tem de ser determinante, de modo que foi despojando o seu jogo de toda a frivolidade e, a ele, foi acrescentando ambição, bem entendida. Estamos perante um jogador cada vez mais eficiente, que tem uma parte do cérebro no jogo que está a disputar, embora se note que a outra está ligada ao "Bola de Ouro"». Isto está bem visto. Embora, a mim, me pareça ainda haver muito ar e vento, muita palhaçada, e muita sorte, no seu jogo. E se não há muitas dúvidas que o tipo é um jogador e peras, contudo, não creio que alguma vez venha a ser o melhor (e até pode um dia levar o troféu para casa; não é o troféu que interessa realmente...). Porquê? Porque os melhores jogadores do mundo não são assobiados! Kaká (para falar do actual) não é assobiado. Messi também não. Henry, Bergkamp, Raul não são assobiados. Cruiff não o era. Maradona também não (falamos de futebol, atenção!). Pelé, quem se atreveria? Platini, Van Basten e tantos outros não foram assobiados como Cristiano Ronaldo é; e vêm-me à memória os jogos da Luz há 2 anos atrás e o último jogo frente à Roma. Valdano acha que isso passará com o trabalho e progressão constantes do rapaz (que são notórios). Eu tenho dúvidas. O tempo o dirá.
A passagem de um conto de Roberto Fontanarrosa que Valdano menciona hoje n'A Bola é deliciosa! Uma bola que responde ao assobio do dono é uma imagem de mestre!
Há 10 anos
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