sábado, dezembro 15, 2007

C O N T R O L


Uma coisa é certa, tanto os Joy Division como Ian Curtis (e dará para separá-los?) sempre se prestaram às mais variadas versões sobre factos, acontecimentos e humores. Aí reside, diria, um forte factor do seu sucesso, do seu encanto. Era epilepsia ou era esquizofrenia? Gostavam ou não dos Buzzcocks? E dos The Fall? A Divisão do Prazer era uma divisão feminina SS destinada a assegurar a espécie ou tratava-se da selecção das mais belas presas dos campos de concentração destinadas a assegurar prazer? E Ian Curtis viu, na noite da sua morte, Stroszek (Herzog) ou In A Lonely Place (Ray)? Versões. Control é uma versão. Aquela que vi ontem, à noite, com o meu amigo Alvim (numa sessão a lembrar tantas outras...) é boa, é óptima, é reconfortante. Control trata o assunto com uma delicadeza e uma humanidade de que não estava à espera. E se estava à espera de depressão (e motivos não faltam), ela fez-se rogada. Mais, e se estava à espera de passar por reminiscências (fazer o quê?, Joy Division faz parte da minha educação musical...) não estava à espera da sensação que foi a de estar a ver um filme sobre um antigo amigo meu. É o que dá ir ver filmes sobre bandas/músicos que nos formaram naqueles cruciais anos da adolescência. Foi bom voltar atrás. Foi bom rever Ian Curtis. Foram boas as histórias que ele me contou depois do filme, no Galeto, bebericando um Gin tónico...

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