Para muitos (já não serão assim tantos...) será para sempre lembrado como um dos melhores extremos-direitos que o Ajax alguma vez teve nas suas fileiras (jogou de 1922 a 1930). Em 125 jogos apenas marcou 8 golos mas é unânime a definição de Eddy Hamel como o jogador mais recto que a Amsterdam dos anos 20 viu jogar. Era bonito, alto, elegante e pouco mais se sabe dele.
Mas outra história, e outra particularidade, define e entrega à História este judeu nascido, em 1902, em Nova Iorque. A boa circulação sanguínea deste homem salvou a vida a um outro, Leon Greenman! Hamel era um judeu nova-iorquino em Amsterdam e Greenman era um judeu britânico em Rotterdam. Ambos sentiram a malha nazi a apertar e ambos foram despejados no famigerado campo de Westerbork (de onde saíram milhares e milhares de judeus holandeses em direcção à morte na longínqua Polónia). Dali foram transportados para Birkenau e foi aí que se conheceram e travaram uma luta desigual durante longos meses. Hamel e Greenman partilhavam a mesma tábua num dos dormitórios e dormiam costas com costas. Hamel tinha uma boa circulação sanguínea e era extremamente quente, facto que ainda hoje Greenman considera ter sido de importância capital na sua sobrevivência. Hamel, pelo contrário, e devido a um abcesso que o tornou dispensável, não escapou. Ainda hoje Greenman afirma que Hamel era um cavalheiro, que viu muitos indivíduos se transformarem em seres inenarráveis no campo de extermínio mas que Hamel sempre se manteve íntegro, companheiro e... quente.
Foto e história retiradas do livro Ajax, the Dutch, the War: Footbal in Europe During the Second World War, de Simon Kuper.
Há 10 anos
4 comentários:
Não estava mau. Mas está muito melhor!! ;))
?!?!?!
O blog, pá, o blog! Não estava mau, mas está muito melhor!
Aaaaaaaaah! Não estava a perceber patavina... Muito obrigado, então.
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