quinta-feira, agosto 09, 2007

Eu, um "gringo"...

Fora de gozo. Às vezes sinto-me "gringo". Claro que os meus amigos e conhecidos o contradizem. «Que é isso, rapaz?» É óbvio que só o conhecimento/partilha da língua afasta esse epíteto, mas sem a ginga natural, sem o programa musical da espécie local, sem o abandono do corpo, sem a incontinência da derme, por vezes, só me resta sentir-me "gringo". Eu vejo aquela malta toda girando, apanhando o cabelo, bebendo, sussurrando, acompanhando as letras dos sambas e eu, o europeu, vou-me deleitando, é certo, mas sempre com um peso surdo que me vai lastrando.
A mim só me resta assistir e vibrar. Ou não sou eu o Vibrador? Carlos, o Vibrador. Como me apelidou há dias o grande Serrano.

3 comentários:

Anónimo disse...

Lamento, meu amigo Carlos, mas "gringo", no Brasil, é um termo reservado apner, e exclusivamente, ao cidadãos dos Estados Unidos da América. As vezes (mas muito pouco), outros brancos (outros habitantes de regiões saxonicas e nórdicos) ssão assim alcunhados. Portuga é Portuga, Francês é Francês, Argentino é Argentino e assim por diante. Valeu, Tuga?
Grande abraço do seu vizinho Mello Rosa

anauel disse...

Bem sei vizinho, bem sei. Eu ainda estava de ressaca daquela noite de samba na Lapa... Na realidade a minha "gringuice" é estritamente corporal/musical. A herança musical desta cidade é tão grande que uma vida não chega para abarcá-la, quanto mais compreendê-la. Além de que nós, europeus, vivemos demasiado com a cabeça e pouco com o corpo. Isto é só inveja, camarada (lol).
Mas, caro vizinho, é um prazer vê-lo por aqui. Disponha sempre. Apareça quando lhe aprouver. Abração.

aquelabruxa disse...

carlos o vibrador, ah, ah, és mesmo tu!