Quanto mais leio o Zweig mais vou vendo como ele andava enganado acerca deste país e deste povo. No meio do seu lirismo e cegueira generalizada, contudo, vai-me encantando com pequenas pérolas, pequenas imagens como esta.
A propósito das múltiplas origens dos habitantes deste território, e de como elas valem pouco e se esfumam rapidamente, Zweig compara os brasileiros aos seixos de um rio. Embora de múltiplas e diversas origens, todos eles acabam por rolar juntos no leito de um rio comum, limando desse modo toda e qualquer aresta mais aguda que teimasse em afirmar os seus particularismos de origem. Assim, rolando e chocando uns com os outros, alisando-se num bailado contínuo, eles se vão misturando e se tornando um corpo só. Um povo.
Há 10 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário