Stefan Zweig fala-me da expedição ao Brasil (1549) do 1º Governador do Brasil, Tomé de Sousa. Numa derradeira tentativa de salvar o que se havia descoberto (já que a anterior divisão do território em 12 capitanias havia falhado), Tomé de Sousa chega acompanhado de 600 soldados e 400 degredados que posteriormente se instalariam pelo país fora. Mas, diz Zweig, da comitiva o mais importante a reter são os seis "soldados de Cristo", os seis jesuítas nas suas vestes negras, liderados por Manuel da Nóbrega. Pois esses seis homens, mais do que a força e a autoridade, levavam com eles o bem mais precioso que um país e um povo necessitam: uma ideia. Neste caso, a ideia criadora do Brasil.
Não sei se vieram juntos ou espalhados por várias embarcações. Mas agrada-me a ideia de seis jesuítas juntos num navio rumo ao território virgem. Um fantástico romance poderia ser escrito sobre a experiência de viagem desses homens que, pela primeira vez, vieram trazer e não buscar (nas palavras de Zweig)! Que conversas terão tido os seis jesuítas destinados ao Brasil? Que dúvidas, receios, medos? Que estratégias terão delineado a bordo da nau em que viajavam? Que sonhos, que ilusões, que ideias, ideais, traçaram olhando o mar em volta? O relato dessas longas semanas no mar dava um belo livro!
Há 10 anos
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