quinta-feira, julho 12, 2007

Desgraças e Graças

Stefan Zweig escreve: «Cette chance – on ne saurait assez répéter que toutes les catastrophes du Portugal on été des chances pour le Brésil – ...».

Senão, vejamos estes dois exemplos.
1. Desgraça: Portugal perde a sua independência para a Espanha de 1578 a 1640. Graça: Os Holandeses sentem-se à vontade para pôr os pés e as mãos no Brasil. Com a chegada do humanista Maurice de Nassau o Brasil vê pela primeira vez a organização económica. Na busca da conquista da "Het Zuikerland" (a Terra do Açúcar) chegam ao Brasil astrónomos, botânicos, técnicos, engenheiros e sábios. Um mundo novo se abriu então. Graça adicional: após 1640 Portugal dispõe-se a retomar o Brasil para si, mas hesita, e negoceia, e hesita novamente. Não querendo esperar mais, pela primeira vez, ergue-se uma identidade nacional e são os brasileiros que defendem o Brasil correndo com os Holandeses.
2. Desgraça: Napoleão às portas de Lisboa. Graça: D. João VI parte para o Brasil. Entre perder Portugal e o Brasil, D. João VI prefere guardar aquela que, percebe ele então, é a sua maior jóia. E parte para o Rio de Janeiro levando com ele dinheiro, a nobreza, a magistratura, o clero, os generais. E depois, lá instalado, a banca, a imprensa, as artes, a ciência, a indústria.

Como diz o povo: há males que vêm por bem.

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