domingo, maio 20, 2007

Petrified Forest

Pensar que estive tanto tempo sem conhecer este belíssimo filme!
Precursor do film noir (do qual sou um adepto incondicional), Petrified Forest é daqueles filmes que após o seu visionamento nos faz pensar que já está tudo feito, que só andamos a reinventar e a reexplorar as coisas, dia após dia. Realizado por Archie L. Mayo em 1936 (1936!!!), conta com a dupla Bette Davis e Leslie Howard (wow!, curti o bacano; vi depois que o tipo entra no Gone With The Wind e outros que tais, mas nunca tinha dado por ele...) e serviu de rampa de lançamento para esse outro notável que é Humphrey Bogart (pela mão, leia-se exigência, de Leslie Howard; e só por isso merece um lugar no céu). Com uma carreira no teatro que já tinha considerável dimensão (curiosamente, também o filme vinha duma produção teatral de sucesso), Bogart, contudo, no cinema tardava em arrancar (senão mesmo em empanar...). Eis senão quando Petrified Forest lhe fornece a última e derradeira hipótese, que Bogart aproveitou e de que maneira. Neste filme nasce o meanest of them all, o mau como o mundo ainda não tinha visto.
Como se isto não bastasse para tornar este filme um episódio essencial da vida cinéfila de cada um, ainda temos direito: aos olhões de Bette Davis (sempre!); ao diálogo de Howard acerca da Natureza e de como o Homem devia parar para pensar e admitir que nunca, nunca, ganhará essa luta; ao delicioso encontro dos dois debaixo de uma mesa enquanto o mundo à volta se desfaz em tiros e mortos; às mãozinhas descaídas de Duke Mantee (ao que parece "sacadas" ao Dillinger...); e ao climax da coisa, o momento em que Leslie Howard se apaga nos braços de Bette Davis, enquanto afirma que sim, que as estrelas tinham razão...
Melodrama noir, maravilha das maravilhas!

1 comentário:

Anónimo disse...

DECLARAÇÃO DE AMOR

AI MEU DEUS,
que saudade bate quando lembro as nossas sessões de cinema, no escurinho e quentinho dessa nossa casa de paredes finas. Abraçados, enroscados, com a identidade à flor da pele. Como é gostoso poder amar assim!