«— Então não acha que os sociólogos tenham fundamentos válidos para afirmarem que filmes que se concentram em impulsos criminais, ou que explorem a violência, têm uma influência duradoura no espectador?
— Eu diria que têm influência nas mentes doentias, mas não nas mentes saudáveis. Faz-me lembrar aquele episódio, após ter realizado o Psico, em que um homem foi preso em Los Angeles por ter assassinado três mulheres. Alegadamente terá dito que assassinou a 3.ª mulher após ter visto o Psico. Naturalmente, a imprensa pediu-me que comentasse o assunto. A minha única pergunta foi: "Que filme viu ele antes de assassinar a 2.ª mulher?". E, quem sabe, talvez antes de ter assassinado a 1.ª mulher ele tenha bebido um copo... de leite.
Uma vez um rapazinho, devia ter cerca de sete anos, veio ter comigo, na rua, e perguntou-me: "Sr. Hitchcock, naquela cena do assassínio no Psico o que usou para fazer de sangue? Foi sangue de galinha?". Eu respondi: "Não. Molho de chocolate". "Está bem" e seguiu no seu caminho. Preste atenção na frase que ele empregou – "o que usou para fazer de sangue". Ele não acreditou.»
Tradução livre minha de A Talk With Hitchcock, Telescope, CBC Production.
Há 10 anos
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