Ainda a propósito das eleições em França, e no rescaldo do debate desta semana entre Royal e Sarkozy, e na sequência de pequena conversa com o meu amigo Gomes, vou matutando (e enquanto escrevo isto vou ouvindo "vou por aí num caminho que não é o meu/ encontrando o que não quero ter/ procurando o que não vou achar.") vou matutando, dizia eu, nestas questões da Esquerda e da Direita.
O debate foi equilibrado, diz quem viu e analisou. Royal e Sarkozy empataram, portanto. Não será por isto mesmo, pelo facto de Royal não ter surpreendido, por não ter acrescentado algo a Sarkozy, que ela vai perder? Porque se empatou, é porque não foi diferente, certo? A Esquerda quando debate, quando fala, tem de marcar a diferença, tem de sobressair, tem de cortar com algo, senão mais vale a Direita. A Direita está lá, sabemos o que conta e com o que contamos (por vezes não sabemos, é certo).
A Esquerda só vale a pena quando tem tomates. Quando é insosa, mais vale a Direita.
Não será assim?, pergunto-me.
A Esquerda acha que lhe basta ser Esquerda, mas não é verdade. A Esquerda tem de provar que é Esquerda. A Direita não, já provou o que tinha a provar (a História que o diga...). E se a Direita ganha, quando ganha, a culpa é da Esquerda (que não foi Esquerda), não nos iludamos.
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[Os versos acima mencionados estavam a ser cantados pela Norma Bengell numa participação sua num álbum do grande Dick Farney.]
Há 10 anos
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