Ontem fui ao Maxime ver o genial, incontornável, fantástico, grandioso, e podia ficar aqui a tarde toda, bardo Bonnie 'Prince' Billy. Era a minha estréia naquele local e bastaram-me dois minutinhos após a entrada no recinto para perceber o porquê do textinho do Arcebispo. Realmente, as elites culturais deste país (o que quer que seja isso; e sejam lá elas quais forem), pelo menos as que ali se deslocam, são de uma tristeza confrangedora. O modo (ou falta de modos) como habitam e preenchem os espaços culturais é muito bizarra mesmo. Ter uma mesa marcada no Maxime parecia ser para muita gente que ali pa(i)rava o equivalente a ter um Audi topo de gama a rodar a 180 na A2 (rumo ao Sul)... O modo como ocupam (e melhor seria dizer invadem) o balcão, as mesas, o próprio concerto em si (sim, quantas vezes não foi preciso mandar calar o pessoal lá atrás...) é desastroso. Cá para mim, só lhes falta mesmo vestir a calça vermelha!
Daí que perceba os dilemas do Arcebispo, daí que lhe tire (levemente; mais um gesto insinuante do que tirar mesmo...) o chapéu nesse ponto do seu textinho. Se é que era essa a sua preocupação, a de termos umas elites culturais manhosas. Quanto ao resto, continuamos em desacordo total. Decadentes mesmo eram aqueles tipos para ali sentados, não era nem o local (que é bem encenado, diga-se) nem o artista (que é um génio, pura e simplesmente).
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