quarta-feira, abril 18, 2007

«O Avelino é boa pessoa.»

Dizem os amigos de Avelino que ele é boa pessoa. Não sabe é fazer contas (à vida), acrescento eu. E como não sabe fazer contas, o que faz ele quando a coisa corre mal (e o correr mal aqui é ter uma penhora sobre a sua casa na Arrifana devido a prestações por pagar...)? Invade uma dependência bancária (nunca um termo foi tão cínico e certeiro...) e, sob a ameaça de uma pistola e uma (suposta) bomba, corre com todo o mundo (e por aqui se vê que ele é, de facto, uma boa pessoa...) e fica lá à espera que a vida lhe corra melhor, ou seja, das televisões.
Ora bem, nem mais. Que o homem é do Norte, carago. E um tipo do Norte tem outra postura, não se verga assim tão facilmente. Não se lembram, há bem pouco tempo, de um caso semelhante passado em Almada? «Ó pá, esse tipo era um amador, esse sim estava desesperado, eu não, eu estou na minha, devo umas massas ao banco mas estou na minha e a minha é uma cena à maneira» diria o Avelino. Senão comprovem-no na foto abaixo (vale a pena clicar na foto de modo a ampliá-la) onde vemos Avelino a sair do local do crime sob a mira certeira da Brigada de Intervenção. Esta fotografia, este momento, é notável. Topem-me bem o passo do tipo, a postura, o apertar do casaco (que a ocasião é nobre...) e o olhar de lado, tipo «mas o que querem estes caramelos?,
ai o *******». Isto é lindo!
Eu tive um Tio Avelino, no Porto, que nunca invadiu um banco, é certo, mas que também ele andava assim com este aprumo mesmo quando lhe faltavam as massas. O que não raras vezes acontecia, adepto fervoroso que era dos casinos por este país espalhados. O que eu gramava esse Avelino. O que eu me ri hoje de manhã com este Avelino. Benditos Avelinos!














Foto retirada do DN de 17 de Abril de 2007.

Sem comentários: