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quarta-feira, abril 11, 2012

Ainda o derby...

Não há nada mais triste do que uma equipa de futebol que começa a pensar como os seus adeptos. "De todos um" {bem sabemos}, mas a cada um responsabilidades diferentes. Este tipo de osmose é uma tentação, mas não é aconselhável de todo. Talvez até funcione bem quando em júbilo. Mas, e quando em apuros? e quando sob pressão? e quando é preciso dar resposta? Os adeptos podem {devem} esbracejar, gritar, protestar, insultar, mentir, cair em engano. Os atletas não. Quem porta o manto sagrado tem de ter uma outra atitude. Quem defende um clube, em campo, tem de mostrar outra capacidade de discernimento. E essa outra atitude é, sempre, lutar até ao fim. Contra qualquer adversário {aqui, o Sporting}, e contra qualquer adversidade {aqui e quase sempre, a podridão do futebol nacional}. Quando um adepto vê uma equipa de arbitragem não assinalar um penalty claríssimo {aos 2 minutos de jogo} sobre um jogador da sua equipa, para passados 16 minutos assistir ao mais ridículo penalty da época {sim, nem alguns dos assinalados sobre Hulk são tão ridículos} ser assinalado contra a sua equipa, um adepto, dizia eu, sente-se roubado, revoltado, incomodado, perseguido, insultado, o que se queira, o que ele queira. Uma equipa não. Um conjunto de 11 jogadores não. Não têm esse direito. Quando isso acontece está tudo perdido. Entregue. Para o ano há mais.

domingo, junho 26, 2011

No one escapes the influence...



Se, à conversa, me dissessem que há pontos de contacto entre o The Tree of Life e o A Woman Under the Influence eu responderia com um encolher de ombros, acompanhado por um «olhe que não, olhe que não»... Mas há. {Atrevo-me mesmo a achar que há vários pontos de contacto... mas deixo isso para os entendidos...} A propósito do post anterior, ou seja, a propósito da morte de Peter Falk, revi ontem à noite o genial A Woman Under the Influence {1974}, do não menos genial John Cassavetes. Com a última "alucinação" de Malick ainda bem viva no espírito, não me foi difícil estabelecer ligação imediata. Ambos abordam, quase 40 anos a distanciá-los, a primeira, primária e inescapável fonte de violência sobre o ser humano. A família. Essa forte fonte de coação, de humilhação, de distorção, de restrição, de condicionamento. Essa reserva de atenção, de liberdade, de amor, de afecto, de carinho, de encorajamento. A família. Essa bestialidade. Essa construção terrível. E tanto Cassavetes como Malick a filmam como ninguém. Dois génios no olhar das mais incompreensíveis maquinações humanas. Abençoados sejam.

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

De Cosme a Coentrão...

... estamos todos, mas todos mesmo, de Parabéns!


Desde 1904...


Campeonato de Lisboa
Vencedor 1909/10, 1911/12, 1912/13, 1913/14, 1915/16, 1916/17, 1917/18, 1919/20, 1932/33, 1939/40

Taça de Honra
Vencedor
1919/20, 1921/22, 1962/63, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1971/72, 1972/73, 1973/74, 1974/75, 1977/78, 1978/79, 1979/80, 1981/82, 1983/84, 1985/86, 1987/88

Taça "Ribeiro dos Reis"
Vencedor
1963/64, 1965/66, 1970/71

Campeonato de Portugal
Vencedor
1929/30 - 1930/31 - 1934/35

Campeonato Português
Vencedor (32)
1935/36, 1936/37, 1937/38, 1941/42, 1942/43, 1944/45, 1949/50, 1954/55, 1956/57, 1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72, 1972/73, 1974/75, 1975/76, 1976/77, 1980/81, 1982/83, 1983/84, 1986/87, 1988/89, 1990/91, 1993/94, 2004/05, 2009/10

Segundo lugar
1943/44, 1945/46, 1946/47, 1947/48, 1948/49, 1951/52, 1952/53, 1958/59, 1965/66, 1969/70, 1973/74, 1977/78, 1978/79, 1981/82, 1985/86, 1987/88, 1989/90, 1991/92, 1992/93, 1995/96, 1997/98, 2002/03, 2003/04

Terceiro Lugar
1934/35, 1938/39, 1950/51, 1953/54, 1957/58, 1961/62, 1979/80, 1984/85, 1994/95, 1996/97, 1998/99, 1999/00, 2005/06, 2006/07, 2008/09

Taça de Portugal
Vencedor (24)
1939/40, 1942/43, 1943/44, 1948/49, 1950/51, 1951/52, 1952/53, 1954/55, 1956/57, 1958/59, 1961/62, 1963/64, 1968/69, 1969/70, 1971/72, 1979/80, 1980/81, 1982/83, 1984/85, 1985/86, 1986/87, 1992/93, 1995/96, 2003/04

Finalista Vencido
1937/38, 1938/39, 1957/58, 1964/65, 1970/71, 1973/74, 1974/75, 1988/89, 1996/97, 2004/05

Supertaça de Portugal
Vencedor
1979/80, 1984/85, 1988/89, 2004/05

Finalista Vencido
1980/1981; 1982/1983; 1983/1984; 1985/1986; 1986/1987; 1990/1991; 1992/1993; 1993/1994; 1995/1996; 2003/2004, 2009/2010

Taça da Liga
Vencedor
2008/09, 2009/10

Taça dos Clubes Campeões Europeus/Liga dos Campeões da UEFA
Vencedor
1960/61, 1961/62

Finalista vencido
1962/63, 1964/65, 1967/68, 1987/88, 1989/90

Taça UEFA/Liga Europa
Finalista vencido
1982/83

Taça Latina
Vencedor
1949/50

Finalista vencido
1956/57

Taça Intercontinental
Finalista vencido
1961/62, 1962/1963


... até ontem à noite, no último segundo de um jogo eléctrico.

domingo, dezembro 05, 2010

sábado, outubro 09, 2010

Compounds

Hildale, Utah.

Hildale, Utah. Main gate.

Hildale, Utah. Fence.

Eldorado, Texas. Yearning for Zion Ranch.

Eldorado, Texas. Dust road heading to Yearning for Zion Ranch.

Eldorado, Texas. Yearning for Zion Ranch. The Temple.

quinta-feira, setembro 02, 2010

quinta-feira, agosto 26, 2010

Update



As minhas férias – mas o que são as minhas férias??? – continuam um misto de obras, praia, A8, a filha mais velha a tatuar {hena, meus amigos} uma flor na anca, almoçar e jantar fora {o que eu sinto saudades de cozinhar, meus Deus...}, mais A8, a filha mais nova a ficar mais velha {o speed a que o faz é lindo, irrepetível e mágico; uma espécie de raio verde!}, dormir na mãe, mergulho divinal no frio Atlântico, ainda e sempre a A8, e pó, muito pó... Nada mal, heim? Eu não me queixo, sério. Só o Glorioso me arrelia...

segunda-feira, junho 28, 2010

Ah, assim já estou mais descansado...

«Holland’s youth news program follows Oranje as well. The Youth Journal reporters wanted to know from Van Marwijk how his grand children experienced this World Cup. Grandpa Bert said: “They’re nervous before a match, like any fan. They walk around in their football kits all day and play football in the garden and prepare themselves for the big game. I tell them always, the team is going to do everything they can to win…”.»

{via}

sábado, junho 19, 2010

Pequeno interlúdio {o futebol já volta...}

Há 11 anos atrás, quando a Matilde dava os seus primeiros passos na vida, lembro-me de que ficava entusiasmado com o exercício de a imaginar a crescer enquanto dormia. Por vezes, estava na sala, já noite, ela a dormir na cama dela, e eu a imaginar todo aquele corpinho em ebulição, os pulmões a inalarem a cada passada cada vez mais um pouquinho de ar, os ossos a esticar, a massa encefálica a acender e a apagar feita uma árvore de natal, o cabelo a ganhar curvas novas, os olhinhos a palpitar ao ritmo cardíaco, tudo aquilo era uma força da natureza em constante e inteligente desabrochanço. Era {e continua a ser} uma imagem entusiasmante.
Agora, 11 anos volvidos, já não é a Matilde que explode é a Júlia. Mas a Júlia, o meu ternurento kleine panzer, não espera pela noite para deixar a natureza expressar-se. A Júlia explode, cresce, desenvolve, desabrocha, ramifica, irradia, salpica, ali, mesmo em frente a mim, de olhos esbugalhados, de dedo em riste, boca aberta, tudo a vibrar. Em constante movimento. A Matilde vivia o dia-a-dia e guardava a noite para crescer. A Júlia cresce enquanto vive o dia-a-dia, ou o dia-a-dia dela é crescer, não sei bem, e guarda a noite para descansar...

segunda-feira, maio 03, 2010

Too much f***** input...

Via Vidro Duplo. Nem digo mais nada. Vão lá e gritem. A plenos pulmões.

quarta-feira, abril 14, 2010

A vida como ela é...



Andei anos, e anos, e anos, a fugir desta fotografia. Escondi-a numa pasta, um dia, e pus-me a milhas. Assim segui, fugindo dela, por largos anos. Mas uma fotografia não nos persegue! Quem diz?

E o que me diz ela de tão terrível, que poderá ela esconder, melhor, revelar, para que eu tenha fugido dela assim? Na verdade, nem sei bem. Fugi-lhe durante tanto tempo que já nem sei qual era, foi, é, o ponto de partida. Qual o motivo? Ao longo dos anos, quando me lembrava dela e me interrogava fugidiamente das razões da fuga, do embaraço, a justificação era simples. Sempre achei que era o cabelo. Que era horrível. Envergonhava-me aquela figura. Nunca o tive tão grande, nunca o tive tão encaracolado. Nunca um cabelo foi tão pouco eu. Às vezes, até o kispo foleiro servia de desculpa. Mas é mais do que óbvio que não foi por questões estéticas, capilares, que a {me} aprisionei numa pasta numa gaveta. Umas quantas sessões de análise e estou certo de que ela me diria muita, muita, coisa. Mas como não sou carioca, nem me parece que para mim seja por aí, restam-me os exercícios da suposição, do cola-com-cuspo uma memória aqui, outra ali.

Não a relaciono com nada em particular, mas toda ela em geral me perturba. Toda ela é nebulosa. Nem uma data concreta lhe consigo fixar. Digamos, a bem da argumentação, que foi tirada em 1981. Tinha eu 10 anos de idade. Parece-me razoável. Por essa altura ainda passeava com regularidade, à beira-mar, ao longo da baía de Sesimbra e este cabelo associo-o, sem margem para dúvidas, àquele mar, àquela areia, àquele calor. Mas associo-o, agora que penso nisso, mais ao seu ocaso do que à sua plenitude. Este cabelo, este eu aqui fixado, representa para mim, muito provavelmente, o estertor, o fim, o encerrar de uma época de ouro {a primeira} da minha vida. Mais do que a vivência plena desse mesmo período; então o cabelo era mais cabelinho, louro, curto, ordenado. O apartamento em Sesimbra; a liberdade de dormir num saco-cama, no chão do apartamento, pejado de primos e primas {e as amigas das primas}; os banhos de mar até ao Sol se pôr; a ida matinal ao pão e à litrada de Seven-Up; o passeio nocturno até ao melhor gelado de sempre, nas traseiras do mercado; tudo isso já não se encaixa na figura deste miúdo cabeludo. Tudo isso já passou. Pareceria suficiente, para querer esquecer este puto, só que não é. Porque Sesimbra é apenas um aspecto dessa primeira década de existência. Porque se havia Sesimbra, muito mais havia Lisboa, isto é, a vida do dia-a-dia, a vida em família, a vida da escola e do lar, o fim-de-semana, o quarto com os brinquedos, a vida com os pais. E também isso deixara de existir. Nesses moldes, isto é. Esta fotografia, este meu longínquo eu, olha-me nos olhos e conta-me como foi "perder" o casamento dos meus pais. Esta fotografia ocorre após a separação deles. Esta fotografia "é" o fim do casamento dos meus pais. Uma casa passa a duas. Um pai passa a outro. Uma mãe passa a outra. Claro, um filho passa a outro. Este. Cabeludo. Desesperado? Nem tanto.

É mais uma vida a ceder o lugar a outra. Uma que conhecemos bem, e onde somos bem tratados, que dá azo a uma outra que, na verdade, pouco mais é do que uma incógnita. E cheira-me que este desalinho, este deixa andar, este deixa crescer, who cares?, é consequência disso tudo. Este olhar, esta, não digo triste, mas desanimada figura, reflectem bem esse ponto de charneira. Esse momento da vida em que a vida de alguém muda para sempre. Mas isso é bom, não é? – Digo eu agora, que já nem preciso de análise, vejam lá bem... Não seria, então, de exaltar esta fotografia? – Não; foi mais fácil cortar o cabelo e seguir em frente. Escondê-la para quê? Será que ainda hoje sinto falta desse tempo, que ainda hoje me revolto, ou reclamo, juntamente com esse miúdo, com essa circunstância da vida? Não, hoje já não. Porque hoje fiz as pazes com esta fotografia. Hoje fiz as pazes com este meu eu.

quarta-feira, abril 07, 2010

O futebol...

... é um gajo estranho {para não dizer fodido}.

O que uma mãe tem de ouvir...

:)

sexta-feira, março 05, 2010

Tel{eu}úrico



Querem tremer? Tremer, tremer. Querem ficar paralisados? Boquiabertos? De rastos? Perturbados? Ou julgam que já têm a vossa conta? Que já sofreram o suficiente com as vítimas da malograda ilha. Que o Haiti vos deixou de rastos. Que o Tsunami ainda se faz sentir. Que ainda nem recuperaram bem do 9/11. Isso julgam vocês. Ainda não viram nada. Olhem que há coisas bem piores, bem mais diabólicas. Eu corri recentemente aqui o risco de vos parecer insensível, um tipo frio que se está a marimbar para as dezenas-centenas-milhares de pessoas que por aí caem redondas. Mas olhem que não fico. Mas, confesso, há outras dimensões que me tocam mais. As dimensões interiores. Os cataclismos interiores. Em que o sismo, o tremor, o abalo é entre o eu e o eu, o eu e o outro, o eu e o outro que sou eu, e o eu em que sou o outro e eu, o eu verdadeiro.... A mentira. A verdade. A mentira verdadeira. A verdade mentirosa. A mendarde e a vertira. E num ápice estamos perdidos, fodidos, desfeitos. Em que quem fica desalojado depois da enxurrada não é o cidadão, mas antes a percepção de si. A solidão, é o que é. A dor. A puta da vida. Bem ao contrário do que pensava Sartre, o Inferno somos nós. E há histórias, histórias dolorosas, que o comprovam, como a história de Frédéric Bourdin. Acreditem, esta história, esta{s} personagem{ns}, estas "aventuras", são verdadeiramente avassaladoras. Mas o mais fixe é que se o Inferno somos nós, bom, então significa que o Céu também podemos ser nós. Haja esperança. Não é essa a palavra de ordem que costumamos ouvir a seguir às catástrofes?

Chega de paleio. Façam-se à estrada. Leiam o texto. O artigo original em inglês ou em português.

De seguida podem dar uma saltada à conta youtube de Frédéric Bourdin {e comprovar que a esperança começa a viver por ali também...}.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

How sick is that?!

Mandei a miúda para a cama, saquei-lhe o MP4 e divirto-me agora com o beat da Ke$ha...



Apesar da miúda ser boa a inglês, ainda bem que ela ainda não percebe a letra desta "Take It Off"...



Ou mesmo desta "Boots and Boys"...

sábado, fevereiro 20, 2010

Farr Is Queer {e daí?}

Ao virar da esquina, mal saio de casa, está um mupi com a nova campanha da ILGA. Há umas semanas atrás, assim que lhe pus os olhos em cima, torci o nariz. Primeiro, simplesmente porque o cartaz é foleiro. A foto é, estou certo, actual e não, como é de supor, repescada dos "setentas". E foi tão mal escolhida e tão mal tratada que nem num qualquer genuíno carrossel Kodak tinha lugar. Mas torci essencialmente o nariz porque mal li o texto respondi de pronto à questão com um «É claro. É claro que mudava». Do refeitório ao recreio, passando pela paragem do autocarro e pela sala de espera do consultório da pediatra. E acabando, claro, e mais importante decerto, no silêncio do próprio quarto. Tudo seria diferente. Não que fosse um problema, maior ou diferente de uma série de outros, mas que tudo seria diferente lá isso seria. Para mim isto era claro. Logo, a campanha cheirou-me a treta. Colocava uma pergunta que, apesar de indiciar claramente uma resposta, despertava em mim a resposta oposta.



Mas depois vi o Victim {1961}. Não digo que seja um grande filme mas é, sem sombra de dúvida, um filme grande. Tem Dirk Bogarde, e quase que bastaria — Dirk rules! — além de estar recheado de personagens muito fascinantes. Filmado por Basil Dearden num tom british noir muito cool, muito acima da média mesmo. Como tema principal temos as infames leis britânicas anti-sodomia {«Someone once called this law against homosexuality the blackmailer's charter.», diz a certa altura o inspector de serviço} e a chantagem sobre homossexuais como modo de vida. E de morte. Bogarde interpreta o papel de um barrister, Melville Farr, que decide ir até ao fim, não ceder à chantagem e expor tudo, e a todos {a cena em que ele sai do armário perante a própria mulher é intensa}. No final — e aqui entra a ligação à história do cartaz da ILGA —, Farr, após decidir ir até ao fim, resolve abrir o jogo com o seu secretário de longa data, William Patterson. O velhote acompanha-o há muito anos na vida da advocacia e dos tribunais e Farr sabe que a vida dele vai mudar {lá está, como não?} assim que estoirar o "escândalo". Por isso passa-lhe para as mãos a fotografia {toda a relação do filme — i.e., a nossa relação — com a fotografia é notável} que está na base da chantagem — Farr e o amante, chorando, dentro de um carro. O velhote vê a foto e diz que percebe as implicações... Farr diz que esperava pelo menos uma pergunta {question}da parte dele. E William responde: «I believed in your integrity for ten years, Sir. I can see no reason to question it now». Nem mais. E aqui, na assertividade desta cena e destas palavras, percebi que a dita campanha está correcta. Esta é a resposta à pergunta do cartaz da ILGA. O cartaz não tem é, infelizmente, a mesma força da cena de Victim...

domingo, janeiro 31, 2010

Despertares

Nada como assistir ao acordar de uma filha!

sábado, agosto 15, 2009

Férias de quê?

Às vezes consigo ser um chato do caraças, a pain in the ass, uma verdadeira besta, um idiota. Pergunto-me, por vezes, como consegue a Susana aturar-me. Ou a Matilde, que já tem corpinho para apanhar comigo. Até já a Júlia deve ter cheirado um pouco a fumaça... Mas depois vêm as vezes, que isto é como as ondas, em que eu domino a coisa, miro o céu e vejo-me de lá, entendo coisas que nunca entenderia antes de, e torno-me mais humano um pouquinho, e fundo-me, deixo de ser um palerma.

No outro dia pensava, em jeito de epifania, no bom que era eu não ter poder, verdadeiro poder, de espécie alguma. Tivesse eu poder e seria a desgraça, correriam as multidões, escorreria sangue vário, ruiriam construções e erguer-se-iam ideias erradas e perigosas {em forma de monumentos sinistros, concerteza}. Mas depois pensei, «Olha lá, mas tu tens poder. Tu tens poder sobre ti. No fundo, esse é o verdadeiro poder. E, bem vistas as coisas, até nem tens feito um mau trabalho. Bom, é certo que és o teu maior carrasco, mas também te tens mostrado por demais vezes capaz de te amares. Olha, deixa-te de tretas e vai em frente. Olha, olha para a Júlia». E assim tem sido nos últimos dias. É isto que trago de férias. Nada mal. Fui para elas com menos.

sexta-feira, julho 31, 2009

I
Bem amiga comigo cantar
Esta minha linda canção
Tu para mim es tudo na vida
Estas dentro do meu coração

II
Tu és muito linda e Bela
No Mundo não á igual
Es a menina mais linda
Deste nosso Portugal

III
Es linda e és bela, simpatia
não te falta quando vais ao
pingo dôce es a alegria da malta

{transcrição integral; ler e/ou cantar na toada de "Canta, canta, amigo canta" de António Macedo}




A menina Júlia volta a fazer das suas... Desta vez não foi a avó a puxar da caneta, mas antes a mulher-a-dias cá de casa que se despede assim, a caminho de férias, da sua companhia quase diária. Eu percebo a Glória e o pessoal do Pingo Doce, a Júlia é de facto a alegria da malta. Nos dias que se avizinham serão os veraneantes da Consolação a consolarem-se com ela... Até um dia destes. Boas férias, a quem for de. Boa Lisboa, a quem ficar em.

terça-feira, julho 28, 2009

A Vida de morte em morte...

Se no episódio relatado no post anterior as importantes palavras surgiam de manhã, dou-me agora conta de que na noite anterior outras palavras tinham sido ditas e que, sim, umas estão relacionadas com as outras. No final de uma noite de jantarada e de copos, em casa de uma amiga felizmente recém-encontrada, no final de uma noite, dizia eu, que acabou em torno do tema morte, já estava eu de pé, casaco na mão, o pessoal a desmobilizar, por entre procuras simultâneas de objectos deslocados, onde estão as chaves de casa?, e os cigarros?, ouvi-me dizer, já a meio-gás, quase na certeza de que ninguém ouviu, que «no fundo, no fundo, um bom passo será sempre o de contrariarmos as nossas certezas, as nossas crenças, as nossas particularidades». Se tivermos a capacidade de contrariar o nosso sistema de crenças, se tivermos a coragem para nos interrompermos, se levarmos a cabo estas pequenas mortes {não confundir com la petite morte} de nós mesmos, então a vida cresce em nós. Matar, pouco a pouco, certas prisões de nós mesmos, liberta-nos. A minha mente, o meu desejo, diz-me «não vás ao baptizado, foda-se, era o que faltava agora ir perder o meu tempo com um baptizado, ainda por cima de fato e gravata, caramba, e o calor que está?»? Pois eu digo {e faço} «vou ao baptizado!». Fui.