quarta-feira, setembro 30, 2009

terça-feira, setembro 29, 2009

domingo, setembro 27, 2009

A arrogância da vizinha não é melhor do que a minha...

Os portugueses fizeram um péssimo negócio. Trocaram 1 arrogância absoluta por 2 arrogâncias relativas + 3 arrogâncias minoritárias. Se isto é um bom negócio não sei o que um mau negócio. Enfim... agora amanhem-se e não vale chorar.

Aqui e agora, nada mais importa...

Agora que o claxon se silenciou, agora que os indecisos se decidem, agora que milhares a mais votam e eu próprio já o fiz, agora em que uma caixinha com suspiros espera por mim e pelos resultados das projecções, agora que falta pouco para o princípio do resto das nossas vidas, que estas palavras sejam a verdade das verdades.


Because I know that time is always time
And place is always and only place
And what is actual is actual only for one time
And only for one place
I rejoice that things are as they are and
I renounce the blessèd face.


T. S. Eliot
Ash Wednesday, 1930

sábado, setembro 26, 2009

Reflictam, por Deus, reflictam!

Reflectir (èt) - Conjugar
v. tr.
1. Reenviar!.
2. Repercutir; reverberar.
3. Fig. Revelar; traduzir; dar a conhecer.
v. intr.
4. Mudar de direcção!; incidir.
5. Pensar com detenção e mais de uma vez; reflexionar.
v. pron.
6. Ser reflectido!.
7. Incidir, recair.
8. Transmitir-se; repercutir-se.

Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: refletir

quinta-feira, setembro 24, 2009

A esperança é a última a morrer...

Hoje de manhã, a TSF e a Marktest acordam-me com estes valores.

PS: 40%
PSD: 31,6%
BE: 9,2%
CDS-PP: 8,2%
CDU: 7,2%
OBN: 3,8%

Contudo, 1 em cada 3 portugueses diz ainda não saber em quem vai votar {se é que vai votar}.

segunda-feira, setembro 21, 2009

A fama e o proveito, a cada um o seu...

Digam lá o que disserem, e muito sempre há para dizer, uma coisa eu sei. Uma coisa é certa e não há jeito de desmenti-la – o PS está sempre nas bocas do mundo, que faz isto e aquilo, que é este e aquele, que compra fulano e beltrano, que despede ou pressiona fundos e mundos, mas quando soa a hora da verdade, quando a marosca é desmontada, quando the shit hits the fan, é sempre o PSD que lá está, no banco dos réus, na 1.ª página dos jornais, na verdadeira boca do mundo. Uns têm a fama e outros o proveito, lá diz o povo. É tipo aquele estafado discurso, sabem?, do SLB sempre a ser levado ao colo mas os campeonatos sempre a caírem no saco do FCP. {Aliás, cheira-me, não deve tardar muito para mais uma vez essa cantilena aparecer aqui e ali.} Voltando ao PS e ao PSD, e continuando com a analogia futebolística, como eu sou um tipo que acredita sempre nas reviravoltas, confesso que ainda nutro aquela esperança da maioria absoluta novamente. É esperar e ver. Entretanto... PS Absoluto! Absolutamente Sócrates!


PS - E os professores, e os juízes, e os carpinteiros, e os jornalistas, e os adjuntos, e os outros todos, que não quiserem perceber isto, então é porque são muito estúpidos e aí, bom, sejam-no. Cá estarei no dia 28 para os mandar à merda.

sábado, setembro 19, 2009

American Hardcore {#9}

California Über Alles. Assim falava Jello Biafra. E fazia-o com propriedade, de resto. Pois a California é, sem sombra de dúvida, o berço do Hardcore. Mas de que California falava ele? Há muitas californias e para cada uma delas um porradão de bandas. É certo que foi LA o epicentro do fenómeno Hardcore. Mas LA é gigantesca e nela habitavam muitos, imensos, carradas de jovens suburbanos, à toa, desejosos de abrir umas cabeças e sair correndo. Se a LA mais LA, aquela que então os putos denominavam com desdém por Hollywood, tinha ficado no Punk, rodeada de drogas chic e pose, e desdenhava o carácter suburbano destes miúdos, foi então à volta desse centro urbano e elitista que surgiram a maior parte das bandas angelinas.

South Bay, a Sul de LA, deu ao mundo Black Flag {Hermosa Beach}, Minutemen {San Pedro}, Red Cross {Hawthorne}, Saccharine Trust {Wilmington}, Circle Jerks {Hermosa Beach} e Descendents {Manhattan Beach}. A maior parte destas bandas gravitava em torno de The Church {Hermosa}, uma igreja abandonada tornada centro cívico, posteriormente tornada squat, onde uns ensaiavam, outros viviam em condições a caminho de péssimas, e todos se drogavam e bebiam felizes para sempre.

Black Flag


Circle Jerks


Descendents



Ainda mais a Sul, Orange County {"carinhosamente" chamada de Reagan Country}. Mais suburbia, mais violenta. As primeiras bandas Hardcore a surgirem por ali foram Agent Orange, Adolescents e Social Distortion {todas de Fullerton}. Ali pertinho, em Huttington Beach, aparecem os Uniform Choice {a banda que na costa Oeste mais próximo esteve das ideias Straight Edge} e os TSOL {True Sounds of Liberty}, banda que mais miúdos violentos arrastou atrás de si. Como diz Steven Blush «their gigs were magnets for mayhem». E atrás do TSOL vêm os The Vandals, verdadeiros "animais" que em concerto atiravam sapos vivos para o meio da assistência... Ainda em OC, ali em Venice Beach, surgem os Suicidal Tendencies que elevam a violência a um novo patamar, criando {juntamente com bandas como Circle One} aquilo que se poderia chamar de ganstahardcore, em que certos gangs acabavam por se tornar bandas, sem nunca largar os territory issues – «the Suicidal posse took shit over at shows. That's why people tryly hated them. If Suicidal was on a bill, many people wouldn't go 'cause they and their friends would fuck shit up for anyone trying to watch». Finalmente, mais a Sul ainda, em San Diego, surgem os Battalion of Saints.

Agent Orange


The Vandals


Suicidal Tendencies



E a Norte? Subindo, o farol era San Francisco. E San Francisco tinha muito para dar. Ares mais respiráveis, menos brutalidade policial, mais democratas e mais activistas, enfim, outra cena. Mas o mesmo som, o mesmo speed, a mesma raiva. Bandas emblemáticas serão sempre os incontornáveis Dead Kennedys {dispensam apresentações, tal como os Black Flag em LA}, Flipper {«Flipper was a giant "Fuck You!"»} e MDC {Millions of Dead Cops, provavelmente a banda mais politicamente activa em todo o movimento}. Estes últimos eram originários do Texas {como, de resto, DRI, The Dicks e Verbal Abuse} mas assentaram arraiais em SF, numa antiga destilaria abandonada chamada The Vats {como o fizeram os outros texanos referidos}. «With a scene not nearly as violent as LA's, the city most closely paralleled NYC and Philly: desperate, urban, drug-fuelled.» {Steven Blush}

Dead Kennedys


Flipper


MDC

sexta-feira, setembro 18, 2009

Há votar e votar, há ir e voltar

Mas não é só o Facebook o responsável pelo desalento. É também a azia, a ansiedade, a histeria em potência, perante a sombra que paira sobre o dia 28 de Setembro. Há por aí muitos que diriam anátema. Eu digo apenas e só isto, é {se for} uma merda, é o que é. Mas se for, será. O país não vale grande coisa, de resto. Mas há oportunidades que não se devem desperdiçar e esta é uma delas. E mesmo um país que não vale grande coisa deve aproveitá-las. Se há momento em que podemos crescer um pouco mais é este. Porque o que se pede aos portugueses no dia 27 que vem não é que escolham entre Sócrates {o PS, melhor dito} e Manuela {o PSD, melhor dito}, não é que dêem um deputado ou outro a mais ao muro concreto ou que se mantenham fiéis à foice e ao martelo. Não é que se traulitem um pouco mais com o político-mínimo-garantido ou que se humanizem um pouco mais sei lá com que novo movimento que por ai se movimenta. Não. A questão é que sejam honestos e verdadeiros. Consigo próprios. Que se perguntem: «Houve, em democracia, algum Governo melhor que os do PS?; Há algum, nos que estão agora no papel, melhor que o do PS de Sócrates?»; «O país está pior agora do que estava há 4 anos?». Se responderem que sim às questões anteriores, então, só resta mesmo votar noutro que não PS. Mas a grande questão, a do milhão de votos, é o que leva um português a responder sim a essas questões. Que se perguntem então «O meu voto noutro{a} que não Sócrates, o meu sim às questões anteriores, resulta de um ódio/incómodo/raiva/nojo/desgosto/irritação/embirração em relação a Sócrates?» Se também aqui o sim prevalece, está tudo dito. Votar contra Sócrates é votar contra si próprio. Se o não na última pergunta coincide com o sim às primeiras perguntas, ok, é o voto sem contenda. É pacífico, it's politics. Mas votar porque não se grama o tipo é votar por capricho, é votar out of spite. É um voto no lixo. Mais vale não votar. Serão os portugueses capazes de votar contra as suas paixões, afectos e convicções? Será o cidadão português capaz de votar pela razão, pelo pragmatismo, pelo país e não por si próprio? Por uma ideia abstracta, por um futuro incerto, que desconhecem e não controlam? Cria-se um dilema não tão dilema assim. Já vão ver. "Votar contra Sócrates é votarmos contra nós próprios" vs. "Votar contra nós próprios é votarmos Sócrates". Porque entregarmos o país a "bandidos" ainda mais "bandidos", a inúteis ainda mais inúteis, a incapazes ainda mais incapazes, e por aí fora, é, de facto, não estarmos a tratar bem de nós. Já votarmos contra o nosso sistema de crenças, bom, nem é preciso dizer mais, é só ganho. Afinal é simples, pá.



Para post n.º 1.000 não está nada mal... lol.
Dia 27 lá estarei.
Votando contra o meu sistema de crenças, votando PS.

domingo, setembro 13, 2009

O pessoal que me desculpe por isto aqui andar morno, mas tenho andado entusiasmado com o Facebook que é uma coisa parva... Tem muito de face e pouco de book, mas até que é uma cena cool. Tem uma dinâmica interessante e permite mais uma certa espontaneidade. Ah, e tem o raio do poker... eh eh eh.

American Hardcore {#08}

A fisicalidade da dança e a violência inerente ao movimento {ambas referidas nas entradas anteriores} levam-nos inevitavelmente à sexualidade, aos gajos e às gajas. O Hardcore foi provavelmente o único movimento musical isento de sexualidade, o que é, só por si, dizer muito. Aquele era um mundo quase exclusivamente masculino, isso é certo. Mas a grande questão é saber se todos aqueles encontrões, todo aquele suor, todos aqueles troncos nus, toda aquela comunhão, reflectiam {ou não} uma homossexualidade mais ou menos escondida, ou se toda aquela encenação não passava de uma actividade física pura e dura à semelhança de qualquer jogo de rugby, por exemplo. É que as gajas, nas palavras de Steven Blush, «rejected femininity. Their ideal was the tomboy – in contrast to the big-haired bitches you'd find sucking dick backstage at Metal concerts. The truth is, few gorgeous women participated in Hardcore – many of them were nasty, ugly trolls». E os gajos, nas palavras de Meredith Osborne {uma gaja da altura}, quando adolescentes, «are scared of women. In the Punk days, you could fuck whomever and it didn't matter, but in Hardcore that madonna/whore complex was much stronger. Hardcore guys would vilify girls they fucked».

terça-feira, setembro 01, 2009

Ouroboros


Foi há 70 anos. O princípio do fim. Foi há uma vida.

"Tento de honra"

Aquele golo do Vitória de Setúbal ao cair do pano, no último momento dos descontos, quase permitido {numa espécie de entendimento tácito, Quim e David Luiz fingem evitar o golo}, por ninguém esperado {mas, no fundo, por alguns desejado}, naquele momento, naquele golo do adversário, ali reside a grandeza do SLB. Um clube como o Benfica não poderia permitir aquele resultado, o dos tantos a 0, não ficaria bem, não seria nobre. Se existe a expressão "tento de honra" por alguma razão será. E o Glorioso sabe a razão da existência do termo, pois o Glorioso é um clube de futebol, respira e faz futebol. Há mais de um século. Aquele golo do Vitória de Setúbal foi o SLB que o marcou, não tenham dúvidas disto. Pela honra do futebol.