quarta-feira, abril 30, 2008

Fantastisch Koninginnedag!



O Dia da Rainha ao longo dos (alguns) tempos. O dia de aniversário da Rainha Juliana Louise Marie Wilhelmina of Oranje-Nassau e não o da actual, sua filha, Beatrix Wilhelmina Armgard. Mas desde sempre um dia especial para muita gente. Mesmo que haja gente que a queira ver morta...


{as imagens foram sacadas da internet, sem eira nem beira, nem parece meu... mas agradeço a quem não conheço e creditei pelas mesmas}

segunda-feira, abril 28, 2008

Hoje o Cristiano Ronaldo abraçou-me...

Hoje à noite estive no meio de uma multidão que aguardava a Selecção Nacional, nos momentos antes de um jogo face à selecção do Quirguistão, ou era a Sérvia?, não interessa quem era... Estávamos ali todos, à boca do túnel, num espaço tipo sala de espera de aeroporto, aguardando as vedetas, os heróis. Mas eu espumava, ruborizado. Pois, vocês sabem... Eis que aparece o Cristiano Ronaldo e, decidido, dirige-se a mim, com aquele sorriso de garoto, estúpido todos os dias, mas desta feita supercool, e abraça-me. E ali ficámos por uns momentos, eu ali rodeado por aqueles braços musculados, suavemente esmagado contra o seu peito, cheirando a lavanda (ou era pinho?) do equipamento acabadinho de lavar e engomar. Depois afastou-me com gentileza e, com as suas fortes mãos pousadas nos meus ombros, disse-me: «Olha lá, tu não te enerves, tu não te irrites. E vê lá não digas muito mal da Selecção, pá...». E rindo desbragadamente afastou-se em direcção ao relvado. Ainda teve tempo para, voltando-se para trás, me dizer: «Mas se queres mesmo dizer mal, podes dizer daquele ali. Daquele podes dizer mal à vontade...». E o seu braço em riste apontava para o Deco...




{Isto é a minha (sub)consciência a pregar-me partidas?! O Calabar que há em mim que se cuide?!? Aguardemos as cenas dos próximos episódios...}

domingo, abril 27, 2008

Canção Ao Lado (2008)

Desde aquela aquela fria, muito fria, noite de 23 de Fevereiro de 2007 que este momento era esperado aqui no Anauel. Sim, aquela noite no Cefalópode, aquela noite que jamais se esquece (falo da noite em que se descobre a Deolinda, pois; ó delicioso momento!), aquela noite deixou claro que a Deolinda era algo de especial, muito especial, algo que valeria a pena acarinhar e acompanhar desde aquele preciso momento. Aqui não houve dúvidas nem hesitações, não. E foi com um imenso prazer que fomos ao longo dos meses desfiando as contas de um rosário que, concerto a concerto, se foi tornando adorno (adorno, que ela nunca deve ter sido de grandes rezas...) indispensável aqui por estas bandas. Vimo-la em momentos menos felizes (penso em Almada) e conhecemo-la na noite em que decidimos ser groupies, na noite da sangria manhosa. Depois, depois só nos restou assistir ao momento da consagração, e falo do 1.º concerto no Maxime, onde só acabámos a noite a desejar que um holandês os descobrisse... Depois o Ipsilão foi dando apoio atrás de apoio, ela voltou ao Maxime, ao MusicBox, e a tantos outros poisos, e acabou (para mim, pelo menos) na Amadora, profissionalona como nunca, prontinha, prontinha para ir à faca, que é como quem diz para começar a gravar. O que ela fez com o maior prazer do mundo, ao que sei, e com a certeza de estar a pisar o caminho por ela desejado. Ainda houve tempo para numa bela tarde poder arranhar aquilo que, num dia muito ensolarado e azul, poderia ser chamado de voz e ajudar no coro da menina. E restou aguardar.

Entretanto saiu, está aí. E que discaço temos em mãos! Não pára de girar cá em casa, de manhã à noite (até já invadiu uma destas noites...), e só me apetece destacar: Mal Por Mal (grande tema, enorme tema) a abrir, e muito bem!, o menino da menina... e não é que a mim só me faz lembrar Cassavetes! {weird}; Fado Toninho, palavras para quê?, passa aí a sangria...; Não Sei Falar de Amor é, a par do anterior, tema fundador e incontornável; Contado Ninguém Acredita sem o assobio do Menino fica um pouquinho mais triste, mas continua uma belíssima e alegre romaria-regada-a-lavanda-e-rosmaninho-pela-calçada-fora... a favorita da miúda cá de casa; Eu Tenho Um Melro (uma das minhas favoritas de sempre) continua a ser uma das minhas favoritas de sempre! O «então mulher» do Pedro está de morte... lânguido, lânguido...; Movimento Perpétuo Associativo cada vez mais perto de se tornar o novo Hino Nacional! Não paro de imaginar o início dos jogos de Portugal no Euro2008 ao som do MPA...; O Fado Não É Mau é FADO do melhor!!!!; ui, Lisboa Não É a Cidade Perfeita, ui, ai, ui...; o Fado Castigo continua genial como sempre; as palavras sábias de Canção Ao Lado muito sabiamente a apelidar este primeiro passo da Deolinda; e Clandestino a fechar, e muito muito bem!, o brinquedo do menino... tema enorme, assustador, viela cheia de humidade a incomodar a respiração.

Enquanto esperavámos pelo disco sabiámos que o grande desafio era, naturalmente, o como iria ela, a Deolinda, ultrapassar as paredes almofadadas do estúdio e regressar ao aconchego das paredes da sala de concerto, da tasca, da colectividade, da casa de fado, de modo a poder resgatar esse ambiente e dar-lhe roupagem de estúdio, tecnológica. Quem já viu a Deolinda em palco sabe que ela vive para o palco; as tábuas de madeira subjugadas pelas suas sabrinas são um espectáculo digno de se ver! O palco, a luz, o fumo, o bruá, o riso, a boca atirada lá do fundo são elementos essenciais, são também eles a Deolinda. E como iria todo esse mundo tão particular migrar para um estúdio e transparecer num disco de plástico? Processo complicado, imagino eu. Nada mais fácil, parecem eles responder. Desapareceram vários trejeitos e efeitos sonoros? Sim. O lado mais sujo, irregular e "rasca" que eu gosto de associar aos delírios da fadista ficaram um pouco de molho? Ficaram (já o esperava...). Mas o resultado é um disco impecável, sem nódoas, bem ilustrado (onde João Fazenda ajudou e muito...), um trabalho de quem sabe o que quer. E como o quer. Canção Ao Lado é um auspicioso começo. A Deolinda está, pois, de parabéns.

Mas é tempo de abordar o lado mais negro, qual negro qual quê?, menos vermelho, menos garrido. Lol. Cá em casa andamos a chamar-lhe o salgueiranço, tipo «é pá, aqui ela salgueirou», ou «mas porquê salgueirar aqui?, logo neste momento que era tão fixe...»; bom, mas é a vida, «eles é que sabem» dizemos nós, e até compreendemos, juro, compreendemos... nós é que não conseguimos concordar com o Mário Lopes, ou seja, nós é que não podemos nem com eles nem com a mulher... ;) Mas nota-se que naqueles quatro temas mais dados ao salgueiranço, e falo naturalmente do Eu Tenho um Melro, do Lisboa Não É a Cidade Perfeita, do Fado Castigo e do Clandestino, bom, nesses temas (e eles estão mesmo por essa ordem) topa-se nitidamente uma gradual salgueirização dos mesmos. Se o melro escapou (graças a Deus!) já Lisboa começa a ter uns ares de salgueirismo; e se o castigo mesmo é ter de ouvir o «laraaaia/ laraaaia» num tom que não é o da "nossa" Deolinda então o clandestino «e acaso nos tocar o azar» é uma dor na alma... que passa logo, logo, malta. Não fosse o Clandestino um dos grandes momentos da Deolinda! Sempre! Obrigado.
Mas as "queixas" não ficam por aqui... Andei três dias a ouvir o disco e sempre, sempre, algo me incomodava, uma suspeição, um incómodo, uma falta, sim, era isso, algo faltava ali no alinhamento... Ah, raios, eles tiveram coragem?!?! É isso mesmo... E o Ignara Vedeta?!?!?! Era obrigatório, rapariga! Fica para o próximo...

E agora? Agora resta juntarmo-nos a ela no próximo dia 7 de Maio, no Cinema São Jorge (Lisboa), e na sua presença, perante a sua magia e boa disposição, ver como e em que moldes Canção Ao Lado veio mudar, ajustar, cultivar, aparar, esfregar, soldar e vassourar a performance destes fantásticos temas que até então estávamos habituados a ver em palco. Este disco é um passo importante na caminhada da fadista suburbana e o próximo patamar desperta já muita curiosidade por estas bandas.

sábado, abril 26, 2008

Sistemas de Transportes

E por falar nas paragens de autocarro de Mário Moura (ver post anterior), nem de propósito dou de caras com uma muito interessante (sobretudo pelos links, pelas múltiplas direcções em que nos pode levar) e, diga-se, extenso artigo de Gordon Ross no City of Sound.

26 de Abril Sempre!

Este ano apetece-me celebrar antes o 26 de Abril. O day after. O que vem a seguir, o agora, o depois, o que aí vem.

Devo confessar que desta vez me fartei com a cena à volta do momento, aquele momento tão querido e tão determinante na nossa história, ali tão preservadinho, tão contentinho e tão, e aqui sim it pisses me off, tão pacífico. A revolução tranquila. Bah!

E desta vez fui sensível aos argumentos de Pacheco Pereira, quando ele afirmava no outro dia que a "marcha popular do 25 de Abril" (a maneira como ele dizia "marcha popular do 25 de Abril" era arrepiante; o nojo...) sempre foi e será uma marcha de protesto contra o Governo. Confesso que nunca a tinha visto desta maneira... Silly me. Que era e é uma ferramenta do PCP isso nunca me incomodou verdadeiramente, aliás uma das razões que sempre me levou à avenida era também isso, mostrar ao PCP que aquilo não era só deles. Tal como nunca me incomodou ir ali tantas vezes a mandar bocas ao Governo... é pá, o tipo tem razão, aquilo é mesmo uma cena contra o Governo... Agora que penso nisso, os anos em que mais vezes fui à avenida foram certamente durante o consulado de Cavaco... Pois, quem me conhece sabe que sou socrático até dizer chega... lol. Chega. E como este Governo é o melhor (chega, já disse...) Governo que este país teve desde sempre (digam-me outro melhor; e não vale um mais lá para a frente...), assim sendo, desta vez não fui. Além do mais, a recente marcha dos professores (e sobre essa já falei demais...) de certa maneira contaminou a avenida e aquela que sempre foi a sua (e por vezes a minha) marcha.

No fundo, no fundo, este ano foi a minha filha quem viveu mais o 25 de Abril cá em casa. Levantou-se pela fresquinha, vestiu-se e foi sozinha à praça comprar 3 cravos para colocar na mesa do pequeno-almoço juntamente com um papelito onde escreveu "Família Feliz". Posso querer mais? I don't think so.

Por fim, deixo o link para uma muito interessante leitura de Mário Moura que vai discorrendo sobre o Andy Warhol, o 25 de Abril, Salazar e as paragens de autocarro...

sexta-feira, abril 25, 2008

Querem mais groupie do que isto...?

Ontem tive uma noite dos diabos. Deitei-me com uma ligeira dor de cabeça a anunciar uma constipação, um resfriado, uma daquelas gripinhas típicas destes dias em que de manhã faz fresco e à tarde um calor do caraças. E nestas coisas lixo-me quase sempre em toda a linha: primeiro a tal da ligeira dor de cabeça, depois aumenta e aumenta e distribui-se pelos dentes, vai subindo e descendo de maxilar, saltitando de dente para dente. Um inferno! Mas a noite passada foi inimaginável, foi surreal. Não é que a cada dente correspondia um tema do novo disco da Deolinda!?! Doía-me ali naquele ali, em cima, aquele, o encavalitado, e ressoava em toda a sua pujança o "Movimento Perpétuo Associativo"; depois passava para o outro, aquele ali ao lado do que falta, do que já não mora lá, e ouvia-se nesse silêncio o "Eu Tenho Um Melro"; depois era a vez da fileira toda de cima, do lado direito, e era o Toninho que gingava por ali fora... De loucos, não? Mas depois de um dia inteiro a ouvir o último (o primeiro!) disco da Deolinda da frente para trás e de trás para a frente, a noite, essa, só podia mesmo ser assim, Twilight Zone em toda sua dimensão...

terça-feira, abril 22, 2008

SHOSH34

Este episódio com a menina limão fez-me lembrar um outro com que me deparei há uns tempos atrás, desta feita no Youtube. Após procura, descobri por lá um filminho sobre o atentado de Georg Elser sobre a vida de Adolf Hitler (um dos que mais perto esteve de ter sucesso!) no perfil de um tal Shoshana. Pelo perfil dava para perceber que o tipo era judeu (presumo que norte-americano) e que o objectivo da sua preseça no Youtube era contribuir para a preservação da memória do Holocausto. Os filmes que ele lá tinha estavam todos relacionados com o Holocausto e com as várias formas de resistência ao Nazismo. Bom, o que eu queria mesmo, na altura, era colocar o tal filminho do Elser no meu blog Es Lebe Unser Geheimes Deutschland, precisamente na entrada de Georg Elser. Mas o embbeding do filme estava inactivo. Logo, escrevi ao tipo a pedir-lhe autorização. Mas nunca obtive resposta e algo começava a cheirar a esturro... até que um dia a resposta veio através do perfil de Shoshana no qual estava reproduzido o texto de uma carta recebida pelo Youtube (e que o tipo recebeu também) a pedir que o proibissem de continuar com aquele perfil. De quem era a carta e qual o porquê da mesma? De um tal de Steven Spielberg, através da sua Fundação para a Memória do Holocausto (ou algo parecido), e porque ele acha que ele e só ele o deve fazer. Shoshana mudou entretanto o perfil para Shosh34, já sem os filmes sobre o Holocausto, e eu fui buscar o filme (porque estava noutros sítios também) sabem onde? Ao perfil de um neonazi alemão! Pois*.

Esta história ocorrida agora com a menina limão (ver post anterior) lembrou-me este episódio. E de como estas plataformas sem as quais já não sabemos viver (youtubes, myspaces, skypes, bloggers, flickrs, etc., etc.) ainda têm muito para andar e aprender. A mim parece-me óbvio, e até desejável, que haja um escrutínio e uma censura em concordância em relação aos conteúdos que por aí pululam. E longe de mim criticar, não o faço, quem denunciou a menina limão. Trata-se do mesmo direito a preservar, o da limonada verter e o de qualquer um achar que ela é amarga demais. Mas estas plataformas têm de saber filtrar e reagir melhor e mais em cima do acontecimento, digo eu. Eu já contactei a menina limão, já me coloquei à sua disposição, e estou verdadeiramente interessado em perceber qual vai ser o procedimento para desbloquear a sua situação. Aguardemos, pois.


* Entretanto, diga-se, voltei ao Youtube e já não há shoshana, nem shosh, nem nada, nem mesmo o tal neonazi (ao menos isso...). Mas não deixa de ser um episódio sórdido.

C'um'escafandro!

Alguém (nestas coisas, há sempre um alguém...) decidiu marcar o blog da Menina Limão como impróprio, a evitar, a desconfiar, de fugir, a ter cuidado, acautelem-se almas mais sensíveis... Até aqui nada de novo... {lol} Não é mesmo por isso que lá vamos? Não é essa acidez benfazeja que lá procuramos? Acontece que o Blogger leva estas coisas a sério e agora, sempre que queremos visitar a menina limão, aparece-nos o seguinte letreiro à frente...

Isto é um total absurdo, meus senhores! Querem adoçar a limonada!?!?! A limonada não leva açúcar, seus safados!!! Queremos a nossa limonada de volta!!!!!

Pede-se, pois, encarecidamente a todos os que aqui passam que se dignem a dar lá um salto, a entrar em contacto com miss lemon e que a ajudem a retirar esta verdadeira estrela amarela (de vergonha e não de citrinice!) do peito! Bem-hajam.

domingo, abril 20, 2008

Je vous souhaite une bonne nuit...

No rescaldo de tanto ódio e vitriol, de tanta patacoada de um lado e do outro, no final de mais uma época de jornadas de ódio e maledicência, de tanta ignorãncia e energia mal gasta, faço minhas as palavras deste senhor...... a propósito deste outro...«Il ne faut offenser personne, même un ennemi.» Era bom que assim fosse. É difícil, bem sei, mas ainda assim...


{paroles e photos retirados desse grande filme que é o Le Silence de la Mer.}

sábado, abril 19, 2008

Video Store Clerk

Ainda o mês passado andei aí uns dias meio fascinado com este artigo da Wired, sobre o prémio de 1 milhão de dólares oferecido pela Netflix a quem melhore em 10% o seu algoritmo de classificação, atribuição de estrelas e, logo, de recomendação de filmes. Tudo o que isso envolve e as dinâmicas de competição que surgiram, para além do fascínio inerente aos exercícios mentais deste género... e tudo por mais 10% de resultados!

Hoje deparei-me, via The Ironic Sans, com este interesantíssimo jogo destinado a um fim em tudo similar. Trata-se do Video Store Clerk e a ideia é fazermos de empregado de balcão de um vídeoclube e adivinharmos (7 em 10) qual a classificação que um cliente faz de determinado filme, baseando-nos nas 3 últimas classificações desse mesmo cliente. É lindo!

Aditivo quanto baste... Sem ajuda do IMDB e apenas à segunda tentativa consegui um honroso 6.º lugar do corrente dia (existem a lista geral e a lista diária) mas ainda, devo confessar, a léguas (muitas léguas) dos lugares cimeiros. Também só explorei duas ou três categorias de filmes, e são várias. Para quem ama filmes (desde a comédia mais bacoca ao Kurosawa mais inóspito; porque aqui o objectivo não são os nossos gostos mas sim adivinhar o gosto alheio...), para quem curte a cena dos jogos online (qual online... jogos, pura e simplesmente), para quem algum dia sonhou em trabalhar num vídeoclube (...), este jogo é indispensável. Amanhã volto lá!

sexta-feira, abril 18, 2008

Sociedade Anónima

A mim pode custar-me, mas tem de ser, tenho de viver com os anónimos. Ainda cheguei a ir ao Dashboard para alterar as condições de acesso aos comentários, mas não, não dá. Tenho de aprender, de saber viver com eles. Podia, tenho esses meios, negar-lhes o acesso, colocá-los do lado de fora, mas isso é redutor (para mim). É como ter de viver com os músicos, cegos e pedintes no metropolitano. São uns chatos mas não dá para os evitar. Fazem parte da vida. Fazem parte da comunidade. É isso a Percepção da Unidade, não é? Parece-me que sim.

Sacré Bleu!


Hoje de manhãzinha, no balcão da estação de correios mais próxima de mim (graças a Deus existe o eBay!), chegou-me esta bela coisa às mãos – La Silence de la Mer (1949). Mon Dieu! Nunca mais é sábado para correr as persianas, ajeitar-me no sofá, um copinho de Asbach Uralt à mão e poder deleitar-me a rever Werner von Ebrennac lutando com o silêncio reservado à sua qualidade de ocupante! Ach!

quarta-feira, abril 16, 2008

E agora...

... vou ver o Dexter que é para ver se me animo!

Há coisas do arco da velha...

É o que dá não querer ganhar jogos por 3, 4, 5, 6, sempre mais, golos de diferença. Descansam ao segundo golo e depois dá nisto. Mas uma coisa é certa, foi um grande jogo, uma grande festa. Uma final, digam lá o que disserem.

E quem não salta...

... é lagarto,
olé, olé.

E quem não salta
é lagarto,
olé, olé.

Brrrr...

«Eu já nem vejo... Quando vejo o Benfica fico doente... Fico gelada!»

Hoje, em dia de meia-final para a Taça de Portugal, faço minhas as palavras que escutei bem cedinho, vindas da sabedoria muito própria da ilustre senhora que me limpa o pó lá em casa como ninguém. É claro que eu vou ver, mas o arrepio já se instalou. Há muito tempo, diga-se, em abono da verdade. Mas, como se diz tão expressivamente no Rio de Janeiro, fazer o quê? Haja coração!

terça-feira, abril 15, 2008

Bullseye!

«E uma mulher
que trazia um menino ao colo
disse:
— Fala-nos das Crianças.

E ele respondeu:

— Os vossos filhos
não são vossos filhos:
são filhos e filhas
do chamamento da própria Vida.

Vêm por vosso meio
mas não de vós;
e apesar de estarem convosco,
não vos pertencem.

Podeis dar-lhes o vosso amor;
mas não os vossos pensamentos:
porque eles têm pensamentos próprios.

Podeis acolher os seus corpos;
mas não as suas almas:
porque as suas almas
habitam a casa de amanhã
que não podeis visitar,
nem sequer em sonhos.

Podeis esforçar-vos por ser como eles;
mas não tenteis fazê-los como vós.
Porque a vida não vai para trás,
nem se detém com o ontem.

Sois os arcos, e os vossos filhos
as setas vivas projectadas.

O Arqueiro vê o alvo no caminho do infinito,
e retesa-vos com o seu poder
para que as setas
possam voar depressa para longe.

Que a vossa tensão na mão do Arqueiro
seja de alegria.

Porque assim como Ele gosta
da seta que voa,
também gosta do arco que fica.»

Melhores palavras que estas (do enorme Khalil Gibran, nomeadamente do lindíssimo O Profeta) não há para este momento de espera, de nutrição, de gestação. A dois dias de poder ver (parece que hoje em dia já são em 3D!), pela primeira vez, as formas da seta que aí vem (re)surgem na minha vida estas palavras a lembrar-me a importância do desapego.

domingo, abril 13, 2008

Cantar a tristeza rindo!


O disco (Canção ao Lado, 2008) é posto à venda no dia 21 deste mês, a época do concertanço até já abriu mas o mais importante mesmo é o lançamento do "menino" no dia 7 de Maio no Cinema São Jorge (Lisboa). A não perder!


{A fotografia é da Rita Carmo; os peúgos não sei...}

sexta-feira, abril 11, 2008

The Servant

Há filmes que quando são grandes são grandes. Não há volta a dar. Há filmes que não perdem nada com o tempo, apenas ganham. Esses filmes são aqueles que a cada visionamento nos dão um filme inteiramente novo. Nunca são o mesmo. Tal como nós, mudam, crescem, reconhecem, enganam, mistificam. The Servant (1963) de Joseph Losey é um desses filmes. Ontem revi-o sei lá pela "qual" vez... Foi uma revisão da revisão da revisão da revisão e, ainda assim, foi uma moca nova! Ontem aquilo que me fascinou foi a mestria de Losey no que diz respeito aos planos. Não (ou não somente) os planos de câmara, se são de conjunto, closeups, americanos ou o que seja, mas os planos materiais, os da perspectiva, os da arquitectura*, os da profundidade de campo, os planos do ponto de fuga. E são de mestre, e são constantes, e poderosos. Losey joga constantemente com estes planos, dando-nos um foco de atenção logo ali à frente, escarrapachado, sem rodeios, mas pedindo-nos constantemente para que nos concentremos no que está lá atrás, em segundo plano, escondido, meio velado ou obscenamente exposto. E nós vamos oscilando entre um plano e outro, para a frente, para trás, numa espécie de enjoo, dividindo atenções, observando o que se passa junto a nós e escutando o que está lá atrás, noutra mesa, noutro canto. E quando nos "obriga" a procurar o ponto de fuga, o cerne da questão, o elemento do choque, do incómodo (invariavelmente, o sinistro Barrett), num plano aparentemente inócuo? O recurso aos espelhos, sobretudo o redondo com a moldura pirosa, verdadeiro ex-libris do filme, é muito bem esgalhado, mas o plano do sonso Dirk Bogarde chamando a sua "irmã" através de uma balão de conhaque é pura e simplesmente genial!


* E não por acaso, lembro-me de um amigo meu me falar de um exercício que teve numa cadeira do curso de Arquitectura, em que o professor pedia aos jovens futuros arquitectos que visionassem o The Servant e reconstruissem/refizessem/montassem a maquete da casa de Tony...

segunda-feira, abril 07, 2008

A vida é um enigma...

Há nove anos atrás este foi um dias mais felizes da minha vida. E daqui a oito meses? Terei direito a mais um desses dias?

Doh!!!

Para quem não tenha percebido (e aceito que fosse difícil percebê-lo...), a foto do post anterior exemplifica na perfeição como me me sinto, como me transformo, após consultar, presenciar, participar (safa!; nunca mais me apanham noutra) em discussões acaloradas pela blogosfera fora sobre o que é ser-se campeão, ser-se o máiore e o mais espezinhado (pelos vistos, a avaliar pelos lamentos...) dos adeptos. A desonestidade, a baboseira, a blasfémia, a soberba e a desinformação é tanta que não dá para aguentar... e fico assim, esbugalhado, careca, oversized, atónito, amarelado...

domingo, abril 06, 2008

...


Via Smol.Blog.

sábado, abril 05, 2008

Campeões?

No Dragão já se ganha por 2 e já se canta, em uníssono (ou quase, que sempre há gente civilizada...), «SLB, SLB, SLB, Filhos da Puta, SLB». Bonito, não haja dúvida!

Cristiano Ronaldo

Poucos têm acompanhado tão lucidamente o desenrolar da carreira e do desempenho de Cristiano Ronaldo como Jorge Valdano. Sempre certeiro e perspicaz, de tempos a tempos lá tem falado acertadamente do rapaz. Hoje mesmo diz-nos que ele «está mais jogador e mais goleador a cada dia que passa. Ele percebeu que, para chegar ao mais alto nível, tem de ser determinante, de modo que foi despojando o seu jogo de toda a frivolidade e, a ele, foi acrescentando ambição, bem entendida. Estamos perante um jogador cada vez mais eficiente, que tem uma parte do cérebro no jogo que está a disputar, embora se note que a outra está ligada ao "Bola de Ouro"». Isto está bem visto. Embora, a mim, me pareça ainda haver muito ar e vento, muita palhaçada, e muita sorte, no seu jogo. E se não há muitas dúvidas que o tipo é um jogador e peras, contudo, não creio que alguma vez venha a ser o melhor (e até pode um dia levar o troféu para casa; não é o troféu que interessa realmente...). Porquê? Porque os melhores jogadores do mundo não são assobiados! Kaká (para falar do actual) não é assobiado. Messi também não. Henry, Bergkamp, Raul não são assobiados. Cruiff não o era. Maradona também não (falamos de futebol, atenção!). Pelé, quem se atreveria? Platini, Van Basten e tantos outros não foram assobiados como Cristiano Ronaldo é; e vêm-me à memória os jogos da Luz há 2 anos atrás e o último jogo frente à Roma. Valdano acha que isso passará com o trabalho e progressão constantes do rapaz (que são notórios). Eu tenho dúvidas. O tempo o dirá.

A passagem de um conto de Roberto Fontanarrosa que Valdano menciona hoje n'A Bola é deliciosa! Uma bola que responde ao assobio do dono é uma imagem de mestre!

Y e notório...

Digam lá o que disserem, e muito se disse, mas se há uma coisa que o João Bonifácio tem é sentido de humor... O texto de ontem sobre o próximo disco do Camané é muito cool!

Público e notório...

Pode até parecer picuinhas, ou mesmo persecutório, e corro mesmo o risco de estar sempre tocar na mesma tecla, mas não dá! Ontem, no Público, o caso PSD/Somague/Novodesign voltou à baila. Desta vez foi um politólogo do CIES-ISCTE, de nome Luís de Sousa, quem abordou o assunto. Já falaram os políticos, já falaram os jornalistas e agora falam os politólogos, os cientistas sociais. Acho bem, muito bem. Mas uma vez mais a Novodesign passa ao lado, mais uma vez uma das grandes empresas de design/publicidade/propaganda nacional, envolvida num enorme escândalo, passa incólume. Muito gostaria de saber o que pensa de tudo isto o CPD e o seu ilustre presidente! Eu fui lá ao site e escrevi PSD, Somague e Novodesign na área da Pesquisa e, zilch, népias, nope, sequinho sequinho... É, não creio que seja chegada a hora de os designers se pronunciarem... ainda andam atarefadinhos a ganhar dinheiro. Creio que eles aprenderam a lição rápido demais e que sabem bem sabidinho que, na realidade, é melhor assim, porque se não for o PSD é o PS (ou qualquer outro partido), que se não for a Somague é a Mota Engil (ou outra constructora) e que se não for a Novodesign é a EuroRSCG (ou outra empresa de comunicação). Miséria das misérias...